Perante a
imensidão do que desconheço
Observo a exiguidade
do pouco que conheço
Observo
reduzido a esta minha insignificância intelectual
Observo
reduzido a esta minha condição de comum mortal
Observo
aberto e liberto de todas as correntes
Observo
aberto e liberto de todas as crenças
Observo
observando o mais longe possível
Observo
ciente que não serei plenamente sensível
Observo
ciente que não pensarei tudo
Observo
ciente que não saberei tudo
Observo
apenas
Observo
apenas o que posso aspirar
Observo
apenas o que posso realizar
Não
aspiro a qualquer genialidade de conhecimento
Não
aspiro a qualquer intelectualidade de pensamento
Não
aspiro a qualquer celebridade de firmamento
Não
aspiro a qualquer espiritualidade de visionamento
Aspiro
apenas a observar
Observar
a
limitação da minha interpretação
Observar
tudo o que me rodeia sem qualquer limitação
Observar
sem me importar o quão pode ser o fundo
Observar
que no fundo pode até nem haver fundo
Observar
o pouco que sei e o tanto que quero saber
Observar
todos os que sabem ou dizem saber
Observar
todo este universo desmedido e complexo
Observar
todas as questões sem solução nexo e desconexo
Observo
ciente que não sei realmente a verdade
Eis
porque me limito apenas a ouvir e a pensar
Eis
porque me limito apenas a sentir e a amar
Eis
porque me limito apenas a interpretar
Eis
porque me limito apenas a observar
Nesta minha
breve passagem por este mundo
Autor: Carlos Silva
Data: 2023-08-05
Imagem: Internet
Obs.:
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