Que fazer com esta pequena dor-de-nada[1]?
Que fazer com esta ténue ferida mental
de quase-nada?
Que fazer com esta momentânea dor de quase-nada que perdura enquanto
conscientemente retida?
Dar forma literal a uma pequena dor-de-nada, que nem ‘dor’[2]
chega a ser…
É como dar corpo a uma qualquer vida… a
uma qualquer gota de água…
É como gerar uma qualquer Barca de Noé
ou lutar com um qualquer gigante ‘Adamastor’…
É como aventurar-se num qualquer universo
mental em que invariavelmente se acaba por ficar perdido...
É como acariciar os sentidos, sem saber
o que verdadeiramente se sente…
Esta suposta e relativa imagem dessa
leve sensação de dor-de-nada… “creio nela como num malmequer” … não porque a tenha
visto… mas simplesmente porque realmente a tenha sentido…
*
Suave dor-de-quase-nada neste longo e árduo caminho metafísico, ainda que no fim
só fiquem dolorosas e desordenadas palavras ao sabor do pensamento…
Importa perpetuar a racionalidade… e
não apenas dores-de-nadas… que no final nada serão!
Pensamentos!
Pensamentos de dor-de-nada[3]!...
De tal forma me sinto bem que chego
mesmo a alcançar alguns momentos de quase-plenitude,
inimagináveis na exterioridade...
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Autor:
Carlos Silva
Data: 1996-02-05
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados
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