Proliferam na
internet milhões de respostas a uma simples e ingénua questão…
“Crês que
deus existe?”
É uma questão
que se repete e repetirá certamente no tempo, pelo menos durante algum tempo, até
que deixe obviamente de ser feita…
Responder ou
não responder, não é, pois, relevante.
Relevante é o
facto de, no momento, ter a certeza de que eu existo!
Indiferentemente
de responder… ou não!
Não sei
realmente quem sou…
Mas existindo
e sendo o que sou, supostamente, ateu…
Pensando
racionalmente como penso, sem limites nem fronteiras…
Devo, desde
logo, aclarar e declarar que não acredito em “seres imaginários”!
Consequentemente
e logicamente não deveria sequer responder a esta espécie de não-pergunta!
Será, pois, também
uma espécie de não-resposta!
Resumindo:
para mim, um “ser imaginário”, tal como o nome indica, é apenas um “ser
imaginário”. Ponto final.
Qualquer “ser
imaginário” (vulgo: deus), não passa de um conceito meramente mental, portanto
abstrato… não sendo equacionável a sua existência como ser ativo, diligente ou
divinamente inteligente…
Se em tempos
existiu tal pessoa… é provável!… tal como tantos outros incógnitos seres
humanos... hoje falecidos.
Perguntar-me-ão
alguns, então, porque continuo a escrever sobre este “amigo imaginário” se o
considero uma perda de tempo?
Dirão outros,
ao abordar a matéria, se não lhe estou a dar o corpo e a alma (fictícia e
abstrata, obviamente) que precisa para viver?
Não. Não é o
caso, porque apenas tenho amigos reais!
Muita gente
murmurará com os “seus botões” … alguns de forma completamente genial com os
seus dedicados heterónimos… mas,
conversar toda uma vida com o seu “omnipotente, omnisciente e omnipresente
amigo imaginário”, é, de todo, um comportamento compulsivo-dependente que, em
casos mais extremos, pode levar à loucura ou transformar-se numa autêntica
psicose.
Reitero que o
intuito desta não-resposta não é julgar os que habitualmente murmuram com os
seus “botões” ou com os seus amigos imaginários!... não!
Não pretendo
sequer tentar condicionar alguém… jamais
o faria…
Será a
ciência… o conhecimento… a própria natureza que inevitavelmente o fará ditando as
suas próprias leis. A verdade, mais cedo ou mais tarde, acabará sempre por se
desforrar de quem a tenta ludibriar.
Todos temos o
direito de ter (ou não!) amigos imaginários!
O problema
que se coloca é que em nome do seu supremo amigo imaginário, muitos seres
humanos já perderam a vida… (e continuam a perder!) -alguns apenas por nele não
acreditarem, ou simplesmente por pensarem de forma diferente!
Ninguém pode
exigir a submissão às regras do seu supremo amigo imaginário!
É, pois,
também uma questão de liberdade física e mental!
O problema é
que este amigo imaginário tal como é ainda atualmente apresentado pelas mais
diversas personagens, interfere e condiciona negativamente o futuro de toda a
humanidade!...
O problema é
que, algumas personagens que vivem e se dedicam fielmente aos seus amiguinhos
imaginários, não são de modo algum, pacíficas ou inofensivas tal a forma como
profetizam e como acabam inevitavelmente por afetar e condicionar todos os que
os rodeiam.
O problema
mais grave, é que, em nome do “amiguinho imaginário”, um número ilimitado de
chicos-espertos, exploram economicamente e impiedosamente milhões de pobres…
Nenhuma
crença que venera o seu amigo imaginário produz algo... ou ajuda alguém!
Na realidade,
é continuamente ajudada e mantida pelos seus fiéis. É uma espécie de mendiga
perpétua que vive do trabalho alheio… e ainda por cima recebe dinheiro dos
impostos do estado sem descontar ou contribuir minimamente para apoiar o tecido
social.
Afirma aos
“sete céus” que “o dinheiro é fonte de pecado”, porém, acumula-o e ostenta-o
compulsivamente, o que deveria, no mínimo, encaminhar qualquer alma para o
inferno, ou, ofender o pobre e devoto fiel que no seu dia a dia luta por colocar
um pedaço de pão na mesa dos seus filhos…
Este é,
fundamentalmente, o motivo que me leva a dar uma resposta, ou melhor, uma
“não-resposta!
Porque é
irrelevante e indiferente a resposta!
Bastava,
pois, parar e ficar por aqui.
O principal
problema é que não é ficando calado ou ignorando esta grave dependência que se
descobre a sua cura!
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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-06-04
Imagem: Internet
Obs.:
Direitos reservados.
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