sexta-feira, 26 de novembro de 2021

0276. Plenitude

 



Vivo plenamente

Por aqui vivo plenamente neste cantinho do mundo

Por aqui vivo plenamente neste cantinho do meu mundo

Por aqui vivo plenamente o mundo destes meus dias

Por aqui vivo plenamente o mundo na mais completa paz e harmonia

 

Vivo plenamente

Por aqui vivo plenamente esta minha notável felicidade

Por aqui vivo plenamente esta minha serena liberdade

Por aqui vivo plenamente sentimentos e pensamentos desmedidos

Por aqui dou asas a todas estas minhas perfeitas banalidades

 

Vivo plenamente

Por aqui vivo plenamente este encanto amando naturalmente

Por aqui vivo plenamente neste cantinho transformado sonhos em realidades

Por aqui vivo plenamente neste cantinho do mundo por tantos aspirado

Por aqui vivo plenamente desfrutando das coisas mais simples desta vida

Desfrutando plenamente deste paraíso à beira-mar plantado

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-07
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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

0275. Instantes

 


Podemos ser realmente apenas instantes

Podemos ser realmente apenas insignificantes

Podemos ser realmente simplesmente deslumbrantes

Quando descobrirmos que somos apenas instantes

 

Podemos ser realmente apenas instantes

Podemos ser realmente apenas insignificantes

Podemos ser realmente completamente fascinantes

Quando nos limitarmos a ser apenas amantes

 

Podemos ser realmente apenas instantes

Podemos ser realmente apenas insignificantes

Podemos ser realmente totalmente cativantes

 

Quando amarmos realmente os nossos semelhantes

Quando amarmos a realidade deste efémero instante

Quando o aceitarmos e o partilhamos eternamente

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-10
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Obs.:
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0274. Jamais


 

Não existe poesia pura e perfeita

Que deleite o corpo da mulher eleita

Não existe poesia pura e perfeita

Que liberte a alma da mulher eleita

 

Jamais um poema alcançou a mulher que aspirou

Jamais um poema abraçou a mulher que inspirou

Jamais o silêncio revelou o poema que delineou

Jamais um poema revelou o homem que a amou

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-13
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quarta-feira, 24 de novembro de 2021

0273. Poema

 


Que me importa a tua caligrafia plena e serena

Que me importa a tua fisionomia tema ou lema

Se não pressentes tudo o que meu coração sente

Se não pressentes o fogo que tenho no ventre

 

Quero apenas que me devores absolutamente

Quero apenas que me preenchas infinitamente

Quero que me abraces e seduzas completamente

Quero que unas o meu corpo ao teu eternamente

 

Quero que sejas tudo o que sou e sempre serei

Quero que sonhes tudo o que sonho e sonharei

Quero que desejes tudo o que sempre desejei

Quero que me ames assim como sempre te amei

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-13
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Obs.:
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0272. A Bíblia

 


Eventualmente o livro de ficção mais absurdo que alguma vez já tentei ler…  e refiro “tentei” porque não o consegui terminar. Acabaria por fechá-lo, tal o repúdio que senti…

Um livro repleto de erros científicos, de citações verdadeiramente absurdas sobre geografia, botânica, biologia, zoologia, astronomia… por entre um aglomerado de “milagres” e fenómenos sobrenaturais que nunca ninguém constatou ou verificou.

Um livro repleto de profecias que nunca se explicaram ou realizaram, de contradições estúpidas e anedóticas.

O que mais fere a sensibilidade de qualquer leitor minimamente pensante são os inúmeros episódios de estrema crueldade… a própria imagem do “sacrífico divino”, é, em si, um verdadeiro ato de barbárie e sofrimento atroz absolutamente intolerável em qualquer sociedade atual.

Torturas, enforcamentos, apedrejamentos, queimas de seres humanos em praça pública, racismo, xenofobia, incesto, prostituição, adultério, poligamia… são alguns entre tantos episódios recorrentes que se podem facilmente identificar, outrora tidos como perfeitamente normais e ainda hoje toleráveis por alguns dos seus mais fiéis seguidores.

