Diz Carlos
Moedas que as Jornadas Mundiais da Juventude serão “o maior evento das nossas
vidas” e que “o retorno será maior do que o investimento”.
“O maior
evento das nossas vidas?!”
“Nossas” de
quem?!
Só se for o
maior evento da sua vida… ou, eventualmente, dos seus interesses políticos e
económicos!
Só se for o
maior evento da vida de uns milhares de inocentes jovens crentes que o irão
pagar conjuntamente com os mesmos de sempre: os contribuintes -incluindo os que
não concordam.
Só se for o
maior evento da vida de alguns líderes católicos que o organizam… -estes, sim, lucrarão
com ele!
Sim, porque,
certamente, as famílias carenciadas e os pobres pedintes que deambulam pelas
ruas de Lisboa e Loures nem a cor do dinheiro chegarão a ver!
Será que este
“senhor”, à frente do destino da capital de Portugal, estará realmente a falar
a sério?!
Estamos em
pleno século XXI, correto? Desmintam-me se estou enganado!
Em pleno
século XXI, um evento religioso, “o maior evento das nossas vidas”?!
Presumindo
que este senhor esteja a ser sincero (não acredito!), torna-se realmente um
assunto muito mais grave!
É que,
independentemente do retorno económico que o evento poderá ter para o comércio
e para a divulgação do país, servirá essencialmente para manter acesa a chama
da religião católica um pouco por todo o mundo e em especial em Portugal onde
ainda se encontra bastante enraizada.
Trata-se da
visita de um líder religioso que vem com o exclusivo objetivo de doutrinar mais
uma geração de jovens crentes em troca de apoio incondicional e sobretudo do
seu dinheiro… o autêntico deus de todas as crenças!
Onde está a
utilidade pública deste género de eventos que ao longo de séculos tem propagado
os seus dogmas e vivido à custa do dinheiro, da ignorância, do sangue e do suor
dos mais pobres e fiéis seguidores?
Quem ainda
não adquiriu sensibilidade e maturidade suficiente para abarcar as causas e
consequências desta persistente e massacrante doutrinação infantil,
escusando-se no argumento de que se trata apenas de um evento de utilidade
pública, decerto não terá memória de alguns dos holocaustos mais marcantes da
história da humanidade. Mais grave, não terá sequer pensado nas dramáticas
consequências que poderá ter no futuro destes jovens… que podem muito bem ser
os seus filhos ou netos!
É
simplesmente humilhante ver um país organizar uma “missa” de largos milhões de
euros à custa do erário público numa altura em que o Zé Povinho estica os
cêntimos para chegar ao fim do mês e conseguir pôr o pão na mesa dos seus
filhos…
O tema do
momento tem sido o exorbitado custo do palco da cerimónia e quem paga os
milhões do “maior evento” da vida dos católicos.
A resposta
não será muito difícil de obter se as contas forem realmente bem feitas e
expostas publicamente… de resto, se olharmos para a pobreza de Portugal e para
a opulência do Vaticano, as imagens não serão certamente muito diferentes!
Com algum
sentido de humor, alguns jornalistas, livres-pensadores, titularam-no como “O
maior evento da vida do senhor Moedas”!
Não diria
melhor pois é da competência do “senhor Moedas” a organização do evento que tem
precisamente como principal objetivo coletar “moedas” para a Igreja Católica.
Só não lhe
chamaria “o maior evento das nossas vidas” (porque da minha não é, certamente!),
mas sim uma das maiores vergonhas de Portugal.
Um autêntico retrocesso civilizacional.
O futuro
encarregar-se-á de o demonstrar!
Autor: Carlos Silva
Data: 2023-02-02
Imagem: Internet
Obs.:
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