2018-02-11

0042. A realidade de religião






É um desperdício temporal[1] pensar em “Religião”!

Não existe!

Não existe[2] em mim!

Não existe fora de mim!

A única utilidade reside na Imagem[3]… no debate sobre a influência que atualmente ainda tem no ser humano.

Não é meu propósito ferir suscetibilidades…

Apenas não quero[4] conter a minha racionalidade… a minha condição humana, indubitavelmente.

Não quero quebrar ideal-cálice-milenar, cujo néctar tantos beberam…

Apenas dele não quero beber[5], podendo eu matar minha sede na mais pura e natural das águas…

Apensa quero conhecer a verdade possível e continuar a raciocinar plenamente!

 

*

 

Nos seus primórdios o Homem era supostamente religioso… sobretudo pela necessidade de resposta à perceção dos mais diversos fenómenos naturais, astronómicos...

Como Sapiens, o Homem era ainda supostamente religioso… sobretudo pelo anseio de salvação, pela necessidade de cura para os seus males… e pelos constantes surtos epidémicos aquando da formação dos primeiros aglomerados populacionais...

O Homem da Idade Média era ainda supostamente religioso… sobretudo pelo poder de aniquilar o mal… um suposto bem que não era mais do que expansionismo bárbaro e cruel, perpetrado em nome de espíritos divinos que, definitivamente, apenas salvavam os mais nobres e os mais puros…

Hoje o “Homem” é ainda “religioso” … supostamente porque já nasceu assim… porque está na moda e sobretudo porque é socialmente correto e aceite. É de bom grado ser-se religioso. É virtuoso o que promete algo e depois o atesta ainda que o preço seja normalmente pago para toda uma vida… normalmente com um enorme sofrimento (a forma mais explicita de exibir a devoção).

Hoje, abominavelmente, também já existe o suposto “Homem racionalmente religioso” … o que pratica e explica a sua religião (teimando em afirmar que tal mistério não tem explicação, apenas se tem que aceitar como mistério!), como se explicação tivesse!

Talvez esta seja apenas mais uma suposta opinião que não mudará o curso da história do suposto pensamento religioso e a sua consequente evolução, mas pelo menos, levará a pensar um pouco mais… ou pelo menos a que cada um pense por si…

 

*

 

O termo “religião” sabe-me a pobreza física e mental...

Ainda que associado à ideia de excelência, de generosidade, de perfeição espiritual, o que não é propriamente sinónimo de lucidez ou racionalidade…

O termo “religião” sabe-me a barbaridade…

Basta olhar, hoje, objetivamente, para inúmeras áreas do nosso planeta, mas em especial para o Médio Oriente e constatar…

Sangue, sofrimento, ódio...

Miséria, pobreza, práticas de crueldade que chegam às mais aberrantes mutilações!...

Como é possível que à entrada do 3º milénio a “religião”[6]ainda seja a maior das ‘ciências’ e um “suposto supremo espírito santo” a resposta absoluta para todas as questões?... para a suprema questão…  a Vida?

Razão terá certamente quem “droga milenar” lhe chamou!

 

*

 

Surge irreversivelmente a necessidade de meditar a sua negação… ou pelo menos, a sua improbabilidade…

Porque não duvidar[7] ou desacreditar todas as eternidades que até hoje se (i) revelaram, sem que tal, realmente, se assemelhe[8] a punição?

Que maior punição pode ter um qualquer ‘espírito humano[9], por mais crente que seja, que o refúgio cego nesse ‘espírito santo[10]’; nesse “infinito-maestro-de-perfeição-absoluta” que, pelo próprio crer, tudo resolve e conduz invariavelmente à certeza absoluta da imortalidade... como se o “acreditar” assumisse forma de conhecimento de um mistério cujo fim o colocará inevitavelmente às portas do mais quixotesco dos abismos:

O Eterno-desconhecido que inexplicavelmente tudo explica!

 

Por uma coerente necessidade de verticalidade, não posso devotar-me a um mistério absoluto que me sabe a ilusão... uma ilusão de perfeição para toda a imperfeição da espécie humana.

