Um amigo
comentou numa das minhas publicações…
“Não
acreditam, mas usam os serviços religiosos!”
“Serviços
religiosos”?!... que serviços religiosos?!
Fui realmente
“batizado”!...
Fui batizado
quando ainda não tinha consciência nem capacidade de decisão, sem que nunca,
ninguém, me tivesse perguntado se aceitava ou não tal “serviço religioso”.
Na realidade,
ainda hoje não consigo entender a utilidade deste “serviço”, mas entendo perfeitamente
o seu propósito económico e a sua finalidade de marcação de identidade católica
para efeitos estatísticos de um Estado laico, que, no meu caso, e decerto no de
muita gente, não só não corresponde à verdade, como viola completamente os
princípios da minha racionalidade.
Felizmente
que tal “serviço” e toda a doutrinação infantil que envolve o cerimonial
católico, não é vinculativo e não me impediria de continuar a raciocinar
livremente como agora mesmo o faço. Raciocinando logicamente e sendo livre como
sou, como poderia ser, ter ou pertencer a alguma religião?!
Casei
realmente numa igreja!...
Casei numa
igreja e usufrui de mais um “serviço religioso”, que como todos os serviços,
foi muito bem pago, em dinheiro vivo, livre de impostos e sem direito a qualquer
fatura!
Casei numa
igreja porque nasci e cresci neste meio ancestralmente católico… mas também o
podia ter feito num salão de festas ou num estádio de futebol sem a presença do
prestador do serviço… ser-me-ia indiferente uma vez que apenas me importava a
união e a respetiva celebração.
Casei numa
igreja porque os familiares, também eles manipulados por este sistema, assim o
desejaram e entendi que não valia a pena contrariar a sua vontade… -um
autêntico pecado se o fizesse!
Vou realmente
a funerais!…
Vou também a
este “serviço religioso”!…
Vou a este
“serviço” como forma de despedida e homenagem a amigos e familiares…
Acompanho
alguns cortejos fúnebres até ao cemitério onde vou com alguma regularidade por
lá se encontram os meus avós e o meu pai que recentemente faleceu… pelo
respeito que me merecem e sobretudo pelo que me ajudaram a ser o que sou.
Não sou
frequentador de “missas” …
Não sou
frequentador deste “serviço religioso”, mas confesso que já assisti a alguns…
Recordo uma “missa”
na companhia da Luísa e sogra, pela “alma” (memória!) do meu sogro e de
mais uma dúzia de pessoas cujos nomes completos seriam pausadamente mencionados
aos familiares presentes que a ordenaram e pagaram.
Durante a
celebração deste “serviço”, ser-me-ia solicitado dinheiro por 4 vezes!...
Uma vez para
a missa… duas para uma bolsinha durante a celebração… e mais outra à saída para
“ajudar as alminhas”, que só o padre saberá quais!…
Um fiel
paroquiano poderá pagar aproximadamente um total de 20 € por este “serviço
religioso” que consistiu numa pequena palestra acompanhada de leitura do nome
dos defuntos e algumas passagens mais suaves da Bíblia.
Qual a
utilidade destes “serviços religiosos”?!
Cada um que
pense o que entender…
Casamentos,
cerimónias fúnebres e festas populares são heranças culturais perfeitamente
naturais e sempre existiram em qualquer sociedade…
A religião
deturpou e apropriou-se dos seus valores associando-os a celebrações religiosas
sustentadas em “serviços religiosos” cujo objetivo principal é, obviamente,
extorquir dinheiro aos seus rebanhos. Dinheiro para alimentar a igreja católica
e manter acesa a chama da sobrevivência à custa da ignorância dos mais pobres e
desfavorecidos.
Autor: Carlos Silva
Data: 2023-02-01
Imagem: Internet
Obs.:
Direitos reservados.