2018-04-12

0102. Momento





Toda esta liberdade física e mental
Todas estas deslumbrantes realidades
Todas estas imaginárias-possibilidades
Todas estas relutantes possíveis-verdades

Não sei até onde realmente me levarão
Não sei até onde estes limites estenderei
Não sei até onde em tão ínfimo tempo irei
Não sei sequer que fim ou falência terei

Sei apenas que esta é a realidade-possível
Sei apenas que vivo agora este sentimento
Sei apenas que vivo agora este pensamento

Plasmado neste simples e sublime Momento

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Autor: Carlos Silva
Data: 2010-08-09
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2018-04-11

0101. O célebre Acórdão






Depois de ver a notícia na comunicação social, a curiosidade levou-me a ler o célebre Acórdão redigido pelo juiz Neto de Moura sobre um caso de violência doméstica, em que censura a vítima, devido a uma relação extraconjugal.

A primeira imagem que emerge é que tal argumentação é claramente contrária a qualquer atual Constituição…

A segunda imagem que emerge é que tal argumentação é claramente contrária a qualquer raciocínio racional…

A terceira imagem que emerge (que me terá impelido e a muitos outros, a escrever estas linhas) é o sentimento de revolta contra a mentalidade “retrograda e machista” …

Na argumentação do acórdão pode ler-se:

 “Ora, o adultério da mulher é um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem…”

“Sociedades existem em que a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte…”

“Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte…”

“Ainda não foi há muito tempo que a lei penal (de 1886!) punia com uma pena pouco mais que simbólica o homem que, achando a sua mulher em adultério, nesse ato a matasse…”.

Resumindo e deduzindo… mandava a tradição que a “violência doméstica é compreensível, quando existisse adultério…” Ora, não nos podemos surpreender que ainda hoje algumas destas ditas tradições ainda perdurem!... mas, vindo de quem vem, é realmente uma verdadeira machadada na justiça portuguesa, pois está implicitamente a legitimar a violência dos homens contra as suas mulheres e a colocar em risco a vida de muitas delas…

A última imagem que emerge?

O timing do Acórdão…

A realidade é que esta ainda é alguma da tradicional justiça do século XXI!


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Autor: Carlos Silva
Data: 2017-12-18
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2018-04-10

0100. Despertar





Até que ponto o espectro epidémico dos últimos dois milénios não influenciou e adiou decididamente o que é hoje a nossa vida?
Até que ponto o novo milénio não demorará a erguer-se e a recuperar?
Até que ponto esta névoa demorará a dissipar-se?
A Lucidez e a Inteligência das novas gerações ditarão o nosso futuro.

SERÁ LENTO… MAS NUNCA SERÁ TARDE O DESPERTAR!

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Autor: Carlos Silva
Data: 2017-03-06
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2018-04-09

0099. Despertar






A determinada altura da vida atingimos um determinado patamar de consciência que nos confere um nível de perceção exclusivamente racionalista.[1]

 

A determinada altura da vida deixamos de temer criaturas “infernais” e aspirar a “paraísos” supranaturais.

A determinada altura da vida, somos inevitavelmente arrastados pela corrente de observação objetiva da realidade.

A determinada altura da vida a consciência atinge praticamente o seu auge e assimilamos que só AGORA podemos ser realmente felizes.

A determinada altura da vida deixamos de ter pressa de viver e queremos apenas desfrutar.

A determinada altura da vida queremos simplesmente conhecer e esquecer tudo o que inutilmente nos impuseram.

A determinada altura da vida queremos simplesmente deliciar com esta maravilhosa paisagem com que diariamente nos deslumbramos.

A determinada altura da vida queremos simplesmente estar em paz, connosco e com todos os que nos rodeiam.

A determinada altura da vida queremos simplesmente saborear o mais simples dos milagres…

A VIDA!

 

Aspiramos então a ser apenas nós…

Livres e satisfeitos!

Aspiramos então a sentir e que nos deixem sentir completamente.

Aspiramos então a pensar e que nos deixem pensar da forma mais racional possível.

Aspiramos então a amar e sobretudo que nos deixem amar quem e o que realmente amamos.

 

É então que assimilamos que nunca é tarde para Sonhar…

É então que assimilamos que nunca é tarde para Amar…

É então que culminamos que nunca é tarde para Viver…

 

E nunca é tarde para DESPERTAR!



[1] Numa fase mais precoce, traduzida pela descoberta e deceção que conduz ao desacreditar do “pai natal” e de todas as figuras do universo imaginário.

Numa fase mais matura, alicerçada no crivo do contraditório e na consciência da realidade, traduzida na contínua desconstrução e desmistificação de todos os dogmas previamente incutidos.

É, pois, normalmente neste apogeu de plena capacidade física e intelectual, que é atingido o desacreditar lógico e racional em todas as entidades ditas “divinas; o ponto de perceção do ideal divino como mero conceito individual e abstrato, factualmente inexistente fora do contexto mental humano”.

A óbvia assimilação e conclusão do ato mental, característico da espécie humana, que varia de acordo com contexto sociocultural onde se produz.

 


Autor: Carlos Silva
Data: 2017-03-06
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2018-04-08

0098. Romântico



Agora mesmo penso…
Penso no quão romântico fui.
Penso em todas as “ridículas cartas de amor que escrevi”.[1]
Penso em todas as “ridículas cartas de amor que recebi.

Penso em tudo o que senti.
Penso em tudo que vivi.

E na realidade…
Continuo a ser…
Continuo a não ter…
Verdadeiras razões para deixar de ser.
Para deixar de ser verdadeiramente romântico!

Todos nós sonhamos amar e ser amados por alguém!...
Quem não sonha é como uma “carta de amor” … ridículo(a)!...
Diria, que é mais ridículo ainda!

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Autor: Carlos Silva
Data: 1997-08-31
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[1] Na palavra, não na essência.

2018-04-07

0097. Fé





“A existência de Deus é um beco sem saída epistemológico: não pode ser provada nem refutada.”
A fé é manifestamente intrínseca e pode transformar-se na mais terrível das prisões: a mental.


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Autor: Carlos Silva
Data: 2008-02-25
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