“Uma
gramática que pretenda registar e analisar os factos da língua culta deve
fundar-se num claro conceito de norma e de correção idiomática”.
Para Norren
há três critérios principais de correção, por ele denominados
“histórico-literário, histórico-natural e racional”, o último, obviamente, o
seu preferido.
De acordo com
o critério “histórico-literário”, a correção assenta essencialmente em
conformar-se com o uso encontrado nos escritores de uma época pretérita. É o
critério tradicional de correção, fundado em exemplos clássicos.
O segundo
critério, o “histórico-cultural”, baseia-se na doutrina de que a linguagem é um
organismo que se desenvolve muito melhor em estado de completa liberdade, sem
entraves.
O terceiro
critério, o “racional”, é o que pode ser apreendido mais exata e rapidamente
pela audiência presente e pode ser produzido mais facilmente por aquele que
fala”;
“Na linguagem
é importante o polo da variedade, que corresponde à expressão individual, mas
também o é da unidade, que corresponde à comunicação interindividual e é
garantia de intercompreensão”.
A norma não
corresponde ao que se pode ou deve dizer, mas “ao que já se disse e
tradicionalmente se diz na comunidade considerada”.
“Não se
repreende de leve num povo o que geralmente agrada a todos” disse com singeleza
o poeta Gonçalves Dias.
Com efeito,
por cima de qualquer critério de correção, está a aceitabilidade social.
Autor: Carlos Silva
Data: 2019-11-18
Imagem: Internet
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