O suposto ator principal deste autêntico best-seller, o “divino espírito santo”, é único e absoluto e não tolera os seus semelhantes; aliás sempre procurou aniquilá-los, subjugando e punindo todos os que não o seguem e todos os que não pensam como ele.

É uma entidade que fomenta o ódio, que discrimina género e raça, que gera guerras e genocídios, ordenando o assassínio de crianças e descrentes.

É uma entidade que gosta do poder, que pede dinheiro aos fiéis para sustentar os pastores e o seu vasto império.

É uma entidade que proclama o bem e estimula o amor, mas que na prática, faz o mal e proíbe o amor entre os seus membros.

É uma entidade ("divindade") que se apropriou da ética e da estética, do bem e do mal, do “céu e do inferno”, da doença e da cura, da vida e da morte…  de tudo… até do próprio ser humano que lhe dá corpo e alma divina!

Eventualmente a maior mentira da humanidade!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-05-30
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segunda-feira, 22 de novembro de 2021

0271. Poema perfeito

 


A vida sorri procurando seduzir meu coração inflamado

A vida sorri e retribuo com este olhar envergonhado

A vida sorri e retribuo completamente apaixonado

A vida sorri e retribuo absolutamente entusiasmado

 

Retribuo porque amo loucamente este preciso momento

Retribuo porque amo loucamente este precioso tempo

Retribuo completamente extasiado neste perfeito sentimento

Retribuo absolutamente perdido neste perfeito pensamento

 

Talvez não exista mesmo vida no poema puro e perfeito

Talvez não exista mesmo sentimento pensado a preceito

Talvez tudo não passe literalmente de um mero conceito

 

Talvez a vida se resuma simplesmente a este amor eleito

Um simples poema transformado num amor-perfeito

Uma simples imagem mental transformada em conceito

 

*

 

Sorrio-lhe sem fantasmas para afastar

Sorrio-lhe sem religiões para venerar

Sem ondes comos ou porquês literalmente

Sorrio-lhe porque a amo incondicionalmente


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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-11-06
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domingo, 21 de novembro de 2021

0270. Carlos

 


Olá, eu sou o Carlos!

Um menino, hoje homem, completamente exemplar.

Um menino relativamente pobre a quem nunca faltou praticamente nada…

Um menino extraordinariamente protegido pelos pais, após a perda do primeiro filho…

Um menino, filho único de uma funcionária da CP e de um cabouqueiro (pedreiras) que toda a vida labutaram para lhe dar o melhor futuro possível.

Um menino que nasceu e cresceu em paz e harmonia com a família e com outros meninos do seu tempo…

Um menino a quem um dia chamaram “sonhador”; que viveu os seus bons e maus momentos, as suas alegrias e tristezas, as suas ilusões e desilusões, os seus amores e desamores, como todos os meninos da sua idade…

Um menino que saiu do ninho naturalmente… e naturalmente encontraria a companheira ideal para enfrentar conjuntamente os desafios da vida… a dois… e posteriormente a três…

Um menino relativamente feliz com a sua infância e adolescência que naturalmente se transformaria no homem e no militar, hoje completamente formado e realizado.

 

Um homem que ainda hoje recorda os primeiros passos desse menino…

Um homem que ainda hoje recorda os primeiros passos dessa filhota… um quarto alugado… e uma janela encantada algures por Almada. Dias e noites de alegria… passeios pela Restauração, pelos hipermercados e pelos jardins da capital… pelo pôr do sol da Caparica…

Um homem que ainda hoje recorda frases memoráveis de suprema felicidade como “A Lisa quer isto… e isto… a Lisa quer tudo!”

Um homem que ainda hoje recorda muitas noites de trabalho árduo, muitas aulas, muitas horas de estudo… momentos ainda hoje marcados no corpo e na “alma” … momentos perfeitos de uma felicidade plena sem fronteiras nem limites.

