A determinada altura da vida atingimos um determinado patamar de
consciência que nos confere um nível de perceção exclusivamente racionalista.[1]
A determinada altura da vida deixamos de temer criaturas “infernais” e aspirar
a “paraísos” supranaturais.
A determinada altura da vida, somos inevitavelmente arrastados pela
corrente de observação objetiva da realidade.
A determinada altura da vida a consciência atinge praticamente o seu
auge e assimilamos que só AGORA podemos ser realmente felizes.
A determinada altura da vida deixamos de ter pressa de viver e queremos
apenas desfrutar.
A determinada altura da vida queremos simplesmente conhecer e esquecer
tudo o que inutilmente nos impuseram.
A determinada altura da vida queremos simplesmente deliciar com esta
maravilhosa paisagem com que diariamente nos deslumbramos.
A determinada altura da vida queremos simplesmente estar em paz,
connosco e com todos os que nos rodeiam.
A determinada altura da vida queremos simplesmente saborear o mais
simples dos milagres…
A VIDA!
Aspiramos então a ser apenas nós…
Livres e satisfeitos!
Aspiramos então a sentir e que nos deixem sentir completamente.
Aspiramos então a pensar e que nos deixem pensar da forma mais racional
possível.
Aspiramos então a amar e sobretudo que nos deixem amar quem e o que
realmente amamos.
É então que assimilamos que nunca é tarde para Sonhar…
É então que assimilamos que nunca é tarde para Amar…
É então que culminamos que nunca é tarde para Viver…
E nunca é tarde para DESPERTAR!
[1] Numa
fase mais precoce, traduzida pela descoberta e deceção que conduz ao desacreditar
do “pai natal” e de todas as figuras do universo imaginário.
Numa fase mais matura, alicerçada no crivo do
contraditório e na consciência da realidade, traduzida na contínua desconstrução
e desmistificação de todos os dogmas previamente incutidos.
É, pois, normalmente neste apogeu de plena capacidade
física e intelectual, que é atingido o desacreditar lógico e racional em todas
as entidades ditas “divinas; o ponto de perceção do ideal divino como mero conceito
individual e abstrato, factualmente inexistente fora do contexto mental humano”.
A óbvia assimilação e conclusão do ato mental,
característico da espécie humana, que varia de acordo com contexto
sociocultural onde se produz.