Pesquisei na
internet… “O estado é laico?”
E deparei-me
com um artigo que me despertou atenção…
http://sites.ecclesia.pt/cv/a-constituicao-da-republica-afirma-o-estado-e-laico/
“O estado é
laico?”
A questão é
repetida até à saciedade…
É realmente
verdade!… por isso importa questionar: porquê?!
Há quem
afirme que “importa ser muito claro”.
“Ser muito
claro”, na expressão oral ou escrita, não significa precisamente ser muito
claro no raciocínio e muito menos sensato na observação da realidade… e na
resposta; sobretudo quando (relativamente à questão: “O Estado é laico?”) se
afirma perentoriamente que a única resposta é “apenas uma: não!”
Porque não
também um “sim”?!
Estando ou
não presentes na Constituição as palavras “laico”, “laica”, ou “laicidade” … o
Estado, poderá ser laico (ou não!) … independentemente da resposta que cada um
der, ou do juízo que fizer!
Acredito que
o artigo 41º venha salvaguardar e respeitar a “liberdade religiosa” …
Acredito que
o Estado queira salvaguardar e respeitar as “origens e matrizes religiosas” …
Acredito que
o estado queira salvaguardar e respeitar a religião mantendo a ensino
(opcional) da disciplina Educação Moral e Religiosa…
E não impor
ou impedir!... senão não seria democrático!
Mas também
acredito que o Estado também pense!
Ao pensar
também…
Não o faço
com “espírito fundamentalista do laicismo”, mas sim com pensamento crítico e
racional de alguém que, em função da atividade profissional, teve oportunidade
de apreciar em pormenor o diploma por completo… e já viveu o suficiente para
admitir outra perspetiva, que não a “religiosa” que eventualmente poderá ser a
que mais se aproxima da realidade.
Quando aos
supostamente “110 mil mortos às mãos dos laicistas, por ocasião do
rescaldo da revolução francesa”, ainda que tal seja de difícil comprovação (se
não mesmo impossível), tal, não será decerto comparável aos rios de sangue que
em nome das mais diversas crenças ou religiões (guerras santas!) já se
derramaram sobretudo nos dois últimos milénios…
Obviamente na
atualidade, num estado livre e democrático, de pensamento racional, ninguém
quererá “repetir a luta entre o Estado Laico e a Igreja Católica” ou reviver
horrores ou massacres do passado… que na realidade não foi bem “luta”, mas sim
extermínio de quem ousava não ser católico, não ser fiel ao Deus único”,
afirmar que a terra era redonda, ou atrever-se a pensar de forma diferente… ou
um pouco mais!
“Os mais
sensatos dos pensadores atuais…” reconhecerão decerto o “carácter
insubstituível da religião”, mas estou certo que também reconhecerão que a
religião não passa de um conceito abstrato… e só cito o nosso Saramago, Prémio
Nobel da Literatura, que referiu que “sem homens não existe religião” …
Porque será?!
Será que terá
mesmo razão?!
--- / ---Autor: Carlos SilvaData: 2020-08-10Imagem: InternetObs:Direitos reservados.--- / ---
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