sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

0280. Mulher sem rosto

 


Que ser mesquinho, bárbaro e infame,

Pode subjugar o encanto de uma mulher?

Que ser mesquinho, bárbaro e infame,

Pode matar o ventre do próprio ser?

 

Como podes recear o mais puro prazer?

Como podes ocultar o corpo duma mulher?

O corpo que te concede corpo e próprio ser!

A alma que te dá a mais bela razão de viver?

 

Como podes negar a plenitude da feminilidade?

Como podes ignorar a perfeição de uma mulher?

Como podes temer a inteligência de uma mulher?

 

Ninguém pode violar o direito de ser mulher!

Ninguém pode violar o direito à personalidade!

Ninguém pode violar o direito à liberdade!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-13
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Obs.:
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0279. "Imaculada Conceição"


 

Feriando nacional.

Celebra-se hoje mais uma vez o dia da “Imaculada Conceição”.

“Imaculada, mãe de Jesus”, porque teria sido concebida sem pecado”.

Teria sido concebida sem sombra de sexo... ou pela divina luz do sexo sem sombra de pecado.

É um enorme dilema que tem dividido até a própria Igreja Católica.

 

O que é certo é que hoje se celebra mais uma daquelas indiscutíveis e absolutas verdades da religião católica onde é invocada a “vida e a virtude” da “Virgem Maria, mãe de Jesus”, nascida sem qualquer “mácula” ou sombra de “pecado original”.

Curiosamente, discutir a sexualidade no âmbito da Igreja Católica, continua, ainda hoje, a ser assunto proibido. Na lista dos pecados capitais ainda consta o mais terrível de todos: o sexo!

 

O sexo, supostamente dádiva e criação divina, deveria ser visto com naturalidade, mas infelizmente, continua a não ser. Ao longo de séculos tem sido demonizado e transformado em pecado original; que no seio da própria igreja católica levaria a alguns dos maiores “pecados sexuais” que ultimamente têm eclodido e chocado a sociedade atual.

 

O dogma da “Imaculada Conceição” terá tido origem numa festa “decretada em 1476 pelo Papa Sisto IV.”…

Em Portugal, “a 25 de março de 1646, o rei D. João IV organizou uma cerimónia solene, em Vila Viçosa, para agradecer a Nossa Senhora a Restauração da Independência de Portugal em relação à Espanha. Foi a Igreja de Nossa Senhora da Conceição que a declarou padroeira e rainha de Portugal. Desde este dia, mais nenhum rei português usou coroa na cabeça, privilégio que estaria disponível apenas para a Imaculada Conceição.”

 

Este é apenas mais um dos muitos dogmas religiosos que perduram na sociedade portuguesa, marcadamente enraizada e manipulada pela religião.

 

Faz algum sentido continuar a fazer deste dogma um feriado nacional?

Faz algum sentido parar Portugal para celebrar uma mentira?

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-12-08
Imagem: Internet
Obs.:
Direitos reservados.
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

0278. "Passageiro"

 


Eduardo Cabrita, Ministro da Administração Interna, pediu a demissão após serem conhecidas as conclusões do inquérito do Ministério Público ao acidente na A6 em que perderia a vida um funcionário da Brisa e o condutor da viatura, ser acusado de homicídio por negligência.

Saiu “sem honra nem dignidade”[1], de forma arrogante e sem assumir qualquer responsabilidade pessoal ou política do acidente!

Saiu como mero “passageiro” da viatura oficial em que seguia!

Saiu para não ser vergonhosamente obrigado a sair!

 

Dias antes, ao ser questionado se a viatura em que seguia circulava a mais de 200 Km/h, responderia que… “estando a decorrer um inquérito pelo Ministério Público, o Ministério da Administração Interna não tem nada a acrescentar aos esclarecimentos públicos já prestados”.

 

De acordo com o inquérito, no momento do atropelamento, a viatura seguiria a 163 Km/h.