Um homem que durante quase 34 anos da sua vida se transformaria no militar justo, generoso e disciplinado.  Uma vida dedicada à profissão que abraçou com toda a dedicação, com exemplaridade, com seriedade… e sobretudo com muito orgulho e prazer!

 

Um militar que sempre respeitou civis e militares, pautando escrupulosamente o seu comportamento pelas regras e regulamentos militares.

Um militar que de menino queria ser professor e acabaria dando formação (aulas) por mais de vinte anos da sua longa carreira, na Escola da Guarda em Queluz, e no Centro de Formação em Portalegre.

Um militar que sempre teve por hábito ser exemplo de conduta, de entrega e sobretudo de realização profissional e pessoal.

Um militar que sempre vincou aos seus alunos a importância da lealdade, da justiça, da dedicação… e sobretudo do prazer da correta realização do seu trabalho em prol da comunidade!

Um militar que sempre vincou aos seus militares a importância de ser um bom militar… e que para tal, antes de mais, era necessário ser um bom ser humano.

Um militar que sempre vincou aos seus militares a importância de pensar antes de agir… de sempre atuar na mais consciente convicção que o faziam da forma mais correta, de forma estritamente necessária e sempre dentro dos parâmetros da lei.

Um militar que ao longo de toda a carreira… agora na reserva… nunca se arrependeu de nenhuma decisão e hoje se sente de consciência tranquila relativamente a todas as atitudes que tomou.

Um militar que passou grande parte da sua vida numa sala de aula… ajudando outros militares a consolidar as suas competências profissionais e humanas… o seu futuro! A sensação de plenitude do fim de cada aula… a sensação de ter contribuído para o futuro de tanta gente… de dever cumprido… é uma algo que não cabe nestas simples palavras.

Um militar que desfrutou plenamente das inúmeras festas, jantares e tertúlias de cursos com os seus amigos…

Um militar que sempre se dedicou à família, ainda que por exigência da profissão, nem sempre tão próximo como desejaria…

Um militar que sempre teve o apoio de uma grande civil… de uma grande companheira, de uma grande mulher!

 

Por detrás deste militar sempre existiu o ser humano absolutamente simples e justo, o ser exemplar a quem a vida sempre sorriu… e que sempre procurou sorrir à vida.

Nada mais importante que esta vida!

Nada mais importante que estar rodeado por todos os que amamos e por todos os que nos amam… a nível familiar e profissional.

Por detrás deste militar sempre existiu o menino que do berço aprendeu a respeitar os pais e o próximo com lealdade e honestidade… exemplo que também transmitiria a todos os que o rodearam…

Por detrás deste militar sempre existiu o menino que nasceu e cresceu num meio tradicionalmente religioso… que, a pouco e pouco, através do raciocínio lógico, do conhecimento, do olhar a opinião dos outros, do observar da realidade… foi mudando e libertando-se das amarras… aprendendo a ver o mundo com outros olhos… com mais lucidez e objetividade… e sobretudo de forma mais pragmática.

 

A melhor experiência que esta vida me ofereceu?

Sem a menor dúvida, ser pai!

Ainda hoje recordo a alegria e o sofrimento pré-parto da Luísa…

Ainda hoje recordo a filhota a ser limpa do líquido dos pós-parto…

Ainda hoje recordo aquele admirável momento… completamente boquiaberto a saborear aquele admirável ser… o seu primeiro olhar (aquele surpreendente abrir de olhos frente aos meus olhos) para a vida e para o mundo!

Recordo-o como se fosse hoje, com a mesma emoção… uma emoção que perdurará e permanecerá sempre em mim enquanto por aqui estiver.

 

O que recordo do menino?

Do menino recordo o prazer de andar de bicicleta… de resto como ainda hoje…

Do menino recordo o gosto pela leitura, pela escrita, pelo desenho num qualquer pedaço de papel que tinha à mão… sem mais nada me preocupar… simplesmente o prazer de realizar.

