“O Santuário de Fátima prepara-se para dispensar uma centena de
trabalhadores”.
É caso para dizer…
Onde está o “espírito solidário, proclamado no céu e na terra, pela
igreja católica?!
Em março, com o intuito de evitar despedimentos em massa, o
Governo anunciou uma série de medidas de emergência para apoiar empresas e
trabalhadores que começavam a sentir os primeiros efeitos da crise causada pela
pandemia de Covid-19.
Foi então anunciado um regime de “layoff” simplificado com linhas
de crédito para quem se encontrava em maior dificuldade. A este apoio juntaram-se
outros como o adiamento de obrigações fiscais e moratórias no crédito a
famílias e empresas.
Até a Diocese do Porto avançaria para o seu imaculado “layoff
simplificado”, decisão que afetaria os seus colaboradores e clérigos que,
devido à suspensão das atividades de culto, deixaram de auferir as habituais regalias
e receitas.
Entretanto, a propósito, em declarações à comunicação social, o
líder da igreja católica, o Papa Francisco, afirmava perentoriamente:
“Despedir para se salvar, não é a solução…”
“Mais do que despedir, há que acolher e fazer sentir que há uma
sociedade solidária…”
É caso para dizer…
Então os “pastores de Fátima” não fazem caso das palavras do
líder?!
E o Estado… não toma nenhuma atitude perante esta situação?!
Também não vi à porta do santuário, como é tradicional em empresas,
nenhum deputado do partido A ou B, ou algum líder sindical a defender encarecidamente
os direitos dos trabalhadores.
Segundo vi na comunicação social, “por ocasião do centenário foram
feitos grandes investimentos para rentabilizar economicamente o espaço que já
vinha apresentando resultados negativos nos últimos três anos” …
Agora, com o agravamento da situação económica devido a pandemia,
eis que…
“O Santuário de Fátima prepara-se para dispensar uma centena de
trabalhadores”.
É caso para dizer…
Onde está o “espírito solidário, proclamado no céu e na terra, pela
igreja católica?!
Vi num dos telejornais um dos pastores responsáveis justificar… o
injustificável… melhor seria realmente remeter-se ao silêncio.
Curiosamente seria perante um profundo silêncio de pastores e fiéis
que há bem pouco tempo, durante um discurso na Basílica de São Pedro, no Vaticano,
o Para Francisco, afirmava que…
“A idolatria do dinheiro mata…” e que “a igreja precisa evitar a
obsessão por dinheiro e poder…”
Que se saiba, neste caso em concreto, ainda não morreu ninguém, mas…
é impressão minha ou trata-se precisamente de uma clara situação de obsessão pelo
dinheiro?!
Afinal, o santuário também é sensível à pandemia e também tem
problemas financeiros, tal como as empresas e as pessoas!
É, realmente, um caso para dizer:
Já não há milagres como antigamente!...
Agora o dinheiro já não cai do céu!...
Pelo menos desde que algumas pessoas começaram a pensar!
--- / ---
Autor:
Carlos Silva
Data: 2020-09-04
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.
--- / ---
Sem comentários:
Enviar um comentário