https://www.jn.pt/artes/santuario-de-fatima-e-uma-mafia-poderosa-4821757.html
Não li o livro “Fátima S.A.” do Padre Mário Oliveira, mas sim, por
curiosidade, uma entrevista que deu ao Jornal de Notícias em outubro de 2015…
Perguntei-me o que é que levaria um padre a criticar
impiedosamente a igreja católica (em particular, “Fátima”) formulando opiniões
que mais parecem críticas do mais fervoroso dos ateus…
Disse, o Padre Mário Oliveira, que “Fátima é uma aldrabice!”
Muita gente atualmente já terá chegado a essa evidente conclusão… ainda
que fisicamente seja impossível lá ter estado (como é o meu caso) pelo que lê e
investiga pessoalmente…
Factos e informação fidedigna sobre esta verdadeira farsa é o que
não falta…
É preciso é procurar… é claro!
Basta lermos a impressa da época…
Basta ler os comentários das personagens principais da história da
altura (crentes e não crentes) … dos atores secundários e principais (os
“pastorinhos”)...
Basta situarmo-nos no local do “milagre” na dita Cova da Iria, na
altura… contextualizar… e pensar um pouco!…
Para tal, também é preciso fazer com que quem crê… (e quem não
crê) leia a informação…
Por exemplo, entre inúmeros factos, consta nessas informações o
seguinte:
“A Virgem falou sem mexer os lábios, sem modificar a expressão do
rosto, sem fazer o mínimo gesto”;
A Virgem media um metro e dez centímetros de altura…”;
Lúcia, disse que a “Virgem” lhe dissera: “O meu lugar é o do céu”;
Lúcia, disse que a “Virgem” tinha “argolas de oiro nas orelhas…”;
Lúcia disse ao cónego Nunes Formigão que “não via a Senhora em
nenhuma parte… e depois ao Padre Ferreira Lacerda que a Virgem aparecia vindo
do lado Nascente”;
Lúcia, foi incapaz de reproduzir posteriormente algumas frases
curtas por ela atribuídas à Virgem… depois quando mulher, as “longas falas do
anjo e da Virgem”, continham numerosas palavras cujo significado ela própria
ignorava completamente;
O Sr. Oliveira Santos, (administrador do concelho que, em agosto
de 1917, interrogou Lúcia, Jacinto e Francisco) contou que o Sr. António
Santos, (o “Abóbora”, pai de Lúcia) na altura se referiu à filha, nos seguintes
termos:
“O Sr. administrador não acredite na minha filha, que ela é uma
intrujona!”.
Além da maior aldrabice que a humanidade já conheceu e conhece… a
religião…
(só não a enxerga quem não a consegue ver)
Agora em Portugal, como se também não bastasse, também temos… “A
aldrabice de Fátima” - e não há outra forma de lhe chamar, porque “aldrabice” é
mesmo o adjetivo mais adequado.
Tal como o todo-poderoso “Ser Celestial”, também a dita “Senhora
de Fátima”, ameaçou os desgraçados seres humanos, com alguns “castigos” … no
mínimo, perversos…
Ver tanta gente a sofrer, agita-me a consciência…
Quem são realmente os culpados?!
Transcrevo excertos de uma entrevista ao Padre Mário de Oliveira
(talvez aqui se obtenha alguma resposta… tal como ele a obteve):
Como se explica que, perante as denúncias feitas, os donativos ao
Santuário continuem a bater recordes?
“(…) As populações, milenarmente subjugadas, humilhadas,
desamparadas, são criminosamente levadas a pensar-acreditar que, por si
próprias, não podem fazer nada e que o alívio para os seus quotidianos de dores
só pode vir de fora delas. As populações deixam-se arrastar para aqueles locais
e aquelas instituições que lhes são criminosamente apresentados como
libertadores. O desastre humano é total. Se repetido, ano após ano, geração
após geração, o estado de degradação e desamparo agrava-se e as populações
acabam por morrer no seu inferno de dores.”