 

Perdoem-me a inconsciência, a imperfeição e a “irreligião[11].

Perdoem-me tudo o que a liberdade de pensamento me pode permitir... mas é precisamente o que no momento sinto… e o que só ainda consigo compreender!

Não sei até onde tal sensação me pode levar, mas, inegavelmente, prefiro-a a uma simples ilusão de perfeição.

Se pelo menos houvesse um pouco de razão em toda essa fé!

 

*

 

Existe, ainda hoje, inegavelmente, no animal humano um instinto doentio que o atrai e o guia para a entrega total ao dito espírito-supremo-todo-poderoso dotado de inteligência capaz de criar tudo e todos...

É um ritual que se repete geração após geração; mudando apenas os homens e o objeto de culto. Mas o desenvolvimento científico, o desabrochar do pensamento, a consciência da verdade… começam a esbater[12] esse “espírito” e a gerar um novo… talvez o mais abismal mistério humano:

O “Espírito Humano”![13]

 

Prefiro debruçar-me sobre o “Espírito Humano”, ou melhor, sobre o “Espírito Animal”. É mais estimulante sentir esta massa biológica palpável; observar e tentar compreender o porquê dos gestos, das palavras, das ações, dos ritos que ainda hoje perduram... a génese… os novos desafios do genoma…

 

*

 

Tenho fé em mim[14]...

Tenho fé na vida que contemplo...

Sou imperfeitamente humano e por enquanto, um simples mortal irremediavelmente condenado a esta multiplicidade de pensamento até ao fim da Vida.

Ainda não posso ir mais além[15]

O único epílogo que me posso permitir é que este suposto “deus” não criou qualquer homem!… o Homem, esse sim terá criado um “deus” … aliás, inúmeros “deuses”!...

 

*

 

Questiono se toda esta minha indevoção espiritual não devotará numa exacerbada devoção materialista?

Sou devoto da suficiência... mas até que ponto posso necessitar?... Eventualmente até ao elementar ponto[16] dos demais mortais…

Questiono se toda esta minha indevoção espiritual não resultará duma natural ansiedade pelo conhecimento… ou, simplesmente procurar viver, sentir, pensar… procurando reproduzir o que realmente sinto e o que realmente vejo à minha volta...

Mesmo quando abarco a realidade, exterior e interior… normalmente apenas me resta a minha (in) feliz luta interior.

Encerra e culmina a realidade.

E eventualmente devotará em... Nada… como Tudo!

Amanhã serei tão-somente simples pensamento d’outrem, que eventualmente também meditará no que será, quando algo deixar de ser. De mim restarão tão-somente estas palavras-de-vida... outra vida será…

Não sei se pela minha relativa felicidade humana, ainda não tive tempo de sentir ou pensar seriamente em tal…



[1]Sensação mental

[2]Religião

[3]Imagem mental de Religião

[4]Não consigo

[5]Saber

[6]Todas as formas...

[7]Quem duvida

[8]A quem sente

[9]Crente

[10]Deus, Buda, Maomé...

[11]De nem sequer uma religião ter -respeitando quem a tem...

[12] Desacreditar

[13]A Consciência e descoberta da sua condição humana

[14]Cidadão do mundo, humanista e universalista

[15]Pensar

[16]Limite


Autor: Carlos Silva
Data: 1995--07-??
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2018-02-10

0041. "Religião"






“Religião…”
Penso-a, logo existe!
Não a penso, logo não existe!
Elementar caro ser humano…

*

De “religião” ...
Passa subjetiva imagem mental…
Na efemeridade mental de minha mente…
Existe fugazmente enquanto tal…
Tal como passa…
Tal como penso…
Assim que a deixar de pensar, deixará de existir…
Assim que a deixar de pensar, deixará de existir em mim…
Tal como deixará de existir em todas as mentes que a pensaram…
E deixaram de pensar…
Em todas as mentes que existiram…
Em todas as mentes que existem…
Em todas as mentes que existirão no futuro!

