Titula um dos
mais célebres desenhos de Goya que…
“O sono
da razão produz monstros”.
Sobre o mesmo
já na altura Freud reparava…
“É uma
crítica à Espanha dominada pela ignorância, pelo despotismo, pelo desrespeito
pela vida humana, pelo fanatismo religioso, pela miséria e pela falta de
perspetivas” ...
Na realidade,
Goya alertava-nos…
Para os
“monstros” que advêm do “sono” do ser…
Para o facto
de, desse “sono”, terem resultado as maiores tragédias da humanidade…
Para o facto
de, desse “sono”, aflorarem as ditas religiões,
crenças, seitas e mitos,
normalmente perpetradas por ditos deuses,
profetas ou videntes…
Para
necessidade de lutar contra a superstição, a ignorância, a opressão e
transformação do ser humano…”
E tal tem
sido a sonolência que, sobretudo nos dois últimos milénios surgiram gigantescos
mantos de obscurantismo e fanatismo que assombram praticamente toda a sociedade…
Em pleno
século XXI, inacreditavelmente, os “monstros” ainda continuam a ensombrar a
sociedade…
Observam-se
multidões em delírio e completamente possuídas…
Observam-se
lutas fratricidas entre hipotéticos “bem” e “mal” …
Prometem-se
“paraísos”, “infernos” e “virgens” …
Assiste-se a
“salvações divinas”, a “punições públicas”, a maior parte das vezes com
contornos sanguinários e de estrema crueldade, outras, absolutamente ridículas
e irracionais, incompatíveis com o pensamento racional e com o rigor lógico.
Não é preciso
retroceder assim tanto na histórica da humanidade para identificarmos alguns “monstros”
que resultaram desse “sono” …
As
Cruzadas com seu espírito belicista, expansionista e de inspiração cristã
…
O Jihadismo islâmico com
as suas lutas radicais em nome da “fé”
e da “perfeição” …
Mais
recentemente, “Mahaj Ji, Sun Myung Moon, entre tantos…
“Religiões”,
“seitas”, “crenças”, “tradições” … têm ainda hoje, profundas raízes culturais e
ancestrais… vincadas e institucionalizadas no tecido social, de tal forma tidas
como verdades absolutas, que, questioná-las ou desacreditá-las se tornará
imediatamente um sacrilégio ou uma autêntica imoralidade… nalguns casos punida
com a própria vida!
Normalmente
instituem como prática corrente a violência, corrigem e punem severamente os
transviados. Exercem implacavelmente a autoridade, a submissão à ordem estabelecida,
a exploração económica, o fundamentalismo, o paternalismo… em último caso,
assumindo-se como representantes do bem, da moral pública e da verdade absoluta.
Quase todas
perpetuam cultos ou ritos baseados em mitos que produzem…
Quase todas condenam
e desclassificam “infiéis” ou os “hereges” que não as seguem…
Quase todas
geram servilismo, ignorância e parasitismo…
Uma autêntica
monstruosidade, cujas feridas ainda nem sequer sararam completamente e que não
podemos ignorar ou esquecer…
Auschwitz, na
Polónia.
O maior
símbolo do Holocausto perpetrado pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.
Nunca antes se tinha visto, de forma tão estrema, tão descomunal fascínio pela
morte… tão descomunal desprezo pela vida humana… Seres humanos a queimar seres humanos (ditos
judeus, comunistas…) em fornos crematórios… a interna-los em campos de
concentração… a exterminar etnias e culturas… convictos que eram inimigos do
“regime” e que cumpriam o dever de defender a sua Pátria…
É o fim da
Liberdade…
É o fim da
Democracia...
É o fim do
Ser Humano...
É,
inequivocamente, deste “sono” que resultam os “monstros”!
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Autor:
Carlos Silva
Data: 2018-06-18
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.
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