2018-01-17

0017. Amar







Amar…
Pulsa-me o corpo de vida...
Pulsa-me[1] num ritmo desritmado!...
Pulsa-me por todos os poros...
Pulsa-me e dilata-se…

Ahhhhhhhhhh!...[2]

… até que o coração me abandona num quase pleno silêncio mental absoluto...
… até que um quase pleno silêncio de felicidade me invade... até que um quase pleno silêncio literal toma conta de mim...

Pobres rabiscos[3] com aroma a sexo fresco...[4]

Não faz sentido o sentido de um ato de amor[5]...

Dos espaços mais recônditos da consciência (im)pulsa-me o desejo de emergir toda esta lava de sentimento que queima e teima em transbordar...

Apetece-me desnudar a imagem d’ AMAR…[6]

Recompõe-se, não sei de que profundezas, o olhar, algumas palavras vagas, lentas, desnecessárias no sossego da noite...
Volta o conforto emocional e a leve sensação inicial da pele ainda quente...
Volta a agitação visual... -admirável como ainda sabe a desejo!
Volta o sorriso desmedido daqueles lábios de desejo...
Carícias de memória…

É impossível retardar o “pulsar da vida”[7]...

Abandono total…



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Autor: Carlos Silva
Data: 1997-06-23
Imagem: Internet
Obs: Rabiscos durante um ato de amor…
Direitos reservados.

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[1]Contrai-se
[2]Clímax
[3]Palavras
[4]Imagens imperfeitas de toda uma série de intensas sensações que não me atrevo a imaginar
[5]Falta sentimento
[6]Artificar, pensar, compor o ato de amor...
[7]Clímax mental



2018-01-16

0016. Despertar







Despertei!
Despertei simplesmente, como sempre…
Despertei debruçado sobre o inteligível…

Despertei!
Despertei sorrindo, como sempre…
Despertei mergulhado num pensamento desmedido:[1]
Despertar o novo Milénio!

Despertei com a imensidão do horizonte em mente!
Despertei embrenhado neste pensamento!
Despertei na obviedade de despertar para a Verdade Possível!

Este será decerto o Milénio da Razão… e do Homem!
Este será decerto o Milénio da Democracia... e da Justiça!
Este será decerto o Milénio da Liberdade... e da Paz!
Este será decerto o Milénio das Tecnologias de Informação... e da Globalização Cultural!
Este será decerto o Milénio da Ciência… e da clarificação Genética[2]!
Este será decerto o Milénio da Exploração Universal…  dos países, raças e culturas globalmente diluídas!
Este será decerto o Milénio do bem-estar-mundial… da generalização da liberdade de pensamento!


Claro que ainda erramos na Criação!...
Claro que ainda erramos na Evolução!...
Claro que ainda erramos na Finalização!...[4]
Somos, afinal, simplesmente humanos!

No acerto e no erro evoluímos… tal como na retificação e na possível perceção… mas acertamos cada vez mais e erramos cada vez menos!

Este será obviamente o Milénio do Despertar[5]!


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Autor: Carlos Silva
Data: 2001-01-01
Imagem: Internet
Obs: O milénio do Despertar…
Direitos reservados.

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[1]Imenso, épico… porque além da sua grandiosidade (ideologia), gerava tantos outros que praticamente se tornava impossível interiorizar e reter concretamente...
[2] Medicina
[3]Religiões, crenças
[4]Fim
[5]Melhor perceção da realidade






2018-01-15

0015. Novo Milénio







Podia ser, mas meu nome nem sequer é Jesus…
Pertenço conscientemente e de facto a este mundo real -digo-o agora enquanto ser vivo!... e em prosa vou dando vida a esta vida, a outras vidas contemplativas, tal com me vou submetendo às leis gerais e materiais deste tempo presente!
Sou apenas mais um ser…
Sou apenas mais um ser, como todos os que foram, são e serão humanos!
Sou apenas mais um simples ser absolutamente livre de pensar, sentir e viver...
Sou apenas mais um simples ser que sorri à vida e a quem a vida tem sorrido…
Sou apenas mais um dos muitos milhões de seres do planeta Terra.

