2023-07-29

0355. Livre-pensador

 



Não me basta pensar livremente!

Preciso de liberdade para voar plenamente, sem barreiras ou fronteiras!

Preciso de liberdade para soltar o mundo que sinto e pressinto!

Preciso de independência e consciência para proclamar que não sou de nada nem de ninguém!

Não pertenço a nenhum partido político, seita ou crença religiosa!

Preciso que precisem que apenas pertenço a mim próprio!

Preciso que precisem que não preciso de muletas para viver e promover a liberdade, o humanismo, a tolerância, a solidariedade e paz.

Acredito na conceção natural, científica e ética do mundo.

Mais que uma opção, mais do que um direito, é uma inevitabilidade, uma forma de responsabilidade pelos próprios atos, pelo supremo valor da vida e confiança no método científico por forma a construir modelos racionais de realidade…

Uma forma de vida assente no bem-estar, paz, liberdade de ser, pensar e realizar!

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-07-29
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2023-07-25

0354. Amigo

 



Boa noite!

Sou eu!

 

O tal amigo…

O tal amigo que tanto desejas estar contigo…

O amigo do pôr-do-sol, algures no calor da areia perdido…

O amigo das noites perdidas, sem regras nem sentido.

 

Liga!

Liga sempre que te sentires abandonada ou perdida,

Estarei sempre por aqui para realizar os sonhos duma vida…

Estarei sempre por aqui, ou até por aí, logo de seguida…

Perto de ti.

 

Liga!

Estarei sempre por aí ou aqui, em silêncio, pronto a escutar…

Escutar o palpitar do teu coração por entre as ondas do mar…

Escutar a tua voz, encantada, simplesmente com um olhar…

Perto de ti.

 

 

Liga!

Liga quando tudo em ti deixar de fazer sentido,

Liga quando apenas desejares estar a sós comigo…

Com o tal amigo que sempre está contigo…

Nas noites frias que despertam o calor dos sentidos.

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2022-12-14
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Obs.:
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0353. Visita ao Vaticano

 


Toda a gente sabe que Marcelo Ribeiro de Sousa é um cidadão muito religioso, um fiel seguidor da Igreja Católica. Tal como todos os cidadãos, tem todo o direito de o ser. Cada um acredita no que entende!

No entanto, ao visitar o Vaticano, na qualidade de Presidente da República de um Estado laico, não pode, de forma completamente subserviente e humilhante, inclinar-se e beijar publicamente a mão do máximo representante da Igreja Católica.

Até parece que todos os portugueses têm que prestar vassalagem à Igreja Católica Apostólica Romana! É a imagem que transmite!

Pode até ser o presidente de todos os católicos portugueses, mas nunca o presidente de todos os portugueses!

Pelo menos, não o meu, que não tenho qualquer fé nem amigos imaginários e não lhe reconheço legitimidade para me representar perante nenhuma crença ou religião.

Mais do que violar a laicidade da Constituição portuguesa, viola a racionalidade da minha mente, que não se revê em nenhuma forma de obscurantismo religioso.

É natural que haja portugueses que são católicos como o cidadão Marcelo… e até aprovem a visita de Estado ao Vaticano… no entanto, também é preciso equacionar os portugueses que têm outras religiões e os que não têm nenhuma -como é o meu caso!

Crentes ou descrentes, todos devemos honrar a Constituição da República portuguesa que é laica!

O cidadão Marcelo Rebelo de Sousa deve ter perceção e sensibilidade para separar a sua fé e convicções pessoais, das suas responsabilidades de Chefe de um Estado laico, livre e democrático!

O cidadão Marcelo Ribeiro de Sousa pode ter a sua fé e acreditar no que entender, no entanto, o Estado português, que é laico, não tem que promover ou reconhecer dogmas e superstições da Igreja Católica.

 

É uma vergonha!...

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2016-03-??
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2023-07-23

0352. Niilismo

 


Que sentido para esta vida?

O facto de sentir e pensar implica um qualquer significado intrínseco para a vida.

Mas…

E se o sentido da vida não tiver qualquer sentido?

E se a existência se resume apenas a este breve instante em que temos o privilégio de ser… ou pensar que somos algo além do que realmente somos?

