2018-05-21
0114. Realidade virtual
2018-05-19
0113. O sono da razão
Titula um dos
mais célebres desenhos de Goya que…
“O sono da razão produz monstros”.
Sobre o mesmo
já na altura Freud observava…
“É uma
crítica à Espanha dominada pela ignorância, pelo despotismo, pelo desrespeito
pela vida humana, pelo fanatismo religioso, pela miséria e pela falta de perspetivas”
...
Na realidade,
Goya alertava-nos para os “monstros” que advêm do “sono” do ser.
Para o facto
desse “sono”, terem resultado algumas das maiores tragédias da humanidade.
Para o facto
desse “sono”, aflorarem religiões, crenças, seitas e mitos,
normalmente perpetradas por deuses,
profetas ou videntes…
Para a
necessidade de lutar contra a superstição e a ignorância…
E tal tem
sido a sonolência que, nos dois últimos milénios, surgiram gigantescos mantos
de obscurantismo e fanatismo que ensombraram praticamente toda a sociedade.
Em pleno
século XXI, estes “monstros” continuam…
Observam-se
multidões em delírio e completamente possuídas… lutas fratricidas entre
hipotéticos “bem” e “mal” … prometem-se “paraísos”, “infernos” e “virgens” … assiste-se
a “salvações divinas”, a “punições públicas”, a maior parte das vezes com
contornos sanguinários e de estrema crueldade; algumas absolutamente ridículas
e irracionais, incompatíveis com o pensamento racional e com o rigor científico.
Não é preciso
retroceder assim tanto na histórica da humanidade para identificar alguns
“monstros” que resultaram deste “sono” …
As
Cruzadas com seu espírito belicista, expansionista e de inspiração cristã
…
O Jihadismo
islâmico com as suas lutas radicais em nome da “fé” e da “perfeição” …
Mais
recentemente, “Mahaj Ji, Sun Myung Moon, entre tantos…
“Religiões”,
“seitas”, “crenças”, “tradições” … têm, ainda hoje, profundas raízes culturais
e ancestrais, vincadas e institucionalizadas no tecido social, de tal forma
tidas como verdades absolutas, que, questioná-las ou desacreditá-las seria sacrilégio
ou imoralidade… nalguns casos punidos com a própria vida!
Normalmente
instituem como prática corrente a violência, corrigem e punem severamente os
transviados. Exercem implacavelmente a autoridade, a submissão à ordem
estabelecida, a exploração económica, o fundamentalismo, o paternalismo… em
último caso, assumindo-se como representantes do bem, da moral pública e da
verdade absoluta.
Quase todas
perpetuam cultos ou ritos baseados nos mitos que produzem…
Quase todas
condenam e desclassificam os “infiéis” ou os “hereges” que não as seguem…
Quase todas
geram servilismo, ignorância e parasitismo…
Monstruosidades
cujas feridas ainda nem sequer sararam completamente e que não podemos ignorar
ou esquecer…
Auschwitz, na
Polónia…
O maior
símbolo do Holocausto perpetrado pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.
Nunca antes se tinha visto, de forma tão estrema, tão descomunal fascínio pela
morte, tão descomunal desprezo pela vida humana… Seres humanos a incinerar seres
humanos (ditos judeus, comunistas…) em fornos crematórios… a exterminar etnias e culturas… convictos que
eram inimigos do “regime” e que cumpriam o dever de defender a sua Pátria.
É,
inequivocamente, deste “sono” que resultam os “monstros”!