Não nasci em nenhuma terra prometida
Não nasci em nenhum recanto onde ainda hoje se mata e morre por posse ou em nome de supostas crenças…
Nasci naturalmente, num lugar da terra onde até hoje apenas conheci efetivamente o significado da palavra paz.
Nasci, pela atual cronologia temporal pelo ano de mil novecentos e sessenta e quatro e continuo existencialmente neste preciso momento em que escrevo…  não num ápice milagroso, por um qualquer golpe sobrenatural de um divino espírito santo ou fruto de qualquer acaso…

Sou apenas mais um ser relativamente insciente, algo ponderado e parcialmente realizado…
Pertenço, eventualmente, a esta nova geração excessivamente racionalista e materialista, que naturalmente procura o conforto (abençoadas sensações carnais e intelectuais!), que se baseia fundamentalmente nos princípios da ética humana e no conhecimento racional…
Pertenço, eventualmente a esta geração exemplar do novo milénio… das poucas que podem sonhar e realizar…
Talvez a que mais fé tem no pensamento!
Talvez a que na generalidade revela maior liberdade, lucidez de consciência e a que maior ação exerce sobre a própria realidade.
Talvez a geração da liberdade global…

A geração da viragem de milénio…

A geração dos que pertencem a si mesmos!



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Autor: Carlos Silva
Data: 2001-01-01
Imagem: Internet
Obs: Geração da viragem de milénio…
Direitos reservados.

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2018-01-14

0014. Sonho









Sonho…
Sonho tão profundamente que chego a sonhar o que sou e o que não sou…
Sonho tão profundamente que chego a sentir o que sinto e o que não sinto…
Sonho tão profundamente que chego a pensar o que penso e o que não penso…

Sonho…
Sonho com abrir as janelas da mente…
Sonho com abrir as janelas da vida…
Sonho com abrir as janelas do universo…
Sonho com romances…
Sonho com desejos…
Sonho com emoções…
Sonho tão intensamente que chego a sonhar a realidade!

Sonho tão intensamente que chego a viver a realidade!


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Autor: Carlos Silva
Data: 2014-10-04
Imagem: Internet
Obs: Sonhar… e viver o sonho!
Direitos reservados.

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2018-01-13

0013. Escrever naturalmente











Normalmente, não escrevo todos os dias…
Só escrevo alguns dias, naturalmente…
Normalmente, só escrevo quando sinto…
Ou sinto necessidade de escrever normalmente.

E assim escrevo naturalmente…
E assim sou feliz normalmente.

Escrever é algo mais que comunicação…
Escrever é vida é respirar é emoção…
Escrever é arte é amor é paixão…

É paisagem para a compreensão.


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Autor: Carlos Silva
Data: 2008-01-01
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.

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2018-01-12

0012. Banalidade








Mais uma vez penso na (im)perfeita banalidade dos meus pensamentos... [1]
Mais uma vez me contento em saber que por momentos sou algo[2] que não sei…
Lanço momentos para um qualquer papel, e mais tarde, entretenho-me a dar-lhe vida literalmente…

Sinto-Me longe de mim…
Olho-Me desassossegado para a curiosa capicua que gera a inversão do papel[3] e os lábios esboçam um impávido sorriso. Ao contrário tudo permanece semelhante, tal como eu…
Canso-Me o desespero de pensar...
Canso-Me a satisfação de pensar…

E quando finalmente regresso a mim, resta a banalidade das sensações como se reiniciasse outra forma de vida (como um perfeito pessoano[4] vivendo interiormente o sonho…).

E quando finalmente regresso a mim, resta a realidade do último ato de amor… -o mais recente pensamento que remeterei para subterfúgios do subconsciente.

Autor: Carlos Silva
Data: 1996-06-09
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.





[1] A banalidade do momento… o Agora… o Ser… o Não-Ser… a Consciência da efemeridade da vida… o pensamento sobre as sensações do último ato de amor…
[2] Alguém
[3]Data: 9 6 9 6 a inversão fica igual.
[4]F. Pessoa


https://agora7564.wordpress.com/?s=0012.+Banalidade
https://agoracarlos.blogspot.com/2018/01/0012-banalidade.html
https://carlosagora.blogs.sapo.pt/12-banalidade-3213?tc=11319277119
https://carlosagora.wixsite.com/agora/post/0012-banalidade