2018-03-22

0081. Uma simples história de menino





Não sei…
Não sei se esta minha simples história de menino será uma simples história…
Não sei se esta minha simples história de menino será uma simples história, daquelas simples histórias imaginadas por Lennon…
Das histórias onde não existem “paraísos ou infernos” …
Das histórias onde não existem “limites ou fronteiras”[1]
Das histórias onde não existem motivos para “matar ou morrer” …
Das histórias onde não existem “religiões” para “odiar ou venerar” …
Das histórias onde apenas existem seres humanos “vivendo harmoniosamente em paz… numa imensa irmandade”!
Não sei!

Só sei…
Só sei que esta minha simples história de menino é realmente a história de um simples menino!...
Um menino que nasceu e cresceu no seio da sua família… numa aldeia cujo nome não difere de tantos outros nomes de tantas outras aldeias e tantos outros simples meninos e meninas…
Um menino que nasceu e cresceu no mais perfeito clima de paz e liberdade… num bairro como tantos outros bairros, onde, para ir à escola bastava pular um simples muro -o muro da própria casa…
Um menino que nasceu e cresceu numa aldeia, num bairro onde todos se conhecem, onde todos falam e entreajudam, onde não existem ricos nem pobres… -ou pelo menos onde nunca se viu alguém sem pão a implorar por uma esmola…
Um menino que se entretinha a ler livros escolares, tal como se entretinha a ler livros do tio Patinhas, do Major Alvega ou do Búfalo Bill…
Um menino que adorava tocar viola e andar de bicicleta, jogar à bola, às cartas e ao Monopoly com os seus amigos… meninos, como ele, como tantos outros meninos alegres e felizes…
Um menino que no seu crescimento conheceu uma professora, uma verdadeira heroína, multifacetada, omnipresente, a perfeita amiga que ficava sempre até ao fim do dia… que conhecia na perfeição todos os meninos… as mães dos meninos… os pais dos meninos… e até os vizinhos de todos os meninos…
Um menino que no seu crescimento conheceu também uma menina, por quem se apaixonaria, também ela simples, como tantas outras meninas de outras aldeias como esta…

Sei…
Sei esta simples história de um menino porque a conheço na realidade -tal como todas aquelas histórias imaginadas por Lennon!

Ah!... John, sei também que na realidade não é um sonho!

--- / ---
Autor: Carlos Silva
Data: 2016-09-06
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.
--- / ---




[1] Países





2018-03-21

0080. Agora



Não sei até que ponto terei engenho e arte para Te desenhar…
Não sei que caminhos deslumbrantes percorrerei, que mistérios desvendarei…
Não sei se passarei de imperfeito na mais perfeita das viagens…
Mas que importa?
Não será a viagem perfeita, mas a Imagem eleita!

Não Te titularei “Agora[1]”!
Ainda que seja Agora a realização, a Verdade-Possível…

Não Te titularei “Bíblia I[2]I”!
Ainda que se trate do diário de um simples ser humano; um (in)consciente animal deambulando sobre a simples coerência-da-mera-racionalidade…

Não Te titularei “Despertar[3]”!
Ainda que se trate de renovação de mentalidade… que invariavelmente, no tempo, acabará por acontecer!

Não Te titularei “Eu[4]”!
Ainda que sejam fragmentos desta minha viagem mental…

Logo Te decidirei.
Fica este afável cerrar de olhos, neste sorriso do tamanho do mundo, por entre o suspiro aconchegado do coração!

--- / ---
Autor: Carlos Silva
Data: 1999-06-21
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.
--- / ---









[1] Possível título do Livro
[2] Idem, anterior
[3] Idem, anterior
[4] Idem, anterior

2018-03-20

0079. Realidade







Valerá a pena sentir, pensar e interpretar toda esta Realidade?

A Realidade que te passa e ultrapassa quando a pretendes abraçar e abarcar!...

Valerá a pena ser Algo nesta realidade?
Na realidade, só Agora somos Algo!


Valerá a pena viver Algo nesta realidade?
Na realidade, só Agora vivemos Algo!


E, na realidade, não seremos Nada!


--- / ---
Autor: Carlos Silva
Data: 1999-09-09
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.
--- / ---




