sexta-feira, 28 de abril de 2023

0337. Fé

 

 

Gosto de pessoas com fé… religiosas, ou não!

Gosto de pessoas que acreditam nas suas capacidades!

Gosto de pessoas que acreditam que são capazes de vencer, ainda que, à priori, não tenham a certeza das convicções porque só à posteriori as podem confirmar.

 

Podemos ter fé de que vamos vencer uma prova…

No entanto, nada nos garante a vitória, porque são inúmeros os condicionalismos... os nossos adversários podem ter a mesma fé e nada nos garante que não tenham treinado tanto ou mais que nós… e que, na realidade, sejam realmente melhores!

Podemos ter fé que ficaremos bem num exame porque estudamos muito e sentimos que iremos passar. No entanto, nada nos garante que tenhamos êxito. Poderá não correr como imaginávamos.

Podemos também ter fé em milagres ou na existência de seres divinos!

No entanto, contrariamente às primeiras convicções, estas não têm qualquer base científica sólida que as sustente e não podem ser observadas ou confirmadas.

Se à posteriori, poderemos realmente confirmar a vitória ou o êxito no exame, obviamente fruto das nossas capacidades, do esforço, do querer… neste último caso, é impossível, uma vez que a nossa fé, ou o acreditar não faz nada acontecer ou existir!

Há, pois, a fé fundamentada no esforço e na dedicação que à posteriori pode ser realizada, e a fé religiosa, imaginada, que jamais poderá ser testada ou confirmada.

Podemos prever que amanhã vai chover ou estar sol…

Se estivermos no verão, a probabilidade de estar sol será bastante elevada, enquanto que, no inverno, a probabilidade será bastante reduzida. É perfeitamente espectável.

Podemos também prever, embora mais raro, um fenómeno atmosférico que normalmente ocorre quando o sol atravessa nuvens de cristais de gelo e reparte a luz (parélio), criando a ilusão ótica de diversos “sóis” em movimento, numa espécie de dança nupcial com as nuvens. Para os mais crédulos, terá sido este o fenómeno extraordinário ocorrido na Cova da Iria que estaria na origem do “milagre de Fátima” -a célebre “dança do sol” que serviu de prova às ditas aparições!

Para os mais informados, não terá sido mais do que um simples fenómeno atmosférico, que, de resto, poderá acontecer em qualquer lugar do mundo onde as condições atmosféricas sejam as mais propícias.

Considerar esta célebre “dança do sol”, ou por outras palavras, movimento gravitacional, uma realidade, teríamos que admitir que nesta altura estaríamos todos na companhia dos “anjinhos” a navegar eternamente no espaço sideral!

Claro que se à posteriori qualquer uma destas possibilidades se pode verificar (um belo dia de sol…  um acinzentado dia de chuva… ou, ainda que menos provável, um inesperado parélio) … no entanto, não faria qualquer sentido atribuí-las à ação de supostas divindades e muito menos a um qualquer fenómeno milagroso!

Qualquer pessoa minimamente racional que queira fazer este tipo de previsão com a maior probabilidade possível de acertar, certamente que previamente se informará sobre as condições meteorológicas e não se fundamentará apenas num mero processo empírico baseado em crenças pessoais.

Normalmente as pessoas que mais êxito alcançam nas suas previsões são aquelas que se apoiam em dados científicos, que possuem capacidade para os analisar e retirar deles conclusões objetivas.

Existem inúmeras pessoas que se vangloriam de ter acertado nas suas previsões, sobretudo quando as probabilidades eram reduzidas… são os “adivinhos”, ou por outras palavras os “charlatães”, que se aproveitam da inocência dos interlocutores para retirarem proveitos financeiros desses seus dotes supostamente sobrenaturais.

 

Há pessoas que precisam da fé, sobretudo religiosa, para se sentirem bem ou sentirem que têm êxito na vida, sobretudo por pensarem que tal é uma virtude… procuram convencer os demais a acreditar no seu credo como fórmula de êxito e resolução pessoal, associando muitas vezes a devoção ao ideal de bem e de ajuda ao próximo. No entanto, é preciso clarificar que a fé religiosa acaba invariavelmente por culminar no mero acreditar, ou pelo menos, no que se acredita saber; nunca num facto objetivo ou conclusão, porque jamais pode ser confirmada, o que normalmente pode levar à frustração ou desilusão pessoal, muitas vezes com consequências dramáticas e irreversíveis para o futuro do crente. Em casos extremos pode mesmo levá-lo a acreditar que os seus problemas se resolverão através da fé… do acreditar… não apenas em si, mas também no ser imaginário que venera, que supostamente o protege e ajuda a ter êxito na vida.

 

Gosto de pessoas com fé… religiosas, ou não!

Gosto sobretudo de pessoas que têm fé no seu esforço, no seu trabalho, na sua dedicação para assim alcançarem os êxitos e objetivos previamente traçados.

 

Obviamente, desde que possível, qualquer um pode acertar numa determinada previsão…

 

Não será por acaso que alguém acerta na chave do sorteio do Euromilhões!

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-04-17
Imagem: Internet
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