O Presidente
da República esteve ao lado do Presidente da Assembleia da República na que
foi, eventualmente, a mais polémica celebração da Liberdade…
A maior parte
do seu discurso foi dedicado a justificar a celebração em detrimento da
dramatização da pandemia Covid-19…
- “Não
comemorar o 25 de Abril no tempo, provavelmente, em que mais precisamos dele
seria um absurdo cívico”;
- “Seria um
péssimo sinal de falta de unidade nacional”;
- “Seria
verdadeiramente incompreensível e vergonhoso a Assembleia da República demitir-se
de exercer todos os seus poderes”;
- “É
precisamente em situações excecionais que se impõe costumes e rituais”;
- “Não se trata
de uma festa de políticos alheia ao clima e de privação vivido na sociedade
portuguesa”;
- “Evocar 25 de
Abril é falar deste tempo, não é ignorá-lo”;
- “Os políticos
nesta sala não vieram de outra galáxia, foram uma livre escolha dos
portugueses”;
- “O Parlamento
nunca deixou de funcionar, seguindo as indicações sanitárias”;
- “Quanto
maiores os poderes do Governo, maiores os poderes da Assembleia da República
para o controlar”;
- “Esta sessão
é um bom e não um mau exemplo”;
Será que é
mesmo um bom exemplo, Sr. Presidente?!
O exemplo que
o Sr. Presidente me está a dizer é:
“Faz o que eu
digo… não faças o que eu faço!”
Estou certo
que inúmeros portugueses como eu fizeram esta questão…
Esta, Sr.
Presidente, é que é realmente a questão principal:
É correto
(não direi “legítimo” pois estou certo que será) os deputados e os convidados
estarem ali a comemorar o dia da Liberdade?! Mesmo em número reduzido… mesmo
respeitado a distância de segurança e as medidas da Direção Geral de Saúde…
Era realmente
imprescindível celebrar o 25 de Abril?
Era realmente
imprescindível como imprescindível foi o funcionamento da AR para fazer aprovar
medidas que permitiram fazer face ao estado de calamidade pública?
Perderíamos…
ou desrespeitávamos a nossa liberdade se nesta situação gravíssima de pandemia
não a tivéssemos evocado?
Atendendo à
presente situação de risco de agravamento da pandemia em que ainda vivemos…
Permita-me
Sr. Presidente…
Na minha
humilde opinião de cidadão português, penso que… talvez não!
Quando a
maioria dos portugueses têm que estar confinados às suas casas…
Quando
naquele momento, outros tantos portugueses, noutros campos de batalha estão a
lutar por nos salvar… por salvar a vida de tantos outros portugueses… que
realmente estão a lutar pela vida?
Quando
centenas de portugueses já morreram (sem poderem celebrar!) às mãos deste
terrível inimigo… e outros tantos, estão desesperadamente a lutar pela vida…
Estar ali a comemorar…
a liberdade… será o mais correto?
Sr.
Presidente…
Por mais
convincente que tenha sido toda a sua extensa argumentação…
Por muito
boas que tenham sido as suas…
Por muito
bonito que tenha sido, no final do discurso ter incitado o Sr. Presidente da AR
e os deputados…
“Vamos ao
essencial, vamos vencer as crises que temos de vencer"…
Sem
menosprezo pelos militares de abril…
Sem
menosprezo pela liberdade, sem a qual decerto não estaria aqui a escrever estas
palavras…
Na minha
opinião de mero cidadão…
Creio que…
Foi sobretudo
uma grande falta de responsabilidade!
Foi sobretudo
uma falta de respeito pelos que agora estão na frente de batalha (médicos,
enfermeiros, auxiliares…) a lutar precisamente pela nossa liberdade… pela nossa
vida!
Foi sobretudo
uma falta de respeito pelos que já morreram!
Telmo
Monteiro disse que “discordava desta cerimónia…”
André Ventura
afirmou que “não devíamos estar aqui” …
Devíamos
estar TODOS em casa nesse dia a comemorar o 25 de Abril e a Liberdade!
Foi afinal
isso que pediu aos TODOS os portugueses:
“FIQUEM EM
CASA!”
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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-04-25
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.
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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-04-25
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Obs:
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