As “Cartas de Indulgência” eram prática corrente da Igreja
Católica e tiveram o seu início no século XI com o intuito de controlar e obter
dinheiro fácil dos seus fiéis seguidores. As esmolas eram parcas e escassas
numa população já de si faminta e pobre em recursos.
Eram uma espécie de perdão concedido aos crentes pelos seus pecados
e consistiam no pagamento voluntário de uma quantia monetária calculada em
função da posição social e da gravidade dos mesmos.
Após concedidas pela Igreja Católica as indulgências garantiam e
reservavam automaticamente ao pecador arrependido um lugar no paraíso.
O perdão do pecado, associado ao medo do inferno, dominavam o
“imaginário sociocultural da Idade Média”, pelo que as Cartas rapidamente se
transformariam numa medida, ainda que algo severa, socialmente aceite pela
maioria da população.
Nos séculos XIV e XV, com o despertar do Humanismo por toda
Europa, sobretudo nos meios mais instruídos, as indulgências começaram a ser
criticadas e a perder alguma popularidade o que desencadearia algumas medidas
de repressão mais severas tais como julgamentos e queimas em plena praça
pública de hereges e inimigos da fé cristã que ousaram colocá-las em questão.
Quer sob a forma de indulgência, quer sob as mais imorais formas
este comércio, o negócio do divino continua ainda hoje a alimentar a gula e
poder da Igreja Católica e de todas as religiões.
Financia a construção de descomunais catedrais e templos, cria
autênticos impérios como é o caso do Vaticano, e sobretudo alimenta todo o
fausto clero que vive luxuosamente e vergonhosamente à custa do trabalho e do
suor dos seus pobres e acéfalos fiéis.
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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-24
Imagem: Internet
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