I
Não
Não
mais reclamarei
Não
reclamarei o último recalcamento
O
último som que veio do silêncio
das
palavras loucas e desnecessárias
da
pele fresca e macia
da
chuva do calor
duma
simples sombra (28º)
de
Jean François Maurice
II
Não
Não
mais reclamarei
Não
mais reclamarei a fragosa menina de boné negro
O
dominó do seu enigma
o
seu perfeito comboio de sonho
e
uns tantos momentos doirados
irremediavelmente
perdidos
na
linha do tempo e do espaço
III
Não
Não
mais reclamarei
Não
mais reclamarei por Liberdade
Não
existe Liberdade na Liberdade
que
se contrista
que
culpada se confessa
perante
a própria limitação
IV
Não
Não
mais reclamarei
Não
mais reclamarei esse 'sim' oculto
Esse
último pedaço de aparência
essa
lágrima omissa
que
antecedeu o silêncio absoluto
V
Cingiria
o silêncio ao próprio silêncio
se
neste silêncio não existisse ainda
este
insustentável ruído
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