Falava
a propósito do elevado índice de abstenção das eleições do passado domingo…
que, segundo o mesmo, “denota um défice democrático” … e que “a democracia tem
que ser construída com o contributo de todos, perante as ameaças que chegam
diariamente, através de ondas de choque populistas”.
Confesso
que o seu apelo me conduziu às palavras que aqui deixo que não são mais do que
uma mera opinião de um cidadão “exigente e ativo”.
Por
conseguinte:
Primeiro,
A
igreja católica (“religião”) continua a não se abster de se imiscuir no poder
político;
O
que é que a igreja católica (“religião”), sem retirar o legítimo direito de
opinião pessoal, tem a ver com política?
Como
alguém antes já disse: “À política o que é da política… à “religião” o que é da
“religião…”
Segundo,
Se
a classe política não tem “classe”, quem, afinal, tem realmente classe?
A
avaliar pelas palavras, pela pose e sobretudo pela imagem de fundo… será a
igreja católica (“religião”)?
Terceiro,
“Notas
para a imprensa”, “entrevistas nas rádios e nas televisões”, “comentários a
eleições democráticas”, “críticas à classe política…”, “ameaças de populismo…”
Não
serão formas de populismo?
Não
serão formas de procura de protagonismo?
Ou
simplesmente formas de publicidade para o evento religioso de Fátima?
Quarto,
Olhando
para a “classe política”, tendo em conta o que até agora pude constatar, não vi
nem ouvi a mínima reação de indignação…
Parece
que ninguém da classe se sentiu indignado com a “falta de classe”.
Muito
menos o senhor presidente, também ele fiel devoto da causa, a avaliar pela
maioria da imprensa, um “populista” ao mais alto nível.
Quinto,
Não
querendo ser defensor da denominada “classe política”, que eventualmente poderá
ter “falta de classe” por muito prometer e pouco realizar… por pouco prevenir e
punir relativamente à corrupção… e de tal advir, suponho, a elevada taxa de abstenção…
No
entanto, há que realçar: trabalham com leis, com pessoas… gerem o país… gerem
dinheiros dos contribuintes… e tal são factos absolutamente objetivos!
Sexto,
A
igreja católica (“religião”), além de isenta de impostos, vive do dinheiro dos
contribuintes… do dinheiro dos seus seguidores… do dinheiro da exploração
exaustiva de uma imagem fictícia…
A
igreja católica (“religião”), neste caso de Fátima, trabalha com milagres… com
o “Centenário das Aparições” …
Sétimo,
Emparelhada
nesta mesma importantíssima notícia, vinha outra, não menos importante, largamente
publicitada na comunicação social…
“Começa
hoje a Peregrinação internacional no Santuário de Fátima, numa celebração
presidida pelo arcebispo de Seul, o cardeal Andrew Yeom Soo-Jung.”
Numa
nota de imprensa enviada no início do mês, o Santuário de Fátima lembrava
que… “no ano do Centenário das
Aparições, uma das imagens da Virgem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima
esteve na Coreia do Sul, entre 22 de agosto e 13 de outubro, tendo percorrido
14 dioceses, numa visita sem precedentes".
Oitavo,
A
forma como as palavras deste e de outros pontífices são amplamente realçadas e
divulgadas em toda a comunicação social;
A
forma como este e outros eventos ditos religiosos são amplamente realçados e
divulgados em toda a comunicação social;
Será
realmente a “prestação de um serviço público”, ou o seu contrário?
Não
será esta a mais temerária forma de populismo?
Ou
será simplesmente falta de racionalidade humana (inteligência)?
Último,
Alguém
disse que “um homem sem deus não é nada…”
Eu
sou alguém… pelo menos enquanto por aqui estiver!
Não
estaria aqui a dar a minha opinião de cidadão livre… “exigente e ativo”, com
sentido crítico, que não acredita no pai natal e muito menos em absurdas
divindades!
Afinal,
Deus
sem o homem, sim não será nada!
Ou
como disse o ser humano Saramago:
“deus
não precisa do homem para ser nada, exceto para ser deus”.
Autor: Carlos Silva
Data: 2019-10-12
Imagem: Internet
Obs:
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