2023-08-14

0362. Analogia

 




https://www.dn.pt/sociedade/bacelar-gouveia-tal-como-o-estado-da-dinheiro-a-arte-ou-ao-desporto-tambem-pode-apoiar-atividades-religiosas-16829108.html

 

Num comentário a uma publicação do Facebook relativamente a uma notícia do DN em que Bacelar Gouveia, jurista, investigador de Direito e Religião da Universidade Nova e da Autónoma de Lisboa, solicita mais apoio do Estado para atividades religiosas, efetuei a seguinte analogia, relativamente ao pedido do, já falecido, cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo…

 

https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/igreja-quer-mais-dinheiro-do-estado?fbclid=IwAR26n0oblzma7hDSgqCNZq9YxEyvV9x2__EuPWH4PFwS1uqc4hq0cJyuNlY

 

Tanto o cardeal José Policarpo como o jurista Bacelar Gouveia, apelaram a mais ajuda do Estado para atividades/estruturas religiosas. É um facto!

 

Relativamente à laicidade do Estado (e a propósito das JMJ), muito se tem falado sobre o tema tendo havido divergências inclusivamente, entre políticos e constitucionalistas.

 

Assim, aqui fica a minha opinião sobre o assunto, com base na própria Lei:

De acordo com a Constituição da República Portuguesa (CRP), vivemos num Estado Laico;

De acordo com o artigo 41º da mesma CRP, a Igreja Católica Apostólica Romana e demais comunidades religiosas, estão separadas do Estado;

Da letra da Lei, depreendo que a religião não pode influenciar o Estado e este deve garantir liberdade religiosa a todos os cidadãos portugueses.

Da letra da Lei, depreendo que o Estado não pode dar preferência a nenhuma religião (nomeadamente a Católica) em detrimento de outras;

 

O Estado português está a injetar dinheiro público (a comunicação social refere apenas 36 milhões de euros) num evento da Igreja Católica, beneficiando a ICAR, uma instituição bilionária, com lucros astronómicos a nível mundial. É um facto!

 

Disse.

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-08-11
Imagem: Internet
Obs.:
Direitos reservados.


0361. Deus?!

 

          


Não será, de todo, correto questionar…

“Existe ou não um deus?”

 

Deveria partir-se do pressuposto da sua manifesta inexistência…

“Se existisse um deus...”

 

Não serei eu, nem ninguém, certamente, que aferirá ou negará a existência de um “deus”!

O dito “divino” depende, antes de mais, da inteligência e perceção individual relativamente à análise da realidade… que é consistente, objetiva, solida, e por vezes, até cruel com os seres que habitam o planeta terra.

A realidade diz-nos apenas que nascemos, vivemos… e morremos!

Esta é a realidade da condição humana e de todos os seres vivos!

Não é o ser humano, que se julga privilegiado, e se autocoloca no topo da pirâmide, que define as regras. É a natureza… e de forma implacável!

Quem vive em função de um “deus” pré-definido por doutrinação cultural ou por imaginação pessoal, tem necessariamente que negar a própria racionalidade e predispor-se a sacrificar o mais sublime e irrepetível valor de toda a humanidade: a vida!

Sacrificar a vida… implica morrer, antes mesmo de morrer!

É precisamente pela vida, pela capacidade de criar e imaginar, que podemos questionar a existência de um “deus”; é ela que nos permite evoluir e raciocinar ao ponto de considerar um autêntico absurdo a existência de uma entidade divina fora do contexto mental humano.

Somos suficientemente racionais para não perder mais tempo a tentar provar ou negar a existência de “deuses”… -realmente, não se pode comprovar a sua existência!

Não se pode provar o que não existe!

É perfeitamente óbvio a qualquer mente minimamente ciente que o Homem, quando pensou criar o seu “deus”, teria previamente que existir, tal quando começou a pensar que esse mesmo deus o criou a si.

Sem Homem, não existe “deus”!... É um facto!

Não existindo qualquer prova ou evidência da sua existência, deveria partir-se sempre do pressuposto da sua óbvia inexistência.

A questão tem sido amplamente debatida e alvo de combates inflamados entre crentes e descrentes para justificar ou impor a sua posição…

Outrora a crença esmagava implacavelmente crenças e descrenças, impondo a sua divindade.

Agora a descrença começa a observar cientificamente, começa a constatar a evolução da humanidade e toda a biodiversidade; começa sobretudo a libertar-se da crença…

O conceito de “deus” que a religião católica procura impingir aos seus mais vulneráveis fiéis, é completamente absurdo, irracional e primitivo.

Qualquer mente, minimamente ciente, consegue facilmente desmascará-lo, bastando para tal conhecer alguns factos históricos e científicos dos últimos dois milénios.

Obviamente não encontrará qualquer dado científico sobre a sua suposta autocriação, criação do sol, da terra, da humanidade e toda a biodiversidade… -em seis dias, porque ao sétimo decidiu descansar!

Obviamente não encontrará qualquer dado científico sobre nenhum “deus” … simplesmente porque não existe!

Nunca ninguém viu nenhum “deus”!... É um facto!

Na data alusiva à sua génese não existem referências biográficas ou históricas a qualquer ser supranatural. Poder-se-á, eventualmente, equacionar o nascimento, existência e falecimento do carpinteiro José; mas, tão-somente o ser humano… que tal como todos os José’s da altura, simplesmente habitaram o planeta terra, algures em Jerusalém.

Em Jerusalém, ou em qualquer outra parte do mundo, jamais, em tempo algum, alguém morreu e voltou para contar a sua façanha!... É um facto!

O objetivo da questão será, eventualmente, mais evidente que o da invenção, pois é observável e acessível a qualquer mente minimamente racional…

Basta observar toda a riqueza e ostentação do Vaticano!

Basta observar toda a riqueza e ostentação de Igrejas e Catedrais da Igreja Católica!

Basta observar toda a riqueza e poder de todas as crenças!

Basta observar toda a riqueza e poder e comparar com a realidade!

 

Existe ou não um deus?!

Se existisse um deus como seria atualmente o mundo?!

Pois, é indiferente questionar… seria igual!

Esta é a realidade…

Questione-se, ou não!

Acredite-se, ou não!

 

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2022-05-12
Imagem: Internet
Obs.:
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