Como é possível que, à entrada do
terceiro milénio, voltemos a ter Guerra na Europa?!
Guerra!... -é verdade, eu disse mesmo
Guerra!
A Guerra que viola a… vida!
A Guerra que viola todos mais
elementares direitos humanos!
A Guerra viola a liberdade e a
segurança!
A Guerra ofende a dignidade do ser
humano!
A Guerra, um autêntico atentado à
consciência humana!
A Guerra, um dos mais marcantes sinais
de estupidez humana!
A Guerra, o último reflexo de
inconsciência e animalidade humana!
A Guerra, a última fronteira da
crueldade, desumanidade e degradação humana!
A Guerra, hoje, já não se pode
permitir!
A Guerra continua hoje… um espetáculo
abominavelmente mediatizado, feito das mais violentas imagens de condição
humana, ao qual assiste meio mundo,
impávido e sereno... -observadores, passivos, comentadores atentos à “ação
justiceira” dos intervenientes... (os tais militares/políticos, heróis do
mundo, polícias/juízes do mundo providos da plenitude da razão, que lhes
confere força de atuação, de subjugação e eventualmente o direito à própria
vida alheia), uns quantos políticos e intelectuais a falarem de “possíveis
soluções”, de “direitos humanos”, de “liberdade”, de “justiça social”, de
“coerência intelectual”, e até de “ataques bem sucedidos” para justificar o
injustificável!...
Uma guerra continua hoje… um espetáculo
onde alguns ganham muito dinheiro e compram quase tudo!... e onde outros,
muitos, perdem tudo... -a terra, pela qual toda uma vida lutaram e por vezes
até a própria vida...
O que é um facto é que o dinheiro gasto
nestes dois meses em armamento, que tanta morte e destruição tem semeado, seria
mais do que suficiente para resolver o problema pela via diplomática evitando
assim tão grande número de mortos e deslocados... Mais do que a própria questão
étnica, existe falta de diálogo, de educação, que terá que partir dos próprios
políticos.
O que é um facto é que o dinheiro gasto
nestes dois meses em armamento alimentaria inúmeras bocas em África e no resto
do mundo! -diz a UNICEF que “nos Estados Unidos, uma em cada oito crianças não
mata a fome, e que, em todo o mundo, quinze milhões e meio de crianças morrem
de fome ou subnutrição”.
Segundo as Nações Unidas “17% da
população mundial detém, controla e consome os recursos do planeta, enquanto os
outros 83% vivem no «limiar» ou abaixo do limiar da pobreza?” ...
Como é possível?!
Como é possível falar todos os dias em
mais e melhor industrialização, em mais e melhores condições económicas, em
menos desemprego, em melhorias tecnológicas aos mais diversos níveis, em
globalização... se cada vez mais a condição humana e o próprio planeta se
degradam a um ritmo assustador?
Alguma vez algum representante de um
dos grandes monopólios financeiros se preocupou com as lágrimas de todas estas
crianças do Kosovo, com o rosto de horror e desespero da rapariga que foi
brutalmente violada, ou da mulher que viu o marido ser barbaramente
assassinado?
É preciso que as instituições[1]
tomem medidas… hoje!
Nunca é demais recordar que todos os
Estados assinaram uma “Declaração Universal dos Direitos do Homem”,
comprometendo-se a promover, em cooperação com a Organização das Nações Unidas,
o respeito universal e efetivo dos direitos do homem e das liberdades
fundamentais... para que reine a paz e uma ordem capaz de tornar plenamente
efetivos esses mesmos direitos e liberdades, enunciados na Declaração.
Mais do que apontar ou punir culpados,
mais do que inventar ou pedir desculpas, é preciso parar esta guerra, e todas
as estúpidas guerras como esta!
É preciso dizer… BASTA!... BASTA!... BASTA!...
Este não é um grito isolado, mas com
certeza o grito de muita gente!
Vi hoje pela
comunicação social, num congresso de um partido político, um político[1] dizer que outro político escrevera no 'Twitter' que… “gosta muito
quando atravessa a ponte e não consegue ver Jesus Cristo em Almada…” e que “gostaria de deixar toda a nossa (sua)
caridade cristã…”, porque o outro partido[2] “significa a tentativa de destruir tudo aquilo em que nós (ele ou
eles) acreditamos, inclusivamente pela falta de respeito por aquilo que devia
ser afastado, por decência, do essencial do debate político. Com a religião não
se brinca, com a fé dos outros não se brinca", -disse.
Ora, só
depois destas palavras, percebi realmente a quem se dirigia[3]…
Ora, só
depois destas palavras, percebi quem as tinha pronunciado…
Ora, tendo eu
vivido durante quatro anos em Almada e atravessado praticamente todos os dias a
ponte para o outro lado para ir trabalhar, a verdade é que também eu, nos dias
de nevoeiro, “não conseguia ver a dita estátua!”. É um facto!
Ora, a
verdade é que, também eu, quando nos dias de sol, quando a via… e vejo… (e não
tendo eu qualquer preferência política ou “religiosa”) apenas via realmente…
“UMA ESTÁTUA” de pedra!
E foi
precisamente o comentário ao comentário do “Twitter” que despertou este meu
comentário:
O Estado português
não tem uma “religião”, nem pode impor determinada visão da dita “religião” à
sociedade…