Porque
é que é possível um homem ser ordenado “padre” ou “bispo” e uma mulher
impossível?!
Quando a comunicação social questiona algum líder religioso sobre o que pensa sobre o "celibato ou o casamento dos padres", as "mulheres serem ordenadas padres ou bispos", os "recasados efetuarem a comunhão", ou os "homossexuais terem os mesmos direitos que qualquer outra pessoa", normalmente as respostas são evasivas, para não dizer controversas, e muitas vezes, contra as diretrizes do próprio Vaticano.
Tomemos
como exemplo as palavras de Monsenhor Duarte da Cunha, Pároco de Santa Joana
Princesa, Lisboa…
“Acho impossível a ordenação de mulheres” … “por causa da
identificação com Jesus Cristo”.
“Há diferenças entre os dois sexos. Não é que uns sejam melhores
do que outros, são complementares.
(…)
Há coisas que posso responder com conveniências, como diria São
Tomás de Aquino. São Tomás usava muito: ‘Não sei porquê, mas vejo que havia
conveniências’.
Foi o que Deus decidiu.
Ultimamente a doutrina da Igreja sobre o sacerdócio exclusivo para
os sacerdotes está enraizada numa autoridade que é maior do que a nossa
capacidade de compreender.
Jesus escolheu assim.
Sou alguém para poder mudar o que Jesus escolheu?”
Ora,
Monsenhor Duarte da Cunha, acha que é impossível… porque foi “Deus” que decidiu
e escolheu que assim seja!
Não concordo que tal decisão esteja além da “capacidade de
compreensão humana” … pelo contrário, creio que até é bastante fácil explicar e
sobretudo entender.
É
evidente que, ao longo de séculos, a Igreja Católica sempre discriminou,
menosprezou e subjugou a mulher atribuindo-lhe um papel secundário…
Quando,
numa sociedade livre e democrática como a atual, é confrontada com a acusação
de discriminação… o que é que faz?
Simplesmente
remete a culpa para a “escolha de Deus” … e nunca para as escolhas ou decisões
humanas, afinal, os criadores das entidades divinas!
Nunca
é demais recordar que…
A
igualdade de direitos das mulheres constitui um princípio essencial das Nações
Unidas e são parte inalienável dos Direitos Humanos universais.
“A
participação plena das mulheres, em condições de igualdade, na vida política,
civil, económica, social e cultural, bem como a erradicação de todas as formas
de discriminação com base no sexo, constituem objetivos prioritários da
comunidade internacional.”
“Em
praticamente todas as sociedades e em todos os domínios de atividade, as
mulheres são vítimas de desigualdades de direito e de facto.
Esta
situação tem origem e é agravada pela discriminação que existe no seio da
família, da comunidade e no local de trabalho. Apesar das causas e
consequências não serem as mesmas em todos os países, a discriminação contra as
mulheres existe por todo o lado, sendo perpetuada pela subsistência de
estereótipos, práticas e convicções tradicionais de natureza cultural e
religiosa prejudiciais às mulheres.”
Claro
que é possível!
Basta
crer… e querer!
Autor: Carlos Silva
Data: 2023-03-01
Imagem: Internet
Obs.:
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