2024-10-28

1004. La voix de l'amour

 


Je suis seule, plongé dans un silence profond.

Au loin j'écoute une voix qui dit:

 

J' aime bien moi même[1]

J' aime bien ma femme[2]

J' aime bien mes parents  et mon frère[3]

 

J' aime bien mon chien[4]

J' aime bien les fleures de mon jardin[5]

J' aime bien  les poissons de mon voisin[6]

 

J' aime bien la Mer[7]

J' aime bien la Terre[8]

J' aime bien le Soleil, même d'hiver[9]

 

J' aime bien ma position[10]

J' aime bien ma maison[11]

J' aime bien ma profession[12]

 

J' aime bien le savoir[13]

J' aime bien  un tableau de Renoir[14]

J' aime bien  lire dans le soir[15]

 

J' aime bien sentir pas penser[16]

J' aime bien aimer[17]

J' aime bien partager[18]

 

J' aime bien Dieu et la Vie[19]

J' aime bien ma Patrie[20]

J' aime bien toi Sophie[21]

 

Et dans le silence la voix s'en va silencieusement




[1] Amour propre; 
[2] Amour conjuguel
[3] Amour fraternel
[4] Amour par les animaux terrestes
[5] Amour par les plantes
[6] Amour par les animaux maritimes
[7] Amour par le monde
[8] Amour par le monde
[9] Amour par le soleil
[10] Amour sociale
[11] Amour matérial
[12] Amour professionel
[13] Amour par le savoir
[14] Amour par l’art
[15] Amour par la literature
[16] Amour sentimental
[17] Amour sexuel
[18] Amour pour donner et recevoir (amitié...)
[19] Amour religieu
[20] Amour national, patriotique
[21] Amour total



1003. Amor


 

Amor é

 

O que é não sei

Sei que dói

Rói e corrói

Por vezes até destrói

 

Amor é

 

O que é não sei

Mas é o meu Rei




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1002. Dadinha

 


Há quanto tempo não voas no céu deste Mundo-louco

Queria tanto soltar as tuas asas e sentir nas minhas mãos

a liberdade dos teus movimentos esvoaçantes

 

Há quanto tempo não vês tu o Arco-íris

Queria tanto soltar as suas cores e encher de vida

esse teu mundo sem sentido real

 

Tu que tanto lutas

Tu que tanto desejas a liberdade

Diz-me o que quer dizer Liberdade

Diz-me porque choras ris ou cantas

Diz-me porque já não sou mais criança




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1001. O combóio

 


I

Encontrei-te naquele distante comboio-de-infância...

Recordas?

O teu cabelo curto, coberto por um boné de pala, a roupa diferente dos demais, transformavam-te no companheiro de brincadeira ideal.

-Dominó! Ganhei!... -gritavas saboreando exuberantemente o doce prazer da vitória. E explicavas modestamente:

-Para se ganhar é preciso juntar as frutas certas nunca esquecendo as repetidas...

-Meninos... -gritava a minha mãe. Não, creio que era a tua.

-Portem-se bem!

Esta foi talvez a mais bela viagem da minha vida.

Porquê?!...

Porque era uma criança, e essencialmente porque tu lá estavas.

 


 

II

Embarcamos então no maravilhoso barco-da-adolescência…

Recordas?

No teu cabelo começaram a surgir as primeiras ondas, em teu rosto e sobretudo no corpo, operavam-se transformações que geravam profundas controvérsias no meu seio…

Gostava de ti… sim, tu devias ser o que eles chamavam “rapariga”, aquelas fracalhotes que nem uma corrida aguentam e choram por tudo e por nada…

Continuamos, no entanto, sempre no mesmo barco, distantes… mas tão perto um do outro…

No teu camarote, eras sem dúvida a mais bonita -sim, porque já notava essas coisas!... enquanto, aqui pela coberta, me tornava o mais forte, o mais inteligente…

A determinada altura finalmente encontramo-nos algures num dos compartimentos da proa…

Nesse momento o barco parou, o tempo parou…

Só tu te movimentavas na minha direção, como se flutuasses… e observava-te minuciosamente… como mudaras desde aquele primeiro dia de viagem… estavas tão diferente…

 


 

III

“Amei-te, amo-te, amar-te-ei sempre…” palavras irromperam dos teus lábios quebrando o silêncio e a inércia do momento…

De início não entendia absolutamente nada. Já tinha visto na televisão pessoas dizerem palavras daquelas e até beijarem-se na boca, mas… será que tu também me irias beijar?

Uma estranha sensação de medo/desejo percorreu o meu corpo ao ver o teu rosto bonito mover-se para o meu… (fechas-te os olhos que eu bem vi!) …

-Meninos! -gritou a tua mãe, ou seria a minha? – Portem-se bem!

 


 

IV

Surgiu então a tempestade e o naufrágio tornou-se inevitável…

O maravilhoso barco em que viajávamos destroçara-se nos recifes daquela praia que sonháramos…

A partir daí só sofri na minha ilha deserta, onde acabaria por ficar…

Ainda te enviei uma mensagem naquela garrafa que encontrei caída na areia, mas o tempo passava dolorosamente indiferente…

Aquele rapazinho que tantas aventuras vivera contigo, já não era o mesmo… crescera imenso… os seus músculos tornaram-se mais fortes, os ombros mais largos… transformara-se num homenzinho…

E tu como estarias?

Decerto usando cabelos longos, alguma maquilhagem para realçar o teu rosto lindo… um vestido atrevido realçando as linhas de mulher feita, sensual…

 


 

V

O voo no avião do futuro acabara de rasgar os céus quebrando todas as barreiras do sonho…

Será que aquela mulher de vestido preto ainda existia? Será que serias realmente tu?

-Jogamos outra partida de dominó -ainda sugeriste.

-Mas não te esqueças que para ganhar é preciso juntar as frutas certas!

-Eu sei, tolinha, não precisas de me dizer nada. Eu sei como é.

-Bem, recomecemos então…

Recordo perfeitamente o leve sorriso que naquele momento se voltou a desenhar no teu rosto…

Recordas?

-Meninos, portem-se bem! -alguém gritou de dentro. Creio que era o teu pai, ou talvez o meu…

Depois destas não mais sei o que aconteceu…

De qualquer modo, se tiver oportunidade, prometo que um dia te contarei como terminou a viagem.

O final.

Sabes, é que não consigo inventar!



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