Do menino recordo o cuidar contínuo do corpo e mente… o desejo de ser o melhor… a vontade de aprender continuamente… de descobrir mais e mais… de ver e ouvir atentamente o que os outros tinham, e ainda hoje têm, para me dizer…

 

O que me dá hoje mais prazer?

Viver assim como vivo… calmamente… em paz e em completa liberdade…  deixando o tempo correr naturalmente…

Viver o melhor possível este preciso momento… cada momento…

O que é afinal a felicidade senão a paz e a beleza deste presente… deste maravilhoso presente que é a vida… com os seus altos e baixos com as suas alegrias e tristezas…

 

Se algo me incomoda?

Sim…

Incomoda-me profundamente ver o mundo como ainda está e a forma como caminha…

Incomoda-me profundamente ver alguns seres humanos a fazerem turismo espacial, a ganharem fortunas… e tantos outros sem um abrigo ou um pedaço de pão para comer…

Incomoda-me esta falta de solidariedade do ser humano!

Incomoda-me profundamente ver ainda neste século guerras e lutas inúteis… seres que barbaramente se matam por crenças, em nome de supostas divindades, por poder e território… e ainda mais abominável, pelo simples prazer ou pela ganância do dinheiro!

Incomoda-me profundamente ver alguns seres exibirem a sua extrema luxuria… e a maioria viver na mais profunda miséria, sem acesso a cuidados de saúde ou condições mínimas de higiene…

Incomoda-me profundamente a forma como estão a ser distribuídas as vacinas pelo mundo para fazer face a esta pandemia… quem tem dinheiro é vacinado, testado e socorrido em hospitais… quem não têm morre na dor e na maior indiferença.

Incomoda-me profundamente a forma como é tratado o planeta… a nossa casa! Como fazem todas estas faustosas cimeiras de promessas que depois na prática não resultam em praticamente nada de concreto.

É o futuro do homem e do planeta que está em jogo… o futuro das gerações vindouras!

Como alguém um dia disse… “não existe Plano B”!

 

Incomoda-me profundamente esta minha tremenda incapacidade e impotência perante a injustiça social, a intolerância e a cegueira… perante o rumo sem rumo que tomamos…

 

O que dizem os meus olhos?

Os meus olhos espelham este meu sorriso!

Dizem-me que é gratificante a forma como “olham” para o que escrevo!

Dizem-me que se sentem bem com esta vida!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-11-20
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0269. Tempo

 


Não sou escravo deste meu precioso tempo

Vivo completamente este preciso momento

Vivo completamente o momento ao destempo

Vivo-o como se não existisse sequer tempo

 

Não sou escravo deste meu precioso tempo

Vivo libertinamente este preciso momento

Vivo libertinamente este generoso presente

Vivo-o como se do tempo estivera ausente

 

Não sou escravo deste meu precioso tempo

Vivo apenas aquilo que o coração me reclamar

Amo apenas quem me quiser também amar

 

Não sou escravo deste meu precioso tempo

Porque o tempo deste meu preciso momento

É muito maior que o tempo de todo o tempo

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-11-05
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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

0268. Crucificação

 


Santificada seja a infernal crucificação carnal

Santificada seja a divinal negação do natural

Santificado seja este descomunal martírio real

Santificado seja este monumental êxtase irreal

 

Para além de toda a cegueira do bem e do mal

Resta este vil sacrifício de sofrimento sem igual

Restam profundas feridas e um mar de vidas caídas

Restam defuntas infâncias e maioridades perdidas

 

Restam mutilações macabras e violentas violações

Restam mentes distorcidas e ancestrais convicções

Restam profanadores violadores pedófilos e vilões

 

Restam rituais inúteis e orações simplesmente fúteis

Restam templos catedrais e crentes de mente dormente

Restos infernais mortais que o tempo apagará eternamente

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-13
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