“E ouvi o SENHOR dizer aos outros homens:
-Vão atrás dele pela cidade e matem todos. Não deixem escapar
ninguém. Matem os velhos, os moços, as moças, as mães e as crianças. Mas não
toquem em quem tiver um sinal na testa. Comecem aqui no meu Templo.
Aí eles começaram a matar os líderes que estavam ali na frente do
Templo.
O SENHOR lhes disse ainda:
-Profanem o Templo! Encham de cadáveres os pátios! Comecem o
trabalho!
Então eles começaram a matar as pessoas da cidade".
(…)
Qual
a interpretação mais correta desta “passagem” (versículo) da Bíblia?
Com
certeza que qualquer ser minimamente racional que já leu a Bíblia, ou pelo
menos tentou e não conseguiu chegar ao fim, se terá questionado sobre a forma
mais correta de interpretar algumas “passagens” inenarráveis, ou por outras
palavras, literalmente sangrentas e abomináveis. Na realidade, algumas delas é
aconselhável omitir ou previamente inserir a informação: “leitura não
aconselhável a menores de 18 anos”.
Há
quem afirme que não se pode interpretar linearmente determinadas “passagens” … ainda
que seja por demais evidente, que alguém terá sido impelido a fazê-lo… e a
materializá-las!
Há
quem afirme que quem não é crente, jamais conseguirá interpretar a “palavra de
Jesus” justificando com o próprio testamento: “Como é difícil a quem tem
riquezas entrar no Reino de Deus"; o que leva a deduzir que, quem é rico,
ou inteligente o suficiente para ter uma vida económica e socialmente estável,
livre de mitos e fantasmas, jamais poderá entender ou aspirar a “ir para o
Céu”.
Recomenda
o Vaticano “a importância de ler a Bíblia no seu conjunto, prestando atenção à
unidade da Escritura. É muito importante usar uma Bíblia católica aprovada pela
autoridade competente da Igreja e que tenha uma tradução de acordo com a
Vulgata.
A
leitura orante da Sagrada Escritura apresenta-se como um meio privilegiado e
necessário para o crescimento espiritual de todo cristão e, para ter esse
crescimento, é de suma importância a leitura correta, de acordo com a tradição
da Igreja.”
Ora,
não é de estranhar que algumas pessoas, pelo menos as que ousem pensar e
questionar um pouco, ao ouvir o que lhes é dito durante as cerimónias
religiosas (missas), fiquem atónitas a olhar umas para as outras, com aquele
olhar típico de quem não entendeu absolutamente nada e ficou conformado com a
inconsciência… ou eventualmente com a própria
ignorância.
Ora,
eu, tal como algumas pessoas, que aprenderam a efetuar análise textual,
sobretudo no que diz respeito ao tipo de texto, tempo, espaço, ação, aspetos
lexicais e gramaticais, ao ser confrontado com estas “passagens” fico realmente
preocupado… fico muito preocupado porque as interpreto e compreendo à minha
maneira!
Fico
sobretudo preocupado pela forma díspar como muita gente as poderá interpretar… e materializar!
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Autor: Carlos Silva
Data: 2022-03-01
Imagem: Internet
Obs.:
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