2021-02-20

0232. Invasão de Jerusalém

 


Quem hoje observa e vê a religião católica (não apenas!) com o seu omnipotente, omnisciente e omnipresente “deus”, criador “da terra e dos céus”, conhecido à escala planetária como autêntica estrela de cinema, e se dá trabalho de consultar alguns factos históricos, reparará, decerto, que no passado ano de 70 a “Cidade Santa” (Jerusalém) foi cercada e os seus habitantes, judeus, massacrados e escravizados pelos romanos…

 

“Quando os judeus se rebelaram contra a autoridade romana em 70 d.C. – por causa, entre outras coisas, dos altos impostos cobrados –, quatro legiões foram levadas pelo imperador Tito para sufocar a revolta.

Os 70 mil soldados logo viram que a luta não seria fácil. Especialmente quando se defrontaram com as muralhas de Jerusalém, atrás das quais milhares de combatentes judeus buscaram refúgio. A tentativa de invadir a cidade durou sete meses. Setenta mil legionários participaram do cerco.

Constantemente ameaçados por ações de contra-ataque, os legionários fizeram um dos maiores e mais complexos cercos da Antiguidade. Construíram muralhas, torres de assalto, catapultas, escadas e diversos outros equipamentos que faziam das legiões romanas tropas únicas no mundo antigo – além de ótimos guerreiros, eram também excelentes engenheiros.

Ao fim do trágico combate, quando finalmente conseguiram vencer as três muralhas consecutivas que protegiam a cidade, os legionários, irritados com a resistência dos judeus, promoveram um verdadeiro banho de sangue (foram pelo menos 100 mil mortos) e terminaram por incendiar o Templo de Jerusalém, escravizando os sobreviventes.”

 

Consta que um milagroso líder que o povo judeu dessa altura tanto ansiava, era uma pessoa simples (carpinteiro?!) -tal como todo o seu povo, necessariamente pobre e submisso ao poderoso império dominante.

A sua criação e consolidação divina, ao longo da história, com as mais ilustres virtudes humanas, descritas em sucessivos evangelhos, exigiu bastante imaginação, sacrifício e tempo… e sobretudo muito sangue derramado; certamente muito mais do que aquele dos que tombaram no fatídico cerco de Jerusalém, vergados pela fome ou pela lamina da espada.

 

Por essa altura os “cristãos” eram indiscriminadamente sacrificados e atirados aos leões…

Não é por acaso que o atual “deus” fantasia o seu sacrifício, morte, e a perseguição do seu povo como algo que se deve obrigatoriamente enaltecer… -como se em semelhante barbaridade alguma beleza ou altruísmo pudesse existir!

Alguns destes inqualificáveis argumentos de sacrifício e vitimização resultam desse ancestral desejo de vingança… foram e são usados para manipular e extorquir os seus mais pobres e fiéis seguidores…

Nesta aparente submissão, ao longo do tempo, a igreja transformou-se numa espécie de entidade decisora do futuro da humanidade e da eternidade; na dona da vida e da morte; da moral e dos bons costumes; na defensora dos mais pobres e sobretudo dos que mais sofrem…

Par tal desígnio criou a Santa Inquisição, sempre que possível aliada ou sob a alçada do poder instalado…

O que na realidade sempre fez foi proteger-se para sobreviver. Iludir e vingar-se dos seus invasores, criando-lhes anjos e demónios, ao mesmo tempo que eliminava os pensadores e os seus mais acérrimos críticos… entretendo eternamente os restantes para à custa do seu medo, ignorância ou pobreza, poder viver…

Transformou-se num fingido e eterno pedinte que ajuda o povo com as suas orações e dele recebe o seu quinhão, vinho e pão!

 

Tudo em nome do seu único e suposto deus!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-02-12
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2021-02-12

0231. Não sou de ninguém

 


Todas as religiões assentam na devoção, na adoração, ou na dedicação incondicional a uma suposta e ridícula divindade… normalmente única, absoluta e dotada de poderes sobrenaturais capazes de criar o “céu e a terra” e até o próprio o homem.

Todas as religiões são absolutamente preconceituosas e discriminatórias; com leis, regras e mandamentos completamente ancestrais, em nome dos quais praticaram (e praticam!) cerimónias totalmente inúteis, e atos, que em alguns casos, são absolutamente criminosos. Por norma não toleram a crítica nem o pensamento livre típico das sociedades democráticas atuais… queimando e crucificando na praça pública aqueles que ousaram e ousam enfrentar ou desmascarar.

A todos os que ao longo da história caíram ou pereceram nas suas garras, aqui fica a minha homenagem e o sobretudo o meu testemunho, sem medos nem fantasmas, para memória futura ou pensamento racional de gerações vindouras.

Não quero deixar nada por pensar… nada por dizer… nada por fazer por não ter coragem de o fazer, por coação, ou simplesmente por não caminhar na mesma direção da multidão…

 

Certo ou errado este é o meu caminho!...

Simplesmente livre de sentir e pensar!…

 

Nasci selvagem e não sou de ninguém!

Não sigo nem sou conduzido por ninguém!

Não pertenço a nenhuma seita, crença ou religião!

Pertenço apenas a mim próprio!

 

Acredito na força das palavras!

