O
Primeiro Concílio de Nicéia terá ocorrido pelo ano de 325 na cidade de Niceia,
atual Iznik, Turquia…
Este
concílio reuniu a maior parte dos bispos ditos cristãos e foi então organizado
e presidido pelo então Imperador Constantino, o Grande.
Seria
eventualmente a primeira assembleia da cristandade… a primeira tentativa de
unir a maioria das crenças e alcançar o maior consenso possível no seio da
Igreja Católica.
De
acordo com alguns registos da época, Constantino terá convidado cerca de “1800
bispos da igreja cristã dentro do Império Romano, tendo estado presentes pelo
menos 318”.
De
entre as inúmeras resoluções tomadas, salienta-se a criação da Teologia, a
homologação da “natureza divina de Jesus e a sua relação com o Deus Pai”, a
construção do Credo Niceno e a promulgação da lei canónica de onde
desabrochariam os primeiros passos da atual Bíblia.
A
maior parte dos livros religiosos da época seriam recolhidos ao mesmo tempo que
era ordenado que a mesma fosse traduzida para o latim e usada posteriormente
pela Igreja Católica.
“Nos
seus primeiros séculos, a Igreja Católica serviu-se sobretudo da língua grega e
seria precisamente nesta língua que foi escrito o Novo Testamento, bem como
muitos escritos cristãos dos séculos seguintes”.
Seria
então produzida a “Vulgata” para uma mais fácil compreensão e assimilação
relativamente às suas predecessoras.
Foi
a primeira e por muitos séculos única versão da Bíblia que verteu o Velho
Testamento diretamente do hebraico e não da tradução grega conhecida como
Septuaginta. A versão latina da Bíblia foi usada pela Igreja Católica Romana
durante muitos séculos e é, ainda hoje, fonte para inúmeras traduções.
Pelo
ano de 431, seria acrescentado à Bíblia o “Culto da Virgem” e um pouco mais
tarde inventado o “Purgatório”, o “Celibato” a “Confissão” …
Pelo
ano de 1190 é criada a “Santa Inquisição”; são vendidas “Indulgências”; é
inventada a “Imaculada Conceição”... entre tantas santas e santos que por
milhares se podem hoje contar!
A
Igreja mandava em praticamente tudo e todos!
Desde
o mais pobre e desafortunado até ao mais rico e poderoso, passando por
imperadores, reis e rainhas…
O
seu poder era absoluto e intocável.
Criaram
milagres e pecados…
Amedrontavam
com torturas e infernos e subornavam com paraísos e eternidades…
Escolhiam,
em nome do seu “deus”, quem ia para o céu ou para o inferno…
Condenavam
e queimavam os blasfemos e os que professassem outra religião aplicando as leis
divinas que criavam…
Passados
quase dois milénios sobre este e tantos outros “concílios, persistem as guerras
santas, a fome, a miséria… e sobretudo a ignorância humana.
As
religiões continuam a alimentar-se dos mais pobres e desfavorecidos que nelas
procuram consolo, saúde e sobretudo salvação.
Com
despontar o Século XXI, com a globalização da informação e do conhecimento, a
humanidade começa finalmente a despertar para a inexorável realidade…
Apesar
da persistente doutrinação, é evidente o insanável descrédito e declínio
generalizado de todas as crenças. São cada vez menos os jovens que se deixam
aprisionar pelas teias da religião… sobretudo pelo conhecimento adquirido, pela
necessidade de descobrir e sobretudo pelo seu pensamento lógico e racional.
A
aposta na educação e no conhecimento científico acaba por ser inevitável.
A
religião (Cristo) tem acompanhado a história de parte da humanidade ao longo
dos últimos dois milénios… mas tal não configura um facto histórico!
O
que está na origem de todo o pensamento religioso é o próprio homem. Pensando
ou não, sem homem não existe religião.
A
verdade acaba sempre por emergir e vingar-se de quem a procura desrespeitar!
Questione,
pois, sem medo!...
Não
questionar a religião é admitir a imperceção da ilusão.
Não
escolheu a sua religião, mas está a tempo de escolher a sua liberdade!
Autor: Carlos Silva
Data: 2022-09-29
Imagem: Internet
Obs.:
Direitos reservados.