2021-09-24

0259. Cartas de Indulgência

 


As “Cartas de Indulgência” eram prática corrente da Igreja Católica e tiveram o seu início no século XI com o intuito de controlar e obter dinheiro fácil dos seus fiéis seguidores. As esmolas eram parcas e escassas numa população já de si faminta e pobre em recursos.

Eram uma espécie de perdão concedido aos crentes pelos seus pecados e consistiam no pagamento voluntário de uma quantia monetária calculada em função da posição social e da gravidade dos mesmos.

Após concedidas pela Igreja Católica as indulgências garantiam e reservavam automaticamente ao pecador arrependido um lugar no paraíso.

O perdão do pecado, associado ao medo do inferno, dominavam o “imaginário sociocultural da Idade Média”, pelo que as Cartas rapidamente se transformariam numa medida, ainda que algo severa, socialmente aceite pela maioria da população.

Nos séculos XIV e XV, com o despertar do Humanismo por toda Europa, sobretudo nos meios mais instruídos, as indulgências começaram a ser criticadas e a perder alguma popularidade o que desencadearia algumas medidas de repressão mais severas tais como julgamentos e queimas em plena praça pública de hereges e inimigos da fé cristã que ousaram colocá-las em questão.

Quer sob a forma de indulgência, quer sob as mais imorais formas este comércio, o negócio do divino continua ainda hoje a alimentar a gula e poder da Igreja Católica e de todas as religiões.

Financia a construção de descomunais catedrais e templos, cria autênticos impérios como é o caso do Vaticano, e sobretudo alimenta todo o fausto clero que vive luxuosamente e vergonhosamente à custa do trabalho e do suor dos seus pobres e acéfalos fiéis.

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-24
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2021-09-19

0258. Agora


 

Só existe este precioso Agora

E só agora o poderás compreender

E só agora o poderás viver

 

Por isso aproveita-O

Aproveita agora este teu único Agora

Aproveita agora este teu irrepetível Agora

 

Aproveita agora este teu imenso desejo e todos os beijos que puderes dar

Ama agora perdidamente quem tiveres que amar

Perde-te em tudo o que tiveres para dar

 

 Não percas tempo com ilusões e desilusões

Não deixes nada por fazer nem por dizer

Seca todas as lágrimas que tiveres que derramar

Desperta para o teu admirável tempo

E sê completamente cada momento

 

Acaricia toda esta assombrosa beleza que te rodeia

Aproveita-A agora

Sente completamente o teu Agora

Agora

 

Aproveita-O agora 

Porque um dia expirará absolutamente

Porque um dia também tu perecerás eternamente

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-19
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2021-09-09

0257. Um Juiz?!

 


Um Juiz…

Defensor e incentivador público do incumprimento das regras da pandemia, após lhe ter sido ordenado que colocasse a máscara, dirigiu-se (sem referida proteção) de dedo em riste, aos agentes da Unidade Especial de Polícia da PSP que no decurso das suas funções, exerciam segurança à manifestação de apoio ao mesmo, e ordenou que…

 

“se colocassem no seu lugar, porque ali ele era a autoridade judicial e estava acima dos mesmos!”

 

Perante a resposta do Comandante da Força (“ele sim deveria colocar-se no seu lugar”), assumiu um comportamento verbal ainda mais agressivo e retorquiu…

“Eu ponho-me no meu lugar e o meu lugar é este: acima de si, está a perceber? O senhor está abaixo de mim” …

“Não me toque!...” -e questionou de forma desafiadora, se iriam “carregar sobre os manifestantes...”

 

Ora,

Não sendo eu juiz… mas comum cidadão e militar… fazendo uso do meu livre e legítimo direito de opinar… apraz-me (a propósito) referir o seguinte…

 

1.      O que diz a Lei em Portugal?

Diz a Lei n.º 62-A/2020 de 27 de outubro

Imposição transitória da obrigatoriedade do uso de máscara em espaços públicos.

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º

Objeto

A presente lei determina, a título excecional, a obrigatoriedade do uso de máscara para o acesso, circulação ou permanência nos espaços e vias públicas.

Artigo 2.º

Âmbito territorial

A presente lei aplica-se em todo o território nacional.

 

2.      Durante a manifestação houve incumprimento da Lei em vigor?

“Durante a manifestação e interação do suspenso Juiz com os Polícias, verificou-se inequivocamente o incumprimento das regras em vigor para a prevenção da disseminação da pandemia”.