*

É impossível não observar a evolução das espécies e a sua seleção natural… as ossadas inertes, são provas vivas… irrefutáveis e evidentes!
Fascina-me a forma como vivem e sobrevivem todas as espécies… em especial a minha espécie… -sobretudo nestes últimos anos em que faço parte desta assombrosa matéria viva!
Desconheço como tudo começou…
Desconheço praticamente tudo…
E apenas sei como termina.

*

Ainda sei tão pouco…
Mas enquanto vou aprendendo sobre a origem da vida na terra, enquanto vou desvendando as invisíveis “partículas”, enquanto vou despertando para a realidade… vou sobretudo tomando consciência das futilidades e ilusões que devo ignorar…

*

Nasci selvagem…
Não pertenço a nada nem a ninguém… muito menos a supostas “religiões” …
Desde que o cordão umbilical se soltou que sou um novo ser, uma nova mente livre de pensar…

*

Recordo um dos hinos da liberdade em Portugal:
“Uma gaivota voava, voava… asas de vento, coração de mar / como ela somos livres, somos livres, de voar…”
E questiono-me:
Porque não somos ainda livres de voar?
Porque não somos ainda realmente livres de pensar?
Porque criamos e adoramos ainda supostas divindades e continuamos a aniquilar a nossa genuína natureza?
Porque não somos ainda livres como a “gaivota[1]”?
Porque não somos ainda “gaivota”?

E é tão fácil responder:
Nascemos e crescemos rodeados de correntes ancestrais que nos prendem a natureza da vida e não nos deixam voar plenamente!

*

Nascemos e crescemos rodeados de correntes ancestrais que nos prendem a natureza…
Somos sistematicamente conduzidos para o transcendental quando sofremos ou não realizamos as mais elementares aspirações terrenas, no entanto, do desejo à realidade, por vezes, existe uma distância abissal, eventualmente antagónica… e não temos discernimento para a distinguir… cálice-milenar
Continuamos a alimentar um suposto ser ajustado ao desejo de salvação…
Enquanto não tivermos capacidade para distinguir e escolher livremente o caminho, continuaremos a ser prisioneiros sem cela…
Por isso quanto mais depressa nos libertarmos e alcançarmos essa capacidade de perceção, mais depressa agiremos sobre a própria realidade pessoal e global…

*

Deparo comigo a observar esta admirável massa cinzenta… e emociona-me os seus (meus) pensamentos, as suas (minhas) emoções…
Por vezes fico maravilhado com a sua (minha!) forma, a forma como evolui e como (me) conduz para estes admiráveis mundos (exterior/interior) que a (me) envolvem…
Por vezes fico devastado ao imaginar a sua degeneração, a falência do seu corpo… o sofrimento… a mágoa da perda da sua própria consciência… 

*

As leis físicas são a minha vida, a minha religião… por vezes a minha ilusão e desilusão…
São sobretudo a realidade da sua (minha!) admiração e inspiração!
Não consigo deixar de atribuir a sua origem (vida) a fenómenos físicos e a interações de partículas que ao longo do tempo foram evoluindo/selecionando até este atual e complexo produto sob forma de corpo/mente provida de pensamentos e emoções…

*

Conforma-me ter nascido e vivido com o privilégio de pensar livremente…
Conforma-me a consciência de poder sempre optar pelo mais plausível…

E a verdade é que tal me permite levar a simples e estável vida que sempre sonhei, realizada praticamente a todos os níveis…


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Autor: Carlos Silva
Data: 2012-07-05
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[1] Somos Livres: Canção de 1974 interpretada por Ermelinda Duarte




2018-02-09

0040. Ateu?!






Ateu?!
Na verdade, não me sei definir… ou se existe precisamente a definição que desejaria…
A consciência impele-me impreterivelmente para o racionalismo… o pensamento lógico, livre e liberal esvoaça sempre no caminho da razão e culmina quase sempre na busca do conhecimento e da verdade…

Se eventualmente sou ateu é porque o pensamento racional me leva a ser…
Os que como eu têm consciência que não existe “religião”, perguntam a si mesmo o que é que existe…
Na realidade…
Não preciso fundamentar um conceito abstrato que apenas conheço sob forma de imagem mental, transportado ao longo de gerações sob as mais diversas formas de espiritualidade física, por vezes expresso em cultos e rituais atrozes e perversos… são inúmeros episódios associados a ideais éticos e morais, que nos contam sacrifícios, “matanças”, autênticos genocídios em nome de ditas divindades que assumem as mais diversas formas… entre as quais a humana…
Basta raciocinar!