2018-03-19

0078. Grito de impotência






Quantas vezes não queremos traduzir por palavras este ou aquele pensamento, este ou aquele sentimento, esta ou aquela emoção, esta ou aquela frustração, esta ou aquela abstração… por entre uma desmedida sensação de impotência e desespero...
Quantas vezes não nos falta a palavra “eleita”, a que “tudo diz da forma mais pura e perfeita”, a mais abrangente, o conceito que realmente pretendemos transmitir ao destinatário…
Criamos estes signos na expectativa de que alguém os interprete conforme o espelho do pensamento ou do sentimento...
Independentemente do significado, cada um faz a sua interpretação, diversa, não apenas da palavra que perante os olhos se depara, mas também da realidade que através dela se pretende transmitir...
Uns analisam a realidade fonética, outros a realidade abstrata[1] sob as mais diversas conotações associativas...
Grande parte sentirá, como eu, uma estranha dor por toda aquela gente, uma impotência desmedida por querer e não poder ajudar...
Talvez não seja suficientemente perfeito ao ponto de traduzir fielmente, pela palavra, o que realmente sinto...
Talvez não existam conceitos sensações ou ideias definíveis; apenas simples relações entre os signos e os seus significados que simplesmente podemos aprofundar...
Podemos aprender[2] através da linguagem... mas, a linguagem, “não é realmente o Mundo” ...
O Mundo são os que neste momento sofrem do outro lado do planeta e neste momento continuam a morrer às mãos de assassinos insensíveis e inconscientes...
O Mundo é este grito de impotência[3], igual ao grito de tantas pessoas por esse mundo, despromovido das próprias palavras que estão de ler:
Salvem Timor!

*

Alguém ouviu este grito?!
Ninguém!
Ninguém, porque é, obviamente, apenas um grito literário...
É, no entanto, um gigantesco grito de indignação, perante um povo em sofrimento atroz, que morre e continua a morrer perante a ‘nossa’ indiferença... -ou pelo menos perante a indiferença daqueles que algo mais podem fazer, numa flagrante violação dos mais elementares direitos humanos, como nunca antes se tinha visto desde o tempo do Nazismo.

Alguém ouviu o meu grito?!
Ninguém!
Ninguém porque é, obviamente, apenas um inútil grito literário...
Mas se juntarmos todos os nossos inúteis gritos literários… todos os nossos inúteis gritos de impotência, talvez alguém que possa ouvir e agir, faça algo útil…
Talvez possamos salvar vidas em Timor!


 --- / ---
Autor: Carlos Silva
Data: 1999-09-02
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.
--- / ---





[1]Ideias
[2]Aprender/Comunicar
[3]Dor


2018-03-18

0077. Hino Timorense





Sou Timorense![1]
Sou livre!
Sou igual aos demais cidadãos do mundo.
Tenho direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Ninguém pode prender-me ou deter-me!
Ninguém pode torturar-me ou tratar-me cruelmente!
Ninguém pode violar ou oprimir a minha dignidade pessoal!
Ninguém pode queimar ou saquear a minha casa!
Ninguém pode expulsar-me à força da minha terra e do meu país!
Ninguém pode violar os meus direitos mais elementares!...
Ninguém!...

Porque acredito na justiça e na paz,
Porque jurei nunca mais pegar em armas,
Porque votei para expressar ao mundo a minha vontade!
Porque quase todos os países se comprometeram em promover e cooperar com a ONU no respeito universal e efetivo destes direitos e liberdades fundamentais, desenvolvendo urgentes medidas para o seu reconhecimento e aplicação...
E ainda que alguns os desconhecem e desprezam,
E ainda que alguns os violem conhecendo-os…
Para essa minoria só me resta a indiferença…
Para essa minoria só me resta o desejo de justiça...

Só me resta continuar a lutar!
Lutar pela força das minhas palavras!
Lutar para expressar toda a minha revolta!
Lutar por tudo o que os meus olhos vêm!
Lutar!... Lutar!... Lutar!...

E porque ninguém pode cortar o sentimento de um povo:
E porque ninguém pode cortar o pensamento de um povo:

Viva a Liberdade!
Viva Timor Leste![2]

--- / ---
Autor: Carlos Silva
Data: 1999-09-09
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.
--- / ---








[1]Identifico-me como…
[2]Dedicado ao povo Timorense


0076. Aulas




No culminar de certas aulas…
Uma imensa satisfação transborda absolutamente os sentidos...
A imensa sensação do dever cumprido.

No culminar de certas aulas…
Uma imensa satisfação transborda absolutamente os sentidos...
A imensa sensação que do outro lado ficou algo de mim.

No culminar de certas aulas…
Uma imensa satisfação transborda absolutamente os sentidos...
A imensa sensação de contribuir para o futuro de alguém.

A imensa sensação da palavra mais perfeita…
A imensa sensação da atitude mais correta…
A imensa sensação do sentimento mais genuíno…
A imensa sensação do ideal mais honesto…
A imensa sensação de, sentir, que cheguei algo mais perto da (im)perfeição.

A educação[1] foi uma das minhas paixões d’infância e adolescência...
Só mais tarde a ela dedicaria a exigível exigência, porque só mais tarde alcançaria a sua verdadeira importância... 
Só mais tarde chegaria à conclusão que inadvertidamente teria feito a escolha mais certa ao ingressar na Escola da Guarda...[2]
Se um dia tiver que mudar, possivelmente não o farei tão bem, ou pelo menos com o mesmo prazer; mas, certamente continuarei a desempenhar a minha profissão com a mesma dedicação e profissionalismo com que agora o faço...
Com imensa satisfação!

--- / ---
Autor: Carlos Silva
Data: 1999-07-19
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.
--- / ---




[1]Educação
[2]EG/CFP