Vivemos inequivocamente durante um efémero período de tempo.

Depois… resta-nos o Fim.

Depois… resta-nos a Morte.

Nada mais!

Não é realmente fácil equacionar determinadas verdades insanáveis sem que tal não implique a destruição das mais perfeitas ilusões humanas.

Que sentido para esta vida se realmente tudo acaba?

Podemos realmente admitir que a vida não tenha qualquer sentido?

Valerá realmente a pena saber, interpretar, lutar por algo mais se no final tudo se perde, tudo se transforma?

 

Para quem acredita em eternidades, seres sobrenaturais ou imaginários… a realidade acaba por esmagar limitando-os a uma simples imagem mental abstrata, também ela efémera e finita; finita com a morte do corpo e o consequente fim da vida!

Nunca ninguém em tempo algum observou qualquer um dos inúmeros deuses imaginados pelo homem.

 

Para quem, perante as evidências (e pela racionalidade), não concebe nada mais além da vida…

Restam os valores da cultura e da liberdade…

Resta o ceticismo das evidências observáveis…

Resta inevitavelmente, como a todos, viver o resto dos seus dias de vida!

 

Nunca ninguém viveu e voltou!

Esta é a realidade nua e crua!

É extremamente difícil à maioria dos humanos assumir e aceitar a efemeridade da vida… o Fim da vida. O Nada!

Na realidade, não se trata de retirar o sentido da Vida…

Trata-se da inevitabilidade de viver o momento enquanto se vive e reconhecer a condição finita da vida.

 

O ateísta não tem fé. Observa, deduz de acordo com a realidade, baseando-se em factos científicos.

Tal implica espírito crítico, inteligência, racionalidade… e sobretudo alguma frieza para afirmar e aceitar peremtoriamente o Fim.

 

O Niilista, em contrapartida, tal como a natureza, é ainda mais implacável.

Reduz o ser à sua volátil e efémera condição humana.

Reduze-o a Nada!

Mata-o!

 

Tudo leva a crer que seja essa a Verdade!

Tenha a vida sentido… ou não!

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2022-12-27
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2023-07-21

0351. Delírio

 


É um autêntico delírio!

 

É um autêntico delírio a personagem descrita no livro de ficção mais “genocida de todo o cânon literário”.

É um autêntico delírio alguém, pressupondo estar na plenitude das suas capacidades físicas e mentais, acreditar incondicionalmente na autenticidade duma personagem fictícia, descrita como "ciumento, orgulhoso, controlador mesquinho, injusto, intransigente, genocida, vingativo, sedento de sangue, misógino, homofóbico, racista, infanticida, filicida, pestilento, megalomaníaco, sadomasoquista, malévolo"… sem que tal provoque o mínimo de repúdio mental.

 

É um autêntico delírio!

 

É um autêntico delírio acreditar na personagem descrita como sendo simultaneamente pai, filho e “espirito santo”, que teria nascido de uma virgem e andado há dois mil anos atrás pelo médio oriente a passear sobre as ondas do mar, a transformar água em vinho e a fazer cair pão do céu, entre inúmeras outras artes de magia.

É um autêntico delírio que, em determinados casos, chega a roçar a insanidade mental!

 

É um autêntico delírio!

 

É um autêntico delírio que pode conduzir a sentimentos de ansiedade, pensamentos obsessivos, atos compulsivos e manifestações físicas sem a menor evidência objetiva.

É um transtorno mental que pode conduzir a alucinações e a uma perceção totalmente distorcida da realidade.

Este transtorno mental manifesta-se por exaltações de poder, saber e sobretudo de identificação privilegiada com uma suposta entidade divina que permanentemente escuta e conduz.

Este transtorno de personalidade, provocado sobretudo por uma precoce doutrinação infantil religiosa, é normalmente associado a experiências traumatizantes que resultam de medos e ameaças de castigos caso não obedeçam à suposta entidade divina.

 

Resumindo, é um autêntico delírio… e em casos mais extremos pode mesmo levar à loucura!

 

Não subestimemos, pois, o intelecto humano!

