Em maio de
2017 escrevi o texto “Missa” que, pelo seu contexto social atual, decidiria
incluir no livro Agora (I).
Após
inseri-lo no meu blog e publicá-lo nas redes sociais, seria alvo dos mais
diversos comentários… alguns elogiosos… outros revelando alguma indignação… outros
ainda, ofensivos, que acabaria por apagar ou ignorar.
A dois desses
comentários, por serem de amigos que me são relativamente próximos, acabaria
por responder e publicar os mesmos no livro Agora II, como forma de esclarecimento,
não apenas aos autores, mas a todos os que, em particular, acabaria por não
responder.
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O Texto objeto
de comentário:
116.
Missa (Agora (I))
Fui
acompanhar a Luísa e a mãe à missa[1]
por “alma do meu falecido sogro” …
Ás
vezes entro na igreja com elas, como entro em qualquer lugar, mas desta vez
ficaria à porta a falar com um amigo que, entretanto, me abordara.
No
final, mostrando algum desagrado, a Luísa comentou comigo:
“Durante
a missa pediram-nos dinheiro duas vezes… e à saída, outra vez!”
Não
respondi, mas pensei… 4 vezes! -uma vez que para mencionar o nome dos defuntos
em memória de quem a missa se realiza, cada familiar paga uma determinada
quantia. Tal significa que, numa missa, um paroquiano, pode ter que pagar, pelo
menos 4 vezes uma quantia em dinheiro.
Observei
que a Luísa também trazia na mão um “Boletim Paroquial da Unidade Pastoral”[2],
onde, curiosamente, na capa constava o texto “distribuição gratuita”. Sem
perceber bem porquê, entregou-mo. Passando consequentemente os olhos por cima,
dois títulos do mesmo despertaram-me a atenção:
O
primeiro, dizia…
“Maria
não veio a Fátima para que a víssemos, mas para avisar sobre o Inferno que é a
vida sem Deus”.
Pareceu-me
uma espécie de ameaça encapotada aos que encararem a vida sem o dito “Deus”.
Decerto que na eternidade serão encaminhados para o dito “inferno”, em
detrimento dos que na terra “vivem com Deus”, (ou pelo menos pensam que
vivem!), esses certamente com lugar certo no dito “paraíso”.
Os
que na terra “vivem sem Deus”, obviamente que nunca poderão ser boas pessoas!
Mais
curioso ainda é que a dita “Maria” tenha vindo a Fátima não apenas para ser
vista pelos que a avistam, mas para avisar sobre esse “inferno”!
O
segundo dizia…
“Domingo
do Bom Pastor”. Dedicado aos sacerdotes…
“Ao
entrar na sacristia (cito), o pároco encontra um envelope que por fora dizia
“Bom Pastor” e dentro continha alguns euros” de um grupo de anónimos
paroquianos que assim quiseram mimar o seu Pastor”.
Afinal
também há ofertas em dinheiro aos “Bons Pastores”!
5
vezes! -pensei. Tal significa que numa missa se pode pagar 5 e não apenas 4
vezes!
Há
pouco ouvi o Papa Francisco, também numa missa[3]
dizer que “não se pode servir a Deus e ao dinheiro. Ou um ou outro. O dinheiro
faz adoecer o pensamento e a fé faz-nos ir por outros caminhos…”
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C. B. (amigo de infância, adolescência e
maioridade)
Comentário no Facebook ao Texto 116. Missa (Agora I)
“Nunca percebi porque pessoas que criticam e condenam a igreja a
utilizam e exigem os seus serviços para os seus interesses. Não sejamos
hipócritas!”
Resposta ao comentário:
Caro amigo C. B.,
Normalmente não troco argumentos no Facebook sobre as minhas
publicações, quer sejam sobre “política”, “religião”, “desporto”, etc…
Cada um é do que é e acredita no que acredita!
É um direito que todos temos na nossa sociedade livre e
democrática.
Prefiro fazê-lo pessoalmente, sobretudo com os amigos (de infância
e de “armas”) como tu.
Vou abrir uma exceção apenas para responder ao teu "Não
sejamos hipócritas" porque generalizas; não sei a quem te diriges e também
para esclarecer o que julgo ser uma pergunta que fazes (“Nunca percebi porque
pessoas criticam e condenam a igreja e utilizam os seus serviços”).
Servirá, pois, para esclarecer também os “comentários” que me são
dirigidos por outros amigos quer em público quer em privado.
Para contextualizar e para que melhor entendas, todos os meus
textos são baseados em factos reais, em ocorrências, em sentimentos genuínos,
em pensamentos pessoais, e este, como tantos outros, não foge à regra. Não
existe qualquer “hipocrisia” (pelo menos na minha leitura e interpretação
lógica).
Sobre o texto que comentaste, nesse dia tinha ido acompanhar a
Luísa e a minha sogra à igreja… -o que é normal (a minha sogra é muito
religiosa… e respeito) e como quase sempre, não entrei. Fiquei à porta a
conversar com um amigo.
Ao sair, a Luísa comentou comigo que lhe tinham pedido
dinheiro na igreja por 3 vezes. Duas durante a missa e uma ao sair, à porta.
Depois entregou-me um folheto que recebera onde constava... e cito: que um
“grupo de anónimos paroquianos oferecera um envelope ao Bom Pastor (padre) que
continha alguns euros. Ora, com o pagamento da missa (que a minha sogra
fizera), tal perfizera 5 “serviços” … e seria precisamente este facto
(autêntico!) que me impeliu a escrever o texto.
