2021-11-21

0269. Tempo

 


Não sou escravo deste meu precioso tempo

Vivo completamente este preciso momento

Vivo completamente o momento ao destempo

Vivo-o como se não existisse sequer tempo

 

Não sou escravo deste meu precioso tempo

Vivo libertinamente este preciso momento

Vivo libertinamente este generoso presente

Vivo-o como se do tempo estivera ausente

 

Não sou escravo deste meu precioso tempo

Vivo apenas aquilo que o coração me reclamar

Amo apenas quem me quiser também amar

 

Não sou escravo deste meu precioso tempo

Porque o tempo deste meu preciso momento

É muito maior que o tempo de todo o tempo

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-11-05
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2021-11-10

0268. Crucificação

 


Santificada seja a infernal crucificação carnal

Santificada seja a divinal negação do natural

Santificado seja este descomunal martírio real

Santificado seja este monumental êxtase irreal

 

Para além de toda a cegueira do bem e do mal

Resta este vil sacrifício de sofrimento sem igual

Restam profundas feridas e um mar de vidas caídas

Restam defuntas infâncias e maioridades perdidas

 

Restam mutilações macabras e violentas violações

Restam mentes distorcidas e ancestrais convicções

Restam profanadores violadores pedófilos e vilões

 

Restam rituais inúteis e orações simplesmente fúteis

Restam templos catedrais e crentes de mente dormente

Restos infernais mortais que o tempo apagará eternamente

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-13
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Obs.:
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2021-10-29

0267. Realidade

 


Toda a realidade está em mim

Toda esta realidade exterior sem fim

Toda esta realidade interior com fim

 

Tendo fim a realidade que está em mim

Todas as realidades terão um fim

Até mesmo a que está fora de mim

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-04-01
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0266. Lição de realidade

 


Que implacável lição esta que o Covid nos oferece

Sobre a inutilidade e a banalidade das religiões!

Só não entenderá esta clara lição quem por ela morrer,

Ou quem viver e nela chumbar[1] por jamais a alcançar!

 

Todos precisamos uns dos outros!...

Porém, há momentos em que precisamos mais de médicos, enfermeiros, cuidadores…

Desses seres humanos que nos tratam da saúde!

Desses autênticos deuses… esse sim os heróis!

 

Os outros[2], os que tantos milagres faziam…

Os outros[3], os que tanta gente curavam…

Remetem-se agora silenciosamente à comum quarentena dos mortais!

Submetem-se agora a esta implacável lição de realidade!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-03-29
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Obs.:
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[1] Cegar

[2] Crenças, Religiões…

[3] Idem


2021-10-26

0265. Aldrabice

 


É uma aldrabice!

O Milagre do Sol ou de Fátima é uma aldrabice!

 

Quer acreditemos ou não o Milagre do Sol ou de Fátima é uma grande aldrabice!

O Milagre do Sol ou de Fátima é uma aldrabice fabricada sem o menor pudor sobre a humildade de três pobres crianças com o propósito de burlar milhões de inocentes e aproveitar-se da sua ingenuidade e fragilidade.

 

Dito de forma mais simples e objetiva:

É uma grande mentira!

 

É uma grande mentira (pequena ou grande, toda a mentira é mentira!) porque se trata inequivocamente duma história mal contada, comprovadamente falsa, criada com o pérfido intuito de iludir os que são levados a acreditar e dela retirar avultados benefícios financeiros.

 

Não pretendo, com estas duras e claras palavras afirmar, ou sequer insinuar, ser dono de verdades inequívocas. Não. Facilmente e imediatamente alteraria a minha opinião se, com factos lógicos e científicos, comprovasse que estava inequivocamente enganado.

 

Esta é a mais pura realidade!...

Acreditemos ou não neste dito “milagre” … é uma aldrabice!

É evidente que o acreditar jamais a transformará em verdade, pois jamais a mentira poderá ser verdade!… e a verdade, nua e crua, doa a quem doer, é esta:

Não existem milagres!

Inequivocamente não existe Milagre do Sol ou de Fátima!

 

Este dito Milagre do Sol ou de Fátima é comprovadamente uma aldrabice!

Digo-o com toda a frontalidade, com todas as letras, depois de tudo o que li, de tudo o que investiguei e sobretudo depois de muito refletir sobre todas as hipóteses consideradas.

Digo-o sem qualquer propósito de desrespeitar ou ferir crenças ou suscetibilidades…

Digo-o de peito aberto, como quem diz ao melhor amigo o que tem que ser dito, por mais que lhe doa… e não o que lhe daria mais prazer ou mais gostaria de ouvir simplesmente por conforto...

Não seria honesto com a minha própria consciência se o fizesse…

Afinal, trata-se simplesmente de despertar… despertar consciências para o raciocínio lógico!

 

O Milagre do Sol ou de Fátima é comprovadamente uma aldrabice!

Repito-o porque não se pode acreditar só porque sim, só porque alguém contou, ou somente por ter estado no local… a presença no local, não o transforma em verdade, nem tal será remedio para doenças, males ou problemas psicológicos e financeiros.

 

A principal vantagem duma peregrinação ao local é sem dúvida o convívio e a prática de exercício físico… a sensação de paz e bem-estar que o local pode transmitir não é mais do que mera ilusão. Qualquer outro local aprazível da natureza pode transmitir semelhante sensação… assim tenhamos sensibilidade e compreensão para também a desfrutar.