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2022-11-11
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2023-07-19

0350. Gosto

 


Acredito no que sinto e vejo

Acredito no que penso e escrevo

Acredito na lógica e na ciência

 

Gosto de analisar e aferir evidências

Gosto de questionar mitos e crenças

Gosto de equacionar o provável e o improvável

Gosto de admitir o admissível e rejeitar o impossível

Gosto de dispor dados convergentes e divergentes

Gosto de contrapor opiniões coerentes e incoerentes

 

Gosto de raciocínios claros e evidentes

Gosto de factos e provas consistentes

Gosto sobretudo de fazer uso da razão

 

Gosto de mentes diligentes e inteligentes

Gosto sobretudo de chegar a uma conclusão

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-01-01
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0349. Origem

 



Questiona um crente na sua incerteza…

“Como é que um ateu pode afirmar que tudo veio do nada”?

“Se não foi deus, quem criou o homem e o universo”?

 

Ora, nenhum ateu pode afirmar que “tudo veio do nada”!

O ateu, simplesmente, desconhece a origem do universo e da vida porque ainda não foram explicados cientificamente!

O ateu desconhece a origem do universo, embora admita que tenha surgido a partir da desintegração de um núcleo radioativo instável, conhecida como teoria do “Big Bang”, que considera que estaria originalmente muito quente e denso em algum tempo finito do passado.

O ateu desconhece a origem da vida… mas sabe, obviamente, que resultou de um processo evolutivo, sendo que para tal tenha ocorrido, foi fundamental a presença de determinados elementos indispensáveis ao seu desenvolvimento.

 

O que o ateu pode constatar é a inexistência de qualquer divindade!

Com base nesta evidência, raciocina e retira a conclusão mais lógica possível!

Perante a inexistência de qualquer divindade (nunca em tempo algum foi observada… muito menos com poderes supranaturais), considerá-la seria irracional e completamente absurdo!

Considerar essa suposta divindade a origem de tudo, implicaria (mais ilógico ainda!), considerar que, anteriormente (a ela e à criação), algo a teria também criado!

Na realidade, a questão, apesar de não totalmente coerente é perfeitamente percetível a qualquer mente minimamente ciente:

Embora se desconheça objetivamente a génese, houve claramente uma evolução a partir de determinados elementos químicos existentes na terra… como amónia, hidrogénio, metano, vapor de água… até atingirem uma organização estrutural e funcional característica da matéria viva.

Obviamente que quem criou todos os supostos deuses foi o próprio homem! -precisamente pela sua necessidade de respostas… e principalmente por poder e domínio dos seus semelhantes.

“Deus sempre existiu… está em todo o lado”, justificam alguns crentes!

Na realidade, existe, desde que imaginado pelo homem pois trata-se obviamente duma imagem mental abstrata.

Na realidade, o homem criou algumas “escrituras”, onde, à sua imagem, imaginou e descreveu um suposto ser divino, com poderes supranaturais. Um ser ancestral, rude e sanguinário, que tudo sabe e tudo faz… narcisista e sobretudo bastante ignorante relativamente a todos os ramos da ciência. Um ser que promove amor e paz, mas semeia ódios e guerras…

Na realidade, um ser celestial limitado e sobretudo pouco inteligente -à imagem do seu criador!

 

Todas as crenças humanas são sustentadas pela ignorância e sobretudo pela necessidade de acreditar ou agarrar-se a algo em momentos difíceis e de sofrimento…

Normalmente quem acredita ou tem fé numa divindade, não sabe, não lê e sobretudo não pensa!

Desconhece que precocemente lhe foi incutido o medo de pensar e autonomia para questionar determinados dogmas impostos como verdades supremas.

 

Uns têm receio de questionar a sua fé…

Outros, receio de deixar de acreditar...-como se pensar ou mudar de opinião implicasse um castigo eterno.

A maioria prefere manter-se na sua zona de conforto, limitando-se a repetir orações e a frequentar rituais religiosos, onde incessantemente é repetido até à exaustão o que mais gostam de ouvir, mantendo, assim, a virtualidade e generosidade de contribuir com apoio moral e económico aos seus pastores.

Pensar, descobrir, conhecer, questionar… são hipóteses censuráveis e condenáveis!

 

Basta-lhes saber que o seu deus sabe… e controla tudo!

Basta-lhes o conforto do seu divino Anjo da Guarda!

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-07-16
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