A PSP referiu que “durante a manifestação, as regras no âmbito da pandemia não foram cumpridas”, pelo que (suponho) efetuará as diligências necessárias, como faz com qualquer cidadão, identificando os infratores, a fim de proceder ao levantamento dos respetivos autos por contraordenação;

 

3.      Durante a manifestação houve insultos aos agentes que estavam legitimamente a cumprir o seu serviço em representação do estado?

O Juiz insultou inequivocamente os agentes de serviço antes de ser ouvido pelo Conselho Superior de Magistratura na sequência de um processo disciplinar;

 

4.      Perante tal situação o Conselho Superior de Magistratura pode agir, impedindo o Juiz de voltar a exercer?

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) tem dois meses para decidir se permite (ou não) que o Juiz volte a exercer.

 

Pois bem, perante os factos…

Como militar e cidadão exemplar, só me resta confiar que, no exercício legítimo das suas competências e autoridade, o Conselho Superior de Magistratura e o Estado Português, ajam em conformidade com a Lei aprovada na Assembleia da República.

 

É por isso que nós cidadãos votamos e elegemos os nossos representantes.

Para que a cumpram e façam cumprir!

 

Disse.

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-08
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0256. Imagine - 50 anos

 


Faz hoje 50 anos que que John Lennon lançou “Imagine”, que se transformou num autêntico hino à paz mundial e à união entre povos.

Nunca é demais recordar que neste mesmo dia, no Afeganistão, as mulheres foram proibidas de fazer desporto… e algumas delas, numa manifestação, lançaram-nos o alerta:

"Porque é que o mundo nos observa em silêncio?"

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-09
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2021-09-01

0255. Insanidade

 


Diz o Dicionário Online de Português que “Insanidade” é…

“Qualidade de insano, de quem perdeu o domínio de suas capacidades mentais. Que não possui nem demonstra sensatez; imprudência, insensatez. Ato ou modo de se comportar da pessoa que não é sensata…”

 

Ora… partindo do princípio que é correta a definição apresentada…

Não será “insanidade mental” um ser humano ajoelhar-se diante de uma estátua de barro e conversar com ela?

Não será “insanidade mental” um ser humano acreditar num ser imaginário precisamente igual a si próprio?

Não será “insanidade mental” um ser humano acreditar na ressurreição de alguém que supostamente morreu há mais de dois mil anos?

Não será “insanidade mental” um ser humano pensar que esse ser imaginário é a solução para todos os seus problemas?

Não será “insanidade mental” um ser humano acreditar que quando morrer vai para um local especial no “céu”?

Não será “insanidade mental” um ser humano acreditar que, sobrevivendo a uma doença, tal foi por obra desse ser imaginário e não pela ação de médicos e medicamentos?

Outrora o ser humano era obrigado a acreditar e a aceitar este ser imaginário sob pena de ser condenado ou queimado na fogueira…

Hoje o ser humano nasce e cresce livremente…

No entanto continua acorrentado a esta insanidade mental, absolutamente fora da realidade!

Mais grave, toma-a como virtude, como modelo de sensatez absoluta e indiscutível!

O mesmo dicionário refere que Esquizofrenia é… “uma doença que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. Designação comum a várias psicoses endógenas definidas por uma separação entre a ação e o pensamento, ocasionando a perda do contato com a realidade.”

Se acha que o seu deus e a sua religião são realmente únicos e autênticos…

Se todos acham o mesmo e todos julgam ter razão…

Será que nunca terá pensado que possivelmente ninguém terá razão?

Obviamente porque, nas mesmas circunstâncias, todos não a podem ter!

Foi precisamente por esta doentia superioridade e unicidade divina que tantas batalhas foram travadas e tantas vidas inutilmente se perderam por todo o mundo ao longo de séculos…

Se também se acha um ser especial…

Se também se acha um ser diferente dos demais…

Se também se acha um ser protegido por uma entidade divina…

Se também acredita que o seu amigo imaginário é a solução para a sua salvação e para a resolução de todos os problemas do mundo…

Pare... e pense um pouco.

Se ao pensar o seu estado o impede de raciocinar...

Então você precisa mesmo de ajuda!

Procure rever o seu conceito de sanidade mental.

Possivelmente estará na hora de ir a um médico ou um psicólogo.

Possivelmente estará gravemente doente e não tem a noção de tal!

 

Esse estado impede-o de admitir e saber que está realmente doente!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-05-31
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2021-08-31

0254. Não-resposta

 


Proliferam na internet milhões de respostas a uma simples e ingénua questão…

 

“Crês que deus existe?”

