Eduardo Cabrita, Ministro da Administração Interna, pediu a
demissão após serem conhecidas as conclusões do inquérito do Ministério Público
ao acidente na A6 em que perderia a vida um funcionário da Brisa e o condutor
da viatura, ser acusado de homicídio por negligência.
Saiu “sem honra nem dignidade”,
de forma arrogante e sem assumir qualquer responsabilidade pessoal ou política
do acidente!
Saiu como mero “passageiro” da viatura oficial em que seguia!
Saiu para não ser vergonhosamente obrigado a sair!
Dias antes, ao ser questionado se a viatura em que seguia
circulava a mais de 200 Km/h, responderia que… “estando a decorrer um inquérito
pelo Ministério Público, o Ministério da Administração Interna não tem
nada a acrescentar aos esclarecimentos públicos já prestados”.
De acordo com o inquérito, no momento do atropelamento, a viatura
seguiria a 163 Km/h.
“O Código da Estrada define que a velocidade máxima em
autoestrada, para um veículo ligeiro de passageiros ou misto, é de 120 km/h. No
entanto, a lei também especifica que, “sem prejuízo dos limites máximos de
velocidade fixados, o condutor deve moderar especialmente a velocidade” em
casos concretos, como quando estejam “assinalados sinais de perigo”. No troço
da A6 onde aconteceu o acidente do carro em que seguia o ministro, estavam a
ser feitas obras de manutenção ao longo da via, pelo que os trabalhadores
afirmaram que eram protegidos à retaguarda por uma carrinha com um sinal
luminoso.”
Como militar, gostaria de referir o seguinte…
Durante vários anos fiz o mesmo percurso que o senhor ministro, em
viaturas militares, com uma pequena grande diferença: todos os ocupantes eram
militares e o Cmdt da viatura, ordenava sempre que não se excedesse os limites
estabelecidos por lei; ordem essa que era exemplarmente cumprida pelo mesmo e
escrupulosamente acatada pelo condutor.
Refiro apenas que todas as viagens decorreram tranquilamente, sem
qualquer acidente ou sequer situações de perigo iminente.
O Sr. Ministro, como Cmdt da comitiva, ou talvez apenas mero
“passageiro”, como afirma, para fugir à sua responsabilidade, simplesmente
deixou-se conduzir em ordem ao cumprimento de uma agenda, que provavelmente até
nem era o caso, pois encontrava-se de regresso de uma cerimónia militar.
Esta é a grande diferença entre um militar (que o Sr. Ministro
tutela) e o Sr. Ministro:
O cumprimento da Lei!
Como militar exemplar, admiro militares que cumprem e fazem
cumprir a lei… ou por outras palavras… “com tomates!”
Disse… Sr. Ministro!
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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-12-05
Imagem: Internet
Obs.:
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