Gosto de
pessoas com fé… religiosas, ou não!
Gosto de
pessoas que acreditam nas suas capacidades!
Gosto de
pessoas que acreditam que são capazes de vencer, ainda que, à priori, não
tenham a certeza das convicções porque só à posteriori as podem confirmar.
Podemos ter
fé de que vamos vencer uma prova…
No entanto,
nada nos garante a vitória, porque são inúmeros os condicionalismos... os
nossos adversários podem ter a mesma fé e nada nos garante que não tenham
treinado tanto ou mais que nós… e que, na realidade, sejam realmente melhores!
Podemos ter
fé que ficaremos bem num exame porque estudamos muito e sentimos que iremos
passar. No entanto, nada nos garante que tenhamos êxito. Poderá não correr como
imaginávamos.
Podemos
também ter fé em milagres ou na existência de seres divinos!
No entanto,
contrariamente às primeiras convicções, estas não têm qualquer base científica
sólida que as sustente e não podem ser observadas ou confirmadas.
Se à
posteriori, poderemos realmente confirmar a vitória ou o êxito no exame,
obviamente fruto das nossas capacidades, do esforço, do querer… neste último
caso, é impossível, uma vez que a nossa fé, ou o acreditar não faz nada
acontecer ou existir!
Há, pois, a
fé fundamentada no esforço e na dedicação que à posteriori pode ser realizada,
e a fé religiosa, imaginada, que jamais poderá ser testada ou confirmada.
Podemos
prever que amanhã vai chover ou estar sol…
Se estivermos
no verão, a probabilidade de estar sol será bastante elevada, enquanto que, no
inverno, a probabilidade será bastante reduzida. É perfeitamente espectável.
Podemos
também prever, embora mais raro, um fenómeno atmosférico que normalmente ocorre
quando o sol atravessa nuvens de cristais de gelo e reparte a luz (parélio), criando
a ilusão ótica de diversos “sóis” em movimento, numa espécie de dança nupcial
com as nuvens. Para os mais crédulos, terá sido este o fenómeno extraordinário
ocorrido na Cova da Iria que estaria na origem do “milagre de Fátima” -a
célebre “dança do sol” que serviu de prova às ditas aparições!
Para os mais
informados, não terá sido mais do que um simples fenómeno atmosférico, que, de
resto, poderá acontecer em qualquer lugar do mundo onde as condições
atmosféricas sejam as mais propícias.
Considerar esta
célebre “dança do sol”, ou por outras palavras, movimento gravitacional, uma
realidade, teríamos que admitir que nesta altura estaríamos todos na companhia
dos “anjinhos” a navegar eternamente no espaço sideral!
Claro que se
à posteriori qualquer uma destas possibilidades se pode verificar (um belo dia
de sol… um acinzentado dia de chuva… ou,
ainda que menos provável, um inesperado parélio) … no entanto, não faria qualquer
sentido atribuí-las à ação de supostas divindades e muito menos a um qualquer
fenómeno milagroso!
Qualquer
pessoa minimamente racional que queira fazer este tipo de previsão com a maior
probabilidade possível de acertar, certamente que previamente se informará sobre
as condições meteorológicas e não se fundamentará apenas num mero processo
empírico baseado em crenças pessoais.
Normalmente
as pessoas que mais êxito alcançam nas suas previsões são aquelas que se apoiam
em dados científicos, que possuem capacidade para os analisar e retirar deles
conclusões objetivas.
Existem
inúmeras pessoas que se vangloriam de ter acertado nas suas previsões,
sobretudo quando as probabilidades eram reduzidas… são os “adivinhos”,
ou por outras palavras os “charlatães”, que se aproveitam da inocência dos
interlocutores para retirarem proveitos financeiros desses seus dotes
supostamente sobrenaturais.
Há pessoas
que precisam da fé, sobretudo religiosa, para se sentirem bem ou sentirem que
têm êxito na vida, sobretudo por pensarem que tal é uma virtude… procuram
convencer os demais a acreditar no seu credo como fórmula de êxito e resolução
pessoal, associando muitas vezes a devoção ao ideal de bem e de ajuda ao
próximo. No entanto, é preciso clarificar que a fé religiosa acaba
invariavelmente por culminar no mero acreditar, ou pelo menos, no que se
acredita saber; nunca num facto objetivo ou conclusão, porque jamais pode ser
confirmada, o que normalmente pode levar à frustração ou desilusão pessoal,
muitas vezes com consequências dramáticas e irreversíveis para o futuro do
crente. Em casos extremos pode mesmo levá-lo a acreditar que os seus problemas
se resolverão através da fé… do acreditar… não apenas em si, mas também no ser
imaginário que venera, que supostamente o protege e ajuda a ter êxito na vida.
Gosto de
pessoas com fé… religiosas, ou não!
Gosto sobretudo
de pessoas que têm fé no seu esforço, no seu trabalho, na sua dedicação para
assim alcançarem os êxitos e objetivos previamente traçados.
Obviamente, desde
que possível, qualquer um pode acertar numa determinada previsão…
Não será por
acaso que alguém acerta na chave do sorteio do Euromilhões!
Autor: Carlos Silva
Data: 2023-04-17
Imagem: Internet
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