“O Código da Estrada define que a velocidade máxima em autoestrada, para um veículo ligeiro de passageiros ou misto, é de 120 km/h. No entanto, a lei também especifica que, “sem prejuízo dos limites máximos de velocidade fixados, o condutor deve moderar especialmente a velocidade” em casos concretos, como quando estejam “assinalados sinais de perigo”. No troço da A6 onde aconteceu o acidente do carro em que seguia o ministro, estavam a ser feitas obras de manutenção ao longo da via, pelo que os trabalhadores afirmaram que eram protegidos à retaguarda por uma carrinha com um sinal luminoso.”

 

Como militar, gostaria de referir o seguinte…

Durante vários anos fiz o mesmo percurso que o senhor ministro, em viaturas militares, com uma pequena grande diferença: todos os ocupantes eram militares e o Cmdt da viatura, ordenava sempre que não se excedesse os limites estabelecidos por lei; ordem essa que era exemplarmente cumprida pelo mesmo e escrupulosamente acatada pelo condutor.

Refiro apenas que todas as viagens decorreram tranquilamente, sem qualquer acidente ou sequer situações de perigo iminente.

 

O Sr. Ministro, como Cmdt da comitiva, ou talvez apenas mero “passageiro”, como afirma, para fugir à sua responsabilidade, simplesmente deixou-se conduzir em ordem ao cumprimento de uma agenda, que provavelmente até nem era o caso, pois encontrava-se de regresso de uma cerimónia militar.

 

Esta é a grande diferença entre um militar (que o Sr. Ministro tutela) e o Sr. Ministro:

O cumprimento da Lei!

 

Como militar exemplar, admiro militares que cumprem e fazem cumprir a lei… ou por outras palavras… “com tomates! [2]

 

Disse… Sr. Ministro!


 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-12-05
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[1] Marques Mendes

[2] Ronaldo, referindo-se a Simeone, atual treinador do A. Madrid


sábado, 4 de dezembro de 2021

0277. Entre a Razão e o Coração

 


“O coração tem razões que a razão desconhece”.

Blaise Pascal

 

Realmente…

Nem sempre esta nossa admirável razão compreende este nosso perfeito coração!

Mas, também, nem sempre este nosso perfeito coração, quantas vezes ingénuo, segue o caminho que a nossa ciente consciência nos dita como o mais correto…

O coração é normalmente considerado o culpado pelas escolhas erradas… mas, quantas vezes não nos guiou para o caminho da felicidade?

É tão bom ouvir o pulsar do nosso coração!

 

Quantas vezes o nosso coração no impulsionou a seguir um caminho e a nossa razão nos avisou que seria demasiado perigoso seguir em frente?

Quantas vezes a razão nos indicou o caminho hipoteticamente mais certo e o coração nos arrastou para o caminho incerto que tanto desejou?

Quantas vezes não nos debatemos interiormente pelo caminho que devemos seguir?

Certamente muitas vezes!

 

Realmente…

Nem sempre é fácil encontrar o tal ponto de equilíbrio entre o racionalmente correto e o emocionalmente desejado.

 

 

Dizia Rousseau que…

“Se é a razão que faz o homem, é o sentimento que o conduz.” 

 

Realmente…

À medida que vamos construindo o ser que somos… são as emoções e as ilusões que nos vão conduzindo… que nos vão movendo, que nos vão estimulando… que nos vão fazendo sentir vivos… que vão dando vida a cada dia desta vida!

 

Há que reconhecer que não existem decisões completamente acertadas… nem amores completamente perfeitos…

 

Por isso devemos seguir o caminho que fica no limiar de ambos os caminhos…

O caminho que nos permite perceber o que realmente sentimos…

O caminho que nos permite saber o que realmente somos…

O caminho que nos permita ser e aceitar o que verdadeiramente queremos ser!

 

É neste limiar, entre o sentimento e a razão, que tudo pode acontecer… e onde podemos ser realmente felizes!

O caminho que nos faz sentir emocionalmente e mentalmente felizes!

 

Realmente…

O ideal seria a razão e o coração caminharem sempre de mãos dadas no nosso interior!

 

Mas nem sempre tal acontece… por vezes divergem…

Por isso importa que ambos acabem por se conciliar e vivam sempre em paz!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-12-03
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Obs.:
Direitos reservados.
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