Este e muitos outros textos, fazem parte dum livro que publiquei
recentemente. Decidi expô-lo no Facebook porque a divulgação (a publicidade faz
parte do contrato que assinei com a editora) têm sido alvo de alguns
“comentários” (opiniões contrárias que respeito) e também de censura por parte
do Facebook, que considera que alguns violam os “Padrões da Comunidade”, sem
sequer justificar, quais e o porquê.
Ora, eu penso por mim e não sigo, nem nunca segui, qualquer padrão
de opinião previamente estabelecido ou socialmente incutido desde a infância.
Os textos refletem apenas a minha opinião (que vale o que vale
como todas as outras) e tenho todo o direito de expressá-la livremente no Meu
site, no Meu blog ou na Minha página do Facebook.
Não tenho por objetivo ofender nenhuma pessoa em particular.
Não “condeno” quem acredita no que quer que seja!
Tu tens todo o direito de seres católico, como outro terá de ser islamita,
um índio de adorar o “Deus Sol”, ou eu de não acreditar em nada!
É um direito de todos!
Questionar ou perguntar a existência de “entidades supremas” (ou
não!) é perfeitamente natural… um direito de qualquer mente minimamente
pensante… mal estaria o mundo se todos pensassem igual, acomodados apenas ao
que nos dizem ou ficarmos calados e quietos sem respostas minimamente
racionais!
Há pessoas religiosas (e não religiosas) boas e más… o que critico
é a maldade e as atrocidades que são cometidas em nome dessas crenças e estados
ditatoriais.
Não utilizo “serviços” da igreja, no meu interesse… nunca
utilizei. Casei numa igreja (para fazer a vontade aos pais e aos sogros), mas
até o podia ter sido num estádio de futebol ou num recito de festas… para mim era
igual. O importante era o momento… e vivê-lo intensamente tal como fiz.
Quando um dia cá não estiver… (todos vamos!) … dispenso qualquer
cerimónia ou “serviço religioso”, simplesmente porque tal não me conforta nem
me diz absolutamente nada. Aliás, ser-me-á indiferente, porque já cá não
estarei! Mas se hoje me perguntarem, em vez de “missas”, ou cerimónias
fúnebres, prefiro que cantem o hino de Lennon (“Imagine”) por um mundo sem
crenças, em paz e em liberdade.
O que faço e sempre fiz é tratar bem a minha família e todos os
que me rodeiam enquanto cá estiver… para mim o que realmente mais importa!
É isso que me dá ânimo e me conforta.
Sei que é uma resposta muito longa…
Se a leres espero ter sido esclarecedora.
Se algum dia quiseres falar pessoalmente sobre o assunto, pois,
estou sempre disponível.
Abraço!
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P. (amigo de adolescência e maioridade… de corridas de bicicleta… e vida militar)
Comentário no Facebook ao Texto 116. Missa (Agora I)
Amigo Silva, quando utilizas este meio de comunicação para fazeres
as insinuações que te vão na Alma "se tiveres" e as enviares aos sete
ventos para somente difamares e denegrires quem quer que seja, pois só
acreditas em ti e nas tuas verdades, deixo-te estas pequenas palavras para as
leres com atenção:
Quando alguém me diz que não acredita 'nessas coisas' porque só
acredita naquilo que vê, fico a pensar se essa pessoa acredita na sua memória,
no seu pensamento, nas suas emoções, na sua intuição. Se alguém me diz que só
acredita naquilo que pode ser tocado, medido, comprovado cientificamente, fico
a pensar se essa pessoa acredita no amor; se acredita na confiança, se acredita
na esperança, se acredita no sentido da vida. A conclusão é sempre a mesma:
mais tarde ou mais cedo, todos percebemos que – “o essencial é [mesmo]
invisível aos olhos: só se vê bem com o coração”.
Bom domingo
"Deus é tão simplesmente isto"
Resposta ao comentário:
Caro amigo T. Z. P.,
Amigo de inúmeras corridas de bike... aventuras civis e
militares...
Suponho que terás lido a resposta que escrevi acima... por isso
não me vou alongar a responder aqui... apenar reiterar que "tenho todo o
direito de criticar ideias, ideais, figuras públicas, estados ditatoriais,
qualquer tipo de crença ou religião... etc... " tal como tu!
É um princípio fundamental (liberdade de opinião) de qualquer
sociedade livre e democrática…
Cito: “Uma Lei ou Padrão de Comunidade que diga que não posso
criticar ou ridicularizar ideias, nomeadamente religiosas ou do domínio
público, calando e eliminando os seus membros é no mínimo, INTOLERÁVEL e
INADMISSÍVEL, hoje em dia! (Rowan Atkinson).
Acredito tanto no amor que até um livro escrevi sobre ELE! O amor
é o meu "deus"!
Não diria que só se vê bem com o coração... mal de nós se não
questionamos algo que nos incutem como verdadeiro ou não pensamos racionalmente
sobre a realidade!
Há quem diga (Óscar Wilde) que "os olhos são inúteis quando a
mente é cega".
Sabes que eu não acredito em "amigos imaginários", mas
sim nos verdadeiros amigos... como TU!
Eis porque te vou dizer o seguinte: Nunca o revelei nestes anos
todos em que estivemos juntos... não sei se terás lido já o meu livro
("Agora I" -decerto que não), mas, se o fizeres, fica a saber que te
considero tão "AMIGO"... te tenho tanto no coração que um dos textos
(o nº 93) é dedicado a ti.
Grande abraço!
Autor: Carlos Silva
Data: 2023-12-13
Imagem: Internet
Obs.:
Direitos reservados.
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