O ser inteligente raciocina…
É líquido errar… acertar… e mudar!
O Ser culto sabe muito sobre uma ou determinadas áreas e aplica-se continuamente no intuito de alargar e aperfeiçoar os seus horizontes por forma a adaptar-se e a realizar-se o melhor possível na sociedade que o envolve.
Normalmente esse Ser culto é associado ao Ser inteligente…
O Ser inteligente, no entanto, diferencia-se porque pensa por si, de forma equilibrada e evolutiva sobre toda a realidade interior e exterior… e, embora não a abarque, procura e questiona sempre todas as verdades possíveis e envolventes.
Normalmente o Ser inteligente procura o bem-estar individual e coletivo de forma racional, livre e espontânea como índole pessoal, consciente de que para tal é imprescindível sanidade física e mental; e que, quanto mais racional e objetivo for, mais próximo ficará do seu fim, mais contribuirá para a prossecução e para o bem das gerações vindouras.
Normalmente o Ser inteligente vê mais além…

Certamente não terá certezas… mas obedece à sua própria natureza animal, pensa-a e age sobre ela de forma natural, racional e justa.
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Autor: Carlos Silva
Data: 2012-12-25
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2018-02-08

0039. Sobre o livro "A Bíblia"





Que palavras para tão Desmedido-Pensamento?!
Urge soltar tão repentina inspiração neste primeiro dia do Novo Milénio!

Algo desperta a minha atenção…  por momentos algo suspende a minha emoção…
Vou ao milénio passado[1] buscar um livro…
“A Bíblia” …
Ao abri-lo[2], simplesmente parar recordar o que o outrora adolescente interpretara e contrapor precisamente com o que agora pensava, reli as primeiras palavras do preâmbulo…

“Este é um livro de verdades absolutas, de verdades para todas as gerações”.
“Há certezas eternas, garantidas por Deus. Elas são a segurança do nosso existir.”

Parei imediatamente!
Parei impelido pela necessidade de refutação…
Meu Deus!...[3] como pode um mero livro deter Verdades Absolutas?

Fechei imediatamente!
Regresso ao presente…
Ao presente Milénio!
Ao novo Milénio!

Regresso ao debate interior sobre a insipiência… quão vasto caminho…
Regresso ao não-saber... ao debilitar esta distância desmedida...

É espantoso como o sabor a inverdade me desperta o debate interior!
Porque sinto que toda esta cegueira[4] prejudica gravemente a inteligência humana?
Porque sinto que todos estes “milagres” são inequivocamente inverdades tradicionalmente adquiridas?
Porque sinto que tudo não passa evidentemente de ilusões?
Porque sinto que o ser-religioso, não passa de um ilusionado? Um estulto aculturado… uma criança adulta cuja perceção da realidade se assemelha, não ao que realmente é, mas ao que deseja que seja… e ao que deseja ser!

Observo e constato este mar de lágrimas e sangue derramados…
Observo e constato este desumano e horroroso sofrimento …
Observo e constato estes ódios e guerras fratricidas…
Observo e constato estas crucificações e mutilações aberrantes...

Uma teia milenarmente enraizada na sociedade e na cultura, associada e controlada pela ideia de Bem e Mal[5]…  pela explicação sem explicação para toda a desgraça, pela absurda necessidade de perfeição... pela obcecada aspiração de eternidade e imortalidade…

Tudo terá começado com a adoração de um suposto “deus-Sol” pelas mais antigas civilizações…
Porém, nestes dois últimos milénios, assistiu-se à transmutação pelas mais diversas crenças…[6] dos rituais e sobretudo a comutação da divindade[7]… que passou a assumir a figura humana e a sua adoração divina… cega… única… e obrigatória!