Mesmo perante as provas mais irrefutáveis, julga que a atitude dos
crentes face às aparições não se alteraria?
“Enquanto não desaparecerem as causas que produzem multidões e
multidões de vítimas, de desempregados, de escravizados, de migrantes-refugiados,
de assalariados, de analfabetos políticos, culturais, artísticos, as provas
mais irrefutáveis apenas servem para radicalizar ainda mais os fanatismos
religiosos, fruto de ancestrais e inconscientes medos que elas trazem nos
genes, como outros tantos demónios mudos, que lhes roubam continuadamente a voz
e a vez. A própria Ciência, se não é humilde e intrinsecamente cordial, acaba
por se tornar perversa. Agride ainda mais as multidões condenadas pelo sistema
de poder a terem de viver em labirintos sem saída.”
Acredita que, desta vez, foi muito mais longe na desmistificação
das aparições?
“É, agora, sobejamente claro que Fátima e a sua senhora não têm
nada a ver com Maria, a mãe de Jesus. Que tudo aquilo é negócio, pura
idolatria. (…)”
Mesmo para um cético, como é o seu caso, não acha que Fátima
desempenha um papel fulcral na sociedade portuguesa?
“Quem o não reconhece? A questão que nos havemos de colocar é o
tipo de "papel fulcral na sociedade portuguesa" que Fátima
representa. E aqui tenho de dizer, sem que a voz me trema, que no que respeita
à igreja católica romana, Fátima é a vergonha das vergonhas. E se a fé católica
romana é assim tão rasca, como a dos fatimistas,
então, é muito mais digno ser-se agnóstico ou ateu. Já no que respeita ao
turismo religioso, propriamente dito, é óbvio que, sem Fátima, as empresas que
têm o mau gosto de se lhe dedicarem, sofrerão um rombo sem igual, se Fátima
vier a cair em descrédito. Mas, também aqui, é bom sublinhar que se o turismo
religioso é tão rasca como o que Fátima proporciona, os turistas só terão a
ganhar, se passarem a viajar para o ar puro das montanhas, onde o veneno do
Mercado ainda não chegou, e para a simplicidade das aldeias do interior. Este
tipo de turismo alternativo ao religioso faz muito melhor à saúde e sai muito
mais barato. Mas não sou ingénuo. Sei perfeitamente que o Mercado financeiro
jamais vai por aí, tão pouco está interessado em que as populações vão por aí.
De modo algum, quer populações com saúde e bem-estar, alegres e em relação umas
com as outras. É por isso que, para as agências de turismo religioso do Mercado
financeiro, Fátima é o local ideal para manter populações deprimidas, tristes,
alienadas, humilhadas, autoflageladas, geração após geração. O que não deixa de
constituir um crime de lesa-humanidade que polícia alguma do mundo investiga,
tão pouco, desaconselha. Até estimula e protege.
Sem Fátima, a orfandade ou o desamparo espiritual não seriam ainda
maiores?
“Pelo contrário. Tudo em Fátima é altamente deprimente. Orfandade.
Desamparo espiritual. Só gente deprimida, órfã, desamparada espiritualmente, é
capaz de dizer que se sente lá bem. (…)
Fátima é a negação de todos
estes valores humanos. Em Fátima, o sofrimento é rei. A depressão é regra. O
viver de joelhos é o objetivo último. Uma vergonha, uma degradação humana a céu
aberto.”
Após este livro sente que pouco mais ficou por dizer sobre Fátima?
“As "aparições" só têm servido para ludibriar as
populações mais desamparadas. São erradamente levadas a pensar que a solução
para os seus graves e dolorosos problemas se resolvem com peregrinações a pé ou
de carro para lá. Fátima não faz parte da fé católica, pelo que nenhum católico
deixa de o ser, por não acreditar em Fátima. (…)”
Autor: Carlos Silva
Data: 2020-05-13
Imagem: Internet
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