 

É uma questão que se repete e repetirá certamente no tempo, pelo menos durante algum tempo, até que deixe obviamente de ser feita…

Responder ou não responder, não é, pois, relevante.

 

Relevante é o facto de, no momento, ter a certeza de que eu existo!

Indiferentemente de responder… ou não!

 

Não sei realmente quem sou…

Mas existindo e sendo o que sou, supostamente, ateu…

Pensando racionalmente como penso, sem limites nem fronteiras…

Devo, desde logo, aclarar e declarar que não acredito em “seres imaginários”!

 

Consequentemente e logicamente não deveria sequer responder a esta espécie de não-pergunta!

Será, pois, também uma espécie de não-resposta!

 

Resumindo: para mim, um “ser imaginário”, tal como o nome indica, é apenas um “ser imaginário”. Ponto final.

Qualquer “ser imaginário” (vulgo: deus), não passa de um conceito meramente mental, portanto abstrato… não sendo equacionável a sua existência como ser ativo, diligente ou divinamente inteligente… 

Se em tempos existiu tal pessoa… é provável!… tal como tantos outros incógnitos seres humanos... hoje falecidos.

 

Perguntar-me-ão alguns, então, porque continuo a escrever sobre este “amigo imaginário” se o considero uma perda de tempo?

Dirão outros, ao abordar a matéria, se não lhe estou a dar o corpo e a alma (fictícia e abstrata, obviamente) que precisa para viver?

 

Não. Não é o caso, porque apenas tenho amigos reais!

 

Muita gente murmurará com os “seus botões” … alguns de forma completamente genial com os seus dedicados heterónimos…  mas, conversar toda uma vida com o seu “omnipotente, omnisciente e omnipresente amigo imaginário”, é, de todo, um comportamento compulsivo-dependente que, em casos mais extremos, pode levar à loucura ou transformar-se numa autêntica psicose.

 

Reitero que o intuito desta não-resposta não é julgar os que habitualmente murmuram com os seus “botões” ou com os seus amigos imaginários!... não!

Não pretendo sequer tentar condicionar alguém…  jamais o faria…

Será a ciência… o conhecimento… a própria natureza que inevitavelmente o fará ditando as suas próprias leis. A verdade, mais cedo ou mais tarde, acabará sempre por se desforrar de quem a tenta ludibriar.

 

Todos temos o direito de ter (ou não!) amigos imaginários!

 

O problema que se coloca é que em nome do seu supremo amigo imaginário, muitos seres humanos já perderam a vida… (e continuam a perder!) -alguns apenas por nele não acreditarem, ou simplesmente por pensarem de forma diferente!

 

Ninguém pode exigir a submissão às regras do seu supremo amigo imaginário!

 

É, pois, também uma questão de liberdade física e mental!

 

O problema é que este amigo imaginário tal como é ainda atualmente apresentado pelas mais diversas personagens, interfere e condiciona negativamente o futuro de toda a humanidade!...

O problema é que, algumas personagens que vivem e se dedicam fielmente aos seus amiguinhos imaginários, não são de modo algum, pacíficas ou inofensivas tal a forma como profetizam e como acabam inevitavelmente por afetar e condicionar todos os que os rodeiam.

 

O problema mais grave, é que, em nome do “amiguinho imaginário”, um número ilimitado de chicos-espertos, exploram economicamente e impiedosamente milhões de pobres…

 

Nenhuma crença que venera o seu amigo imaginário produz algo... ou ajuda alguém!

Na realidade, é continuamente ajudada e mantida pelos seus fiéis. É uma espécie de mendiga perpétua que vive do trabalho alheio… e ainda por cima recebe dinheiro dos impostos do estado sem descontar ou contribuir minimamente para apoiar o tecido social.

 

Afirma aos “sete céus” que “o dinheiro é fonte de pecado”, porém, acumula-o e ostenta-o compulsivamente, o que deveria, no mínimo, encaminhar qualquer alma para o inferno, ou, ofender o pobre e devoto fiel que no seu dia a dia luta por colocar um pedaço de pão na mesa dos seus filhos…

 

Este é, fundamentalmente, o motivo que me leva a dar uma resposta, ou melhor, uma “não-resposta!

Porque é irrelevante e indiferente a resposta!

Bastava, pois, parar e ficar por aqui.

 

O principal problema é que não é ficando calado ou ignorando esta grave dependência que se descobre a sua cura!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-06-04
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