O pão que alimenta o espírito…. sobretudo dos mais pobres de espírito
Porque nunca se fundamentou ou impôs este “espírito-sagrado” durante tantas e tantas gerações… até às portas do novo Milénio?
Obviamente por não existir!
Obviamente por despertar a negação ao natural espírito humano… ao livre e deslumbrante pensamento humano!

Jamais o que não é pode ser!... por mais perfeito que o façamos querer ser ou parecer!


Basta observar e constatar o quanto a “religião” tem afastado o ser humano do seu meio natural…
Basta observar e constatar como é hoje usada a “religião”, não pelos “ditos- cristãos”, fiéis seguidores que a praticam em nome do bem-estar da humanidade, mas sobretudo, pelos “ditos-humanos” que, tendo a perfeita noção da sua inexistência e do seu poder, a usam discricionariamente, para submeterem, controlarem e manipularem amplas massas sociais em seu próprio proveito e benefício, acabando por, em seu nome, criar verdadeiras monstruosidades…[8], ideais profusa e cegamente seguidos…

Procurando possíveis respostas …  
Este mero exercício de racionalidade é apenas uma escolha natural das hipóteses mais prováveis, ou aparentemente mais credíveis…
Apenas uma mera opinião. Decerto não mudará o percurso do pensamento e da ação humana… esse não é o espírito[9]…  apenas observar e constatar…  respeitando todos os pensamentos desmedidos…

Fechei o livro.
No meu Desmedido Pensamento observo e constato... e neste novo milénio, abrem-se outros horizontes…
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Autor: Carlos Silva
Data: 2001-01-01
Imagem: Carlos Silva
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[1] Estante
[2]A segunda vez que abri… na primeira desistira de ler…
[3]É caso para dizer!
[4] Dita religiosa
[5] Paraíso e Inferno
[6] A pagã… a cristã… a muçulmana…
[7] Sol
[8]Cruzadas, Inquisição, Jihad
[9] Objetivo

  

2018-02-07

0038. Religião por tradição






Li hoje, algures num jornal, que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos sentenciou uma escola a retirar os símbolos religiosos.
Parece que em Portugal se está “a refletir se se deve retirar ou não tais símbolos” dos estabelecimentos públicos… e o que é um facto é que não sei se já chegaram efetivamente a alguma conclusão!... Alguns estabelecimentos ainda os têm, sendo apenas retirados caso os docentes ou discentes o solicitem…
A sua existência nas escolas ainda não é consensual e a sua remoção também ainda não é obrigatória, mas o que é um fato é que viola o conceito de laicidade do Estado: "O Estado não tem uma religião, nem pode impor determinada visão da religião à sociedade".
Na sentença, “o tribunal deu razão ao protesto de uma mãe relativo à escola frequentada pelos seus dois filhos, condenando o país[1] a indemnizar a queixosa em cinco mil euros por ter sistematicamente recusado os seus apelos.”
Para a instituição de Estrasburgo, "a exibição obrigatória do símbolo de uma determinada confissão" em instalações públicas e "especialmente em aulas" atenta contra a liberdade dos pais educarem os filhos "em conformidade com as suas convicções".
O Vaticano reagiu obviamente com "surpresa" e "tristeza" a tal sentença!... mas, em Portugal um porta voz de uma dita “Conferência Episcopal” referiu que: “não faz sentido retirá-los das escolas”, porque “a cruz é ícone da cultura ocidental”… “um símbolo anti-violência”-ainda que a exibição da crucificação em si seja desde logo um ato bárbaro e de extrema violência. Impor a sua retirada seria “uma forma de limitação da "diversidade cultural”…
Curiosamente, questionado por um jornalista, se aceitaria então que uma escola pudesse exibir um símbolo islâmico, caso a comunidade o pedisse, o padre admitiu, que não, justificando: "Esse não é propriamente um símbolo da nossa identidade cultural. A raiz cultural da escola pública não é muçulmana.”
Também por tradição se realizam nas Escolas e Instituições militares algumas cerimónias religiosas… mas parece que aí a reflexão e a ação ainda são mais profundas e demoradas!
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Autor: Carlos Silva
Data: 2009-11-05
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[1]Itália