2018-04-06

0096. Quem não gosta de saber?






Quando era criança…
Disseram-me para acreditar em Deus.
Acreditava porque me fazia sonhar.
Acreditava tanto, tanto…
Que não conseguia desacreditar.

Quando era adulto…
Disseram-me para acreditar em Deus.
Acreditava porque me fazia pensar.
Pensava tanto, tanto…
Que acabaria por desacreditar.

Quando era adulto…
Disseram-me para acreditar em Deus.
Quis tanto, tanto saber…
Que acabaria por descobrir…
Que não passa duma ilusão…

Alguns adultos…
Ainda continuam a acreditar…
Quem não gosta de sonhar?
Quem não gosta de pensar?
Quem não gosta de saber?

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Autor: Carlos Silva
Data: 2010-08-09
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Obs:
Direitos reservados.
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0095. Quase feliz





Dentro da relatividade de toda esta minha felicidade…
Quantas vezes não me sinto infeliz?
Se não me sentisse infeliz com certeza que feliz não me sentiria!
“Felizes são os inconscientes”!
O que afinal também sou, quando, momentaneamente me sinto quase feliz!…
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Autor: Carlos Silva
Data: 1995-12-27
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.

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2018-04-04

0094. Sensações






Sinto!... Não paro de sentir...
A maior parte do tempo que me falta pensar[1]ocupei-o a sentir... a viver…

Tempo essencialmente dedicado ao trabalho, à família, ao Eu...
Tanto sentimento sentido sem limite!...
Tantas sensações, agora aliadas a este desconforto intelectual, a estas insípidas pinceladas de literatura... de subjetividade, abstrações de incapacidade interpretativa, soltas de vida, de alma...  -imagino a pintura que se afigura num qualquer painel mental...
Conforta-me a sua essência….
Conforta-me a sua existência…  
Conforta-me esta paisagem sensorial pura e perfeita!

Sinto!... Não paro de sentir…
Sensações que passam a correr... agora a decorrer...

Sinto!... Não paro de sentir...
Sensações que teimam em desprender… em libertar...

Que palavras para o Amor?
Que palavras o Nada?
Talvez não existam mesmo respostas…
Talvez Amar seja simplesmente este amar…
Talvez Nada seja mesmo absolutamente nada...

Eis porque me contento com este simples Ser!
Eis porque me contento com estas simples Sensações!

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Autor: Carlos Silva
Data: 1995-09-25
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[1]Descrever

2018-04-03

0093. Religião militar





Comentei com um amigo que “discordava da região no seio da GNR”.
Para meu espanto fui imediatamente acusado de “não respeitar quem era religioso” e de ser um “privilegiado que nunca passou por qualquer tipo de dor ou privação…” e que, “se tal acontecesse, de certeza que seria também…”.
Que tenha conhecimento, não existe qualquer relação direta entre “dor ou privação” e o facto de ser, ou não, religioso… ou com a minha “discórdia da religião no seio da GNR”.
Acabaria por ignorar as suas palavras para eventualmente não quebrar a amizade que nos une…
Respeito a opinião de quem acredita nesta e noutras crenças…
Gostaria que respeitassem também quem simplesmente acredita no que vê.

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Autor: Carlos Silva
Data: 2009-11-16
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2018-04-02

0092. Desvendado





Depois de nascer comecei a ouvir
Depois de nascer comecei a sentir
Depois de nascer comecei a pensar

Depois de crescer comecei a ver
Depois de crescer comecei a questionar
Depois de crescer comecei a duvidar
Depois de crescer comecei a reparar

Sei que não é perfeita a minha visão
Sei que não é simples aceitar o final
Sobretudo em terra de cegueira divinal

Sei que não é perfeita a minha questão
Sei que não é simples aceitar o mortal
Sobretudo em terra de dureza natural

Vejo agora plenamente[1]  a humanidade do pai natal
Vejo agora plenamente[2]  a imagem do supranatural
Vejo agora plenamente[3] a crença no irracional
Vejo agora plenamente[4] além do bem e do mal

Vejo agora plenamente[5] a premência de saber[6]
Vejo agora plenamente[7]  a importância de conhecer
Vejo agora plenamente[8]  a urgência de educar
Vejo agora plenamente[9]  a relevância de pensar

Não pretendo usurpar expectativas ou sonhos
Não pretendo furtar amores ou ódios
Não pretendo matar anjos ou demónios

Não pretendo mudar nada nem ninguém
Não pretendo desvendar algo ou alguém
Decerto fatalmente o tempo o dirá também

Apenas quero viver plenamente esta liberdade
Apenas quero pensar plenamente esta racionalidade
Apenas quero sentir plenamente esta naturalidade
Apenas quero desfrutar plenamente esta realidade

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Autor: Carlos Silva
Data: 2008-11-05
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Obs:
Direitos reservados.
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[1] Experimentalmente
[2] Idem
[3] Idem
[4] idem
[5] Idem
[6] Conhecimento científico
[7] Experimentalmente
[8] Idem
[9] Idem




2018-04-01

0091. Amor





O Amor fascina
O Amor desperta ínfimos prazeres
O simples facto de amar acelera o coração

O Amor ergue ‘Castelos de Areia’[1]
O Amor ergue toda esta vida literal
O simples facto de amar dá sentido a esta vida

Resta esta louca ilustração de amar
Resta este doce prazer do repouso dos sentidos sobre um acto de amor
Que por momentos alcançou a Satisfação
Que por momentos alcançou a Unidade

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Autor: Carlos Silva
Data: Desconhecida
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Obs:
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[1] Poema