2020-05-05

0164. Língua portuguesa



A minha pátria não é apenas a língua portuguesa


A minha pátria é o mundo e a racionalidade
A minha pátria é o amor a paz e a liberdade
A minha pátria é o êxtase deste meu presente
A minha pátria sou eu em mim inteiramente

Nunca fui preso a devoções ou obrigações
Nunca fui ligado a partidos ou aplicações
Nunca fui escravo de indivíduos ou entidades
Nunca me subjuguei a divindades ou irmandades

Vivo apenas o momento de não saber o que sou
Vivo apenas o momento de não saber porque sou
Vivo absolutamente sem nunca saber quem sou

Vivo o momento possuído nesta admirável beleza
Pertenço completamente a esta minha natureza
Pertenço ao verso desta pátria língua portuguesa

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-05-05
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2020-05-02

0163. Celebração (25 Abril)



O Presidente da República esteve ao lado do Presidente da Assembleia da República na que foi, eventualmente, a mais polémica celebração da Liberdade…

A maior parte do seu discurso foi dedicado a justificar a celebração em detrimento da dramatização da pandemia Covid-19…

-   “Não comemorar o 25 de Abril no tempo, provavelmente, em que mais precisamos dele seria um absurdo cívico”;
-   “Seria um péssimo sinal de falta de unidade nacional”;
-   “Seria verdadeiramente incompreensível e vergonhoso a Assembleia da República demitir-se de exercer todos os seus poderes”;
-   “É precisamente em situações excecionais que se impõe costumes e rituais”;
-   “Não se trata de uma festa de políticos alheia ao clima e de privação vivido na sociedade portuguesa”;
-   “Evocar 25 de Abril é falar deste tempo, não é ignorá-lo”;
-   “Os políticos nesta sala não vieram de outra galáxia, foram uma livre escolha dos portugueses”;
-   “O Parlamento nunca deixou de funcionar, seguindo as indicações sanitárias”;
-   “Quanto maiores os poderes do Governo, maiores os poderes da Assembleia da República para o controlar”;
-   “Esta sessão é um bom e não um mau exemplo”;

Será que é mesmo um bom exemplo, Sr. Presidente?!

O exemplo que o Sr. Presidente me está a dizer é:

“Faz o que eu digo… não faças o que eu faço!”

Estou certo que inúmeros portugueses como eu fizeram esta questão…
Esta, Sr. Presidente, é que é realmente a questão principal:

É correto (não direi “legítimo” pois estou certo que será) os deputados e os convidados estarem ali a comemorar o dia da Liberdade?! Mesmo em número reduzido… mesmo respeitado a distância de segurança e as medidas da Direção Geral de Saúde…

Era realmente imprescindível celebrar o 25 de Abril?
Era realmente imprescindível como imprescindível foi o funcionamento da AR para fazer aprovar medidas que permitiram fazer face ao estado de calamidade pública?

Perderíamos… ou desrespeitávamos a nossa liberdade se nesta situação gravíssima de pandemia não a tivéssemos evocado?

Atendendo à presente situação de risco de agravamento da pandemia em que ainda vivemos… 
Permita-me Sr. Presidente…
Na minha humilde opinião de cidadão português, penso que…  talvez não!

Quando a maioria dos portugueses têm que estar confinados às suas casas…

Quando naquele momento, outros tantos portugueses, noutros campos de batalha estão a lutar por nos salvar… por salvar a vida de tantos outros portugueses… que realmente estão a lutar pela vida?

Quando centenas de portugueses já morreram (sem poderem celebrar!) às mãos deste terrível inimigo… e outros tantos, estão desesperadamente a lutar pela vida…

Estar ali a comemorar… a liberdade… será o mais correto?

Sr. Presidente…
Por mais convincente que tenha sido toda a sua extensa argumentação…
Por muito boas que tenham sido as suas…
Por muito bonito que tenha sido, no final do discurso ter incitado o Sr. Presidente da AR e os deputados…
“Vamos ao essencial, vamos vencer as crises que temos de vencer"…

Sem menosprezo pelos militares de abril…
Sem menosprezo pela liberdade, sem a qual decerto não estaria aqui a escrever estas palavras…
Na minha opinião de mero cidadão…
Creio que…
Foi sobretudo uma grande falta de responsabilidade!
Foi sobretudo uma falta de respeito pelos que agora estão na frente de batalha (médicos, enfermeiros, auxiliares…) a lutar precisamente pela nossa liberdade… pela nossa vida!
Foi sobretudo uma falta de respeito pelos que já morreram!

Telmo Monteiro disse que “discordava desta cerimónia…”
André Ventura afirmou que “não devíamos estar aqui” …

Devíamos estar TODOS em casa nesse dia a comemorar o 25 de Abril e a Liberdade!

Foi afinal isso que pediu aos TODOS os portugueses:

“FIQUEM EM CASA!”



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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-04-25
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2020-05-01

0162. Banalidade



Banalizamos o bem com se fosse perfeitamente natural…
Ignorando que a ténue linha que separa o “bem” do “mal”,
É por vezes a linha fatal que separa a vida da morte, afinal,
A linha do entendimento inerente à nossa própria limitação,
A linha do instinto inerente à nossa própria animal condição.


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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-02-07
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0161. Layoff religiosa




Devido à pandemia de Covid-19, a Diocese do Porto avançou para o “layoff simplificado”, decisão que afeta colaboradores e clérigos, devido à suspensão das atividades de culto, o que deixará de permitir as habituais receitas.
Refere o “Economato Diocesano” do Porto que…
“Os direitos e deveres são iguais aos de qualquer outro trabalhador…”
Trabalham arduamente em prol da nação!… “salvam vidas”, “curam doentes” … “fazem milagres” … e além disso contribuem imenso para o Produto Interno Bruto.
Se também recebem um vencimento do estado completamente isento de impostos é perfeitamente justo que também recebam dinheiro de todos os contribuintes!


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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-05-01
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2020-04-30

0160. Livro



Foi o sentimento, na sua forma mais natural, que impulsionou a primeira e inocente manifestação escrita[1] ...
Alguns dos ‘acontecimentos futuros’ que lhe dariam corpo estão hoje no mais (im) perfeito dos livros…
O primeiro livro do primeiro amor[2]. 
Não possui um único erro se sentimento!
É prosa e poesia em estado puro!
É arte na sua mais viva essência!

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Autor: Carlos Silva
Data: 1996-01-12
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[1] Extra-diário
[2] Originalmente “Delícias da Solidão”

0159. Louco Amor




Envolvido pelo perfume do amor
Recordo o tempo do primeiro amor
Pleno
Platónico
Vivido no sonho da vida

O ponto de partida para o Louco Amor
Para a realidade
Que agora vivo plenamente

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Autor: Carlos Silva
Data: 1995-08-24
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