A desvantagem principal é a perigosidade do percurso, normalmente feito na berma de estradas com muito trânsito... o desfecho final é normalmente a doação ou a compra de apetrechos e adereços alusivos ao evento que são fim último do "milagre", a principal fonte de rendimento e sustento do mesmo. Em vez de usarem o dinheiro em proveito próprio investindo na sua saúde e bem-estar, os fiéis acabam por ali deixar os seus rendimentos, agravando assim ainda mais a sua já pobre situação.

 

O milagre do Sol ou de Fátima é comprovadamente uma aldrabice!

Basta ler os principais acontecimentos da época e constatar o que disseram os atores principais desta história interminável.

As palavras das crianças foram claramente distorcidas pelo cónego que as escreveu. Confrontadas com as mesmas, o significado de algumas delas era-lhes completamente desconhecido.

Imagine agora que alguém lhe conta que, algures, no meio de um descampado, num dia de sol radiante de maio de 1917, três humildes pastorinhos de 7, 8 e 10 anos, completamente analfabetos, disseram aos seus pais que tinham visto uma senhora toda iluminada a falar sobre uma azinheira… e que, entre tantos disparates, afirmara que a guerra mundial que na altura matava e martirizava o povo, iria terminar nesse mesmo ano… -facto que não se verificou!

Qual seria o primeiro impulso racional perante tal relato?

Certamente não acreditaria, ou no mínimo, desconfiaria!

Certamente pensaria que aquilo que as crianças supostamente terão visto e dito não corresponderia à realidade!... ou, eventualmente, que, quem disse que as crianças tinham visto aquele cenário, tinha mentido!

É até aceitável que crianças inocentes acreditem em milagres e em senhoras brilhantes e iluminadas… mas já não o é que adultos racionais e conscientes, acreditem convictamente em “milagres” tendo-os como verdades supremas e absolutas… inquestionáveis… porque, na realidade, não passam de grandes mentiras!

 

Sabendo a Igreja da pobreza e ingenuidade das populações locais da altura, que “seguiam a lei do menor esforço e engoliam tudo o que lhe colocavam à frente…”, bastava situá-las no local do fenómeno e dizer-lhes simplesmente que se tratava de um “milagre”.

O “Milagre do Sol ou de Fátima”!

Sempre nos dias 13 de cada mês… de maio a outubro! Ou melhor, nem sempre!

 

Jacinta tinha na altura 7 anos e morreu em 1920, três anos depois do “milagre”;

Francisco tinha 8 anos e morreu em 1919 de pneumonia, dois anos após o “milagre”;

Lúcia tinha 10 anos. Aos 14 foi retirada à força da mãe e colocada num asilo de freiras doroteias, no Porto, onde esteve durante vários anos sem sequer dizer o nome ou falar com alguém desta história. Mais tarde seria transferida para um Convento na Galiza onde seria obrigada a fazer-se freira doroteia. Não disse que viu o sol dançar, ou algo que se pareça!

“Quem escreveu, o que consta nos documentos, pôs lá o que quis.

Quem escreveu fez as perguntas e obviamente também deu as respostas!”

Estes são os factos!

 

Mais tarde, iria para Fátima um Bispo fazer o reconhecimento oficial do “milagre”, proclamando a dita “aparição digna de Fé”, com base num relatório elaborado por um tal Cónego Formigão, que na realidade, não foi mais do que o cérebro do fenómeno atmosférico.

Seria então erguido no local um imponente Santuário que se transformaria num dos mais importantes polos de culto turístico e comercial do país. Hoje, ali afluem milhares e milhares de pessoas dispostas a todos os sacrifícios em nome das “aparições” visionadas pelos três pastorinhos.

É um negócio milagroso que gera um grande volume de dinheiro completamente livre de impostos… ao Santuário, ao Vaticano… e ao comercio local, entre tantos outros que do divino espírito santo fazem a sua forma de vida.

 

É apenas mais um milagre financeiro da Igreja Católica…

Desta vez o chamado “Milagre do Sol ou “Milagre de Fátima”!

 

Segundo informação divulgada pela United Press-International, facultada por círculos fidedignos do Vaticano… “embora a Igreja tenha reconhecido as aparições de Fátima, esta não deseja tomar o compromisso de garantir a veracidade das palavras que os três pastorinhos disseram que a Virgem Maria lhes dirigira.”

 

Como é que se pode garantir a veracidade de uma aldrabice?!

Quer admitam ou não, os que vivem e lucram com esta aldrabice, virá um dia em que as vítimas deixarão de ser cientificamente analfabetas e descobrirão que foram enganadas. Então, revoltar-se-ão e começarão a questionar a autenticidade deste tipo de fenómenos. Será apenas uma questão de tempo e evolução!

 

Afinal…

“Mais tarde ou mais cedo, a Verdade vinga-se sempre de quem a tenta injuriar”

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-10-15
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Obs.:
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0264. Saudade

 


A vida é demasiado curta

 

Para não ser plenamente sentida e vivida

Para não ser plenamente amada e partilhada

Para ser desperdiçada com barbaridades ou inutilidades

Para ser desperdiçada com ilusões ou superstições

 

É fundamental encurtar a distância e a ausência dos que amamos

É fundamental dizer e fazer tudo o que realmente carecemos

É fundamental nascer crescer e perecer junto dos que mais amamos

Porque será dura a pena se demasiado tarde apenas o entendermos

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-10-19
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