2018-04-03

0093. Religião militar





Comentei com um amigo que “discordava da região no seio da GNR”.
Para meu espanto fui imediatamente acusado de “não respeitar quem era religioso” e de ser um “privilegiado que nunca passou por qualquer tipo de dor ou privação…” e que, “se tal acontecesse, de certeza que seria também…”.
Que tenha conhecimento, não existe qualquer relação direta entre “dor ou privação” e o facto de ser, ou não, religioso… ou com a minha “discórdia da religião no seio da GNR”.
Acabaria por ignorar as suas palavras para eventualmente não quebrar a amizade que nos une…
Respeito a opinião de quem acredita nesta e noutras crenças…
Gostaria que respeitassem também quem simplesmente acredita no que vê.

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Autor: Carlos Silva
Data: 2009-11-16
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2018-04-02

0092. Desvendado





Depois de nascer comecei a ouvir
Depois de nascer comecei a sentir
Depois de nascer comecei a pensar

Depois de crescer comecei a ver
Depois de crescer comecei a questionar
Depois de crescer comecei a duvidar
Depois de crescer comecei a reparar

Sei que não é perfeita a minha visão
Sei que não é simples aceitar o final
Sobretudo em terra de cegueira divinal

Sei que não é perfeita a minha questão
Sei que não é simples aceitar o mortal
Sobretudo em terra de dureza natural

Vejo agora plenamente[1]  a humanidade do pai natal
Vejo agora plenamente[2]  a imagem do supranatural
Vejo agora plenamente[3] a crença no irracional
Vejo agora plenamente[4] além do bem e do mal

Vejo agora plenamente[5] a premência de saber[6]
Vejo agora plenamente[7]  a importância de conhecer
Vejo agora plenamente[8]  a urgência de educar
Vejo agora plenamente[9]  a relevância de pensar

Não pretendo usurpar expectativas ou sonhos
Não pretendo furtar amores ou ódios
Não pretendo matar anjos ou demónios

Não pretendo mudar nada nem ninguém
Não pretendo desvendar algo ou alguém
Decerto fatalmente o tempo o dirá também

Apenas quero viver plenamente esta liberdade
Apenas quero pensar plenamente esta racionalidade
Apenas quero sentir plenamente esta naturalidade
Apenas quero desfrutar plenamente esta realidade

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Autor: Carlos Silva
Data: 2008-11-05
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[1] Experimentalmente
[2] Idem
[3] Idem
[4] idem
[5] Idem
[6] Conhecimento científico
[7] Experimentalmente
[8] Idem
[9] Idem




2018-04-01

0091. Amor





O Amor fascina
O Amor desperta ínfimos prazeres
O simples facto de amar acelera o coração

O Amor ergue ‘Castelos de Areia’[1]
O Amor ergue toda esta vida literal
O simples facto de amar dá sentido a esta vida

Resta esta louca ilustração de amar
Resta este doce prazer do repouso dos sentidos sobre um acto de amor
Que por momentos alcançou a Satisfação
Que por momentos alcançou a Unidade

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Autor: Carlos Silva
Data: Desconhecida
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[1] Poema




0090. Amar






Amar é pensar com o coração!
Amar é sentir com esta emoção!
Amar é sentir a emoção que te conhece!
Amar é sentir razão que te desconhece!

Amar é pensar com esta irracionalidade!
Amar é sentir com esta intensidade!
Amar é sentir este fogo plenamente!
Amar é sentir esta vida absolutamente!

Amar é abandonar este pensamento…
Amar é viver apenas este momento…
Amar é sentir apenas o que Ele[1] diz…

Pensar?!... pense apenas quem lê!
Sentir?!... sinta apenas quem vê![2]
Amar é simplesmente Ser-Agora-Feliz!

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Autor: Carlos Silva
Data: Desconhecida
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[1] Amor
[2] Quem sente Amor

2018-03-30

0089. Amor primeiro





Se bem me lembro, tudo terá começado[1] por volta dos meus quentes doze ou treze Verões…
Se bem me lembro, tudo terá começado num comboio oriundo do Barreiro, quando regressava de férias... umas férias solitariamente desfrutadas na companhia de meus pais entre a límpida linha do meu azul horizonte e o poluído azul do horizonte da Linha[2]… Parede... Carcavelos... Cascais[3]... vagos portos do meu infantil-mar, cujo quartel geral se situava algures numa velha casa de aspeto ruinoso situada no Alto de S. João, mais precisamente na Quinta dos Peixinhos (a casa dos meus tios!) -quando meus pais encontram uns amigos de sua infância. Os pais do meu, então, inocente, Primeiro Amor...
As remotas referências que agora poderão aflorar pecariam por intemporalidade... parte delas perderam-se no seio do Diário I -um pequeno bloco de notas por mim próprio mal encadernado, que morreria às mãos da minha vergonha (queimara-o por considerar não possuir grande valor literário). Adorava-o por ser o meu primeiro Diário... e só mais tarde descobri que, afinal, quem ficara mais pobre fora eu...

(Diário)
«Encontrei-te naquele distante-comboio-de-infância; recordas?
O teu cabelo curto, coberto por um boné de pala, a roupa diferente do habitual, transformava-te no companheiro de brincadeira ideal.
-Dominó, ganhei! -gritavas saboreando exuberantemente o doce prazer da vitória; e explicavas modestamente: -para se ganhar é preciso juntar as frutas certas, não esquecendo as repetidas...
-Meninos! -gritava a minha mãe; não, creio que era a tua -sentada do banco do fundo da carruagem -portem-se bem!
Eis que mais uma gargalhada surgia. Tínhamos acabado de efetuar uma travessura ao velhote que seguia no banco à nossa frente dormindo como uma pedra.
Essa foi talvez a mais bela viagem da minha vida. Porquê?!... Porque era criança e essencialmente porque tu lá estavas!»

Foi com este olhar juvenil que então vira o primeiro encontro.

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Autor: Carlos Silva
Data: Desconhecida
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[1]Tudo começou realmente
[2] Linha de Cascais
[3]Praias para onde ia de férias com meus pais


2018-03-29

0088. Não existe





Não existe verdade na religião porque não existe religião!
Existe um conceito abstrato de religião enquanto imagem mental.
É hipocrisia não distinguir abstração duma representação física ou mental, ou não ter consciência da sua inexistência tal como é supostamente apresentada!


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Autor: Carlos Silva
Data: 2009-11-10
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