2024-11-14

1046. Desabafo

 


Estou cansado de Camões

De Garretts Eças Pessoas

De Orfeus Presenças

De clássicos modernistas tradicionalistas

 

Estou cansado de Afonsos Sebastiões

De mecanismos semânticos morfossintáticos fónicos

De matérias decoradas

De perguntas desnecessárias

 

Estou cansado de tudo

 

Viva a Pura Arte Viva

Viva a Liberdade

Viva o Eterno Humano

Viva o Sentimento o Amor

 

Não sei quem sou

Mas quero ser Eu

Novo diferente original

Especial se possível

 

Estou exausto

Quero Viver



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1045. Um coração de poeta

 



Um coração de poeta sente

O que só um coração de poeta sente

Sente para além dos sentimentos

Sente todos os momentos



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1044. Impressões de um poeta


 

Era uma vez a vida

Brinca o poeta fingindo

Que a vida não é nada

Chorando a dor sorrindo

 

Sorriso artificial

Dum sonho de beleza dor

Real e imaginária

Que guardas no interior




Nota:

Um poeta vive, na generalidade, de uma forma intensa, procurando sempre Algo... o porquê da sua própria vida, a razão do seu ‘Ser’. No entanto, ante a incapacidade de realização e a frustração de não alcançar esse ‘Algo’, brinca com a própria vida (“Era uma vez a vida”), “fingindo que a vida não é nada”. Mas, apesar de fingir, sentiu, e continua a sentir essa sua frustração e incapacidade que tenta sublimar (“Chorando a dor sorrindo”) que, no fundo, é a pura realidade. “Nada” é a ‘falsa imagem’ que o poeta nos oferece da vida, porque ao que sente na realidade, o leitor jamais terá acesso.  É, pois, através desse “sorriso” falso, “artificial” que o poeta procura transmitir o verdadeiro (“Sonho de Beleza”), “chorando” interiormente essa sua incapacidade de materializar, de artificar, de oferecer ao leitor a sua própria realidade. O “chorar” e o “sorrir”, serão, pois, o reflexo dessa sua dor (a “Real” -que realmente sente -e a “Imaginária” a que o leitor também já não terá acesso, por não passar duma representação mental da primeira -não existe!). Ao leitor está reservado apenas o que lê, ou seja: a representação dessas duas dores que se transformará numa terceira (mental, intelectual); a sua!


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1043. Viver a vida

 


É tão bom correr saltar nadar

Rolar na areia e pular no mar

Sem ter que me importar

 

É tão bom sorrir sentir abraçar

Girar ao sol e à luz do luar

Sem ter que me importar

 

É tão bom ter um beijo para te dar

Loucamente Amar e um Fim alcançar

Sem ter que me importar

 

Para que quero Bem Mal Racionar

Se tenho Tudo assim sem pensar

Sem ter que me importar

2024-11-13

1042. Dor

 



I

Como adorava o teu sabor

Na inocência do meu interior

Brincar contigo e chamar-te amor

Disputar contigo e ser o vencedor

 

II

Mas o que era afinal essa dor

Que amava com tanto ardor

Que gelava e dava calor

À inocência do meu interior

 

III

Talvez fosse apenas Amor

Pois sofri com todo o vigor

Talvez fosse um simples pavor

Ou incoerência do meu interior

 

IV

Talvez eu fosse um fingidor

Não não era um fingidor

Queria apenas descobrir a dor

Que gelava e dava calor



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1041. Olhei no espelho


 

Olhei no espelho

Não reconheci aquela misteriosa figura

Quem és tu

Tão igual e tão diferente de mim

E Eu

Quem sou Eu

Permaneceu tal como Eu

Talvez um pouco mais confusa




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