I
Olhei
para a desolação dum pequeno jardim deserto
E
vi que algo não estava certo
Uma
pobre moça abandonada
Longe
do rapaz que simplesmente a adorava
O
céu estava lúgubre agreste ameaçador
A
noite escura uma paisagem de terror
Ao
longe um velhote deitado no chão
Coberto
com um simples jornal que detinha na mão
A
seu lado um passarinho gelado
Pulava
no solo molhado
As
árvores estavam nuas vazias mortas
E
as folhas secas imóveis mortas
Perto
notava-se um pequeno charco
A
água tinha um aspeto turvo amargo
Taciturno
perguntei o que se passava
Respondeu
tão-somente que não a amava
A
solidão chegara conquistara e reinava
II
Olhei
para o esplendor dum grande jardim coberto
De
um verde belo e vi algo lindo decerto
Uma
bonita moça estava acompanhada
Pelo
rapaz que tanto amava
O
céu claro límpido de mil-e-uma-cor
Iluminava
o local com ternura e amor
Ao
longe uma criança brincava com um cão
Ao
lado o irmão que a levava pela mão
Perto
um passarinho doirado
Voava
indo poisar no beiral do telhado
As
árvores fofas cheias cobertas
Por
folhas de vida e tão abertas
Perto
situava-se um pequeno lago
Cuja
água límpida e clara era algo
Maravilhoso
Passei e num sorriso de salva
Olhando
para trás notei que ele a beijava
O
amor chegara conquistara e reinava
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