Acredito nesta liberdade!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-02-02
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2021-01-27

0230. Relíquias históricas

 



Por vezes deparamo-nos com estas relíquias históricas[1] que nos despertam e alertam para o passado…

A “religião” sempre tem acompanhado a história da humanidade, e “Cristo”, ainda que não sendo uma realidade histórica, tem sido uma das figuras predominantes nestes dois últimos milénios…

 

“Em 4 de Julho de 1937, cerca das 10 horas da manhã, quando saía do seu automóvel oficial para assistir a uma missa numa capela na Avenida Barbosa du Bocage, o doutor António de Oliveira Salazar foi vítima de um atentado à bomba do qual escaparia incólume…”

(…)

“Com o apoio declarado da Igreja e dos mais altos clérigos, rezaram-se missas de ações de graças por toda a parte, tendo o desfecho do atentado contribuído, em boa medida, para consolidar a imagem de Oliveira Salazar, restaurador das finanças pátrias e condutor dos destinos da nação.”

 

A Igreja católica serviu e serviu-se do regime fascista de Salazar sem o mínimo pudor… (suportada e apoiada pelo poder político) para dele tirar proveitos e dividendos!

O atentado, é um ato absolutamente condenável em qualquer sociedade livre e democrática, mas o texto desperta a atenção a qualquer leitor minimamente atento e sensível…

É realmente impressionante ler um texto como este e imaginar que jovens o seguiram cegamente sem questionar minimamente...

Importa, hoje, mostrar estas “Relíquias da história” ... para que sejam relidas e pensadas pelas novas gerações…

Só assim saberemos do que é capaz a natureza humana quando manipulada pela dupla estado/igreja… completamente desprovida de senso comum e de raciocínio…

 

"Dai-me a graça de obedecer aos meus chefes"

 

Manipular para gerar obediência.

Mandar jovens matar jovens em nome do patriotismo ou de uma suposta divindade...

 

Quantos não jazem em África?!

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-07-03
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[1] Ver imagens


2021-01-25

0229. Adultos-criança

 


Existem crianças que adultos nunca serão!

E adultos que crianças sempre serão!

Ambos crianças iluminadas pela divina cegueira!

Ambos (Graças a Deus!) (in)felizes à sua maneira!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-07-15
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0228. Proteção

 


Diz o biólogo britânico Richard Dawkins que…

“As crianças devem ser protegidas contra a religião dos pais e ensino religioso das escolas”.

“As crianças precisam ser educadas de modo adequado e de forma que possam pensar por si próprias”.

“É um absurdo dizer que uma criança de 4 anos é católica ou protestante…”

 E concluí…

“É impossível debater com pais que dão mais importância à Bíblia que à evidência científica.”

Por isso “a solução é esclarecer os mais jovens sobre a incompatibilidade entre a razão e a superstição”.

 

Pais (também crianças impregnadas desse “espírito religioso”) que, inquestionavelmente, querem o melhor para os seus filhos, que acreditem piamente que têm todo o direito à sua educação, acabam, inconscientemente, por condicionar tragicamente o futuro dos seus filhos.  Existe, nesse nobre desígnio, uma linha que acaba inevitavelmente por colidir com os direitos fundamentais da criança, também ela um ser livre e independente.

 

Pais podem estar, inconscientemente, a arrastar os seus filhos para o maior abismo da humanidade… a religião…  que irá influenciar e condicionar irremediavelmente todo o seu futuro.

A criança é um ser em formação que por proteção, aceita e normalmente acredita no que os progenitores lhe ensinam…

Infundir precocemente uma crença a uma criança como verdade suprema e absoluta, em detrimento duma formação escolar sólida e científica, pode transformar-se numa grave dependência física e mental que ficará entranhada para sempre na sua vida!

Mais grave. A criança não tem opção. Está até, eventualmente, sujeita a agressões físicas e psicológicas ou ao isolamento social, no caso de não o fazer…

Quantas não foram, e são ainda hoje usadas, maltratadas e mortas em nome da religião?!

 

Enquanto os progenitores continuarem a ver a criança como sua propriedade ou acreditarem que a religião é indispensável aos seus filhos, continuarão sempre a existir adultos analfabetos e intolerantes… adultos cegos e manipuláveis que sempre refutarão a evidência científica.

 

A criança deve realmente “ser protegida!…”

A criança deve realmente ser ensinada a questionar e a pensar… a procurar a verdade… a sua verdade!

É a criança que deve decidir de livre e espontânea vontade se quer ou não uma religião!

 

Só assim pode ser feliz!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-01-23
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2021-01-18

0227. Liberdade

 


Dias de lazer,

Dias de prazer,

Dias de libertino apetecer,

Dias de mais uma etapa do meu ser.[1]

 

Dias sem funções ou obrigações,

Dias de recordações e emoções.

 

Dizia Fernando Pessoa …

“Ai que prazer

Não cumprir um dever,

Ter um livro para ler

E não o fazer!

Ler é maçada,

Estudar é nada.

O sol doura sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,

Sem edição original.

E a brisa, essa,

De tão naturalmente matinal,

Como tem tempo não tem pressa.”

 

“Ai que prazer!”

“Ter tantos livros para ler...”

E ler apenas quando apetecer,

Escrever apenas ao despertar este prazer,

Ter todo o tempo para amar e desfrutar,

E sem compromissos para o fazer.

 

Com ou “sem literatura…”

Como “doura o sol nesta suave brisa matinal”,

Como folegam as plantas do meu quintal,

Como corre o tempo… sem qualquer pressa.

 

Tempo sem correrias ou competições,

Tempo para amar o que mais amo,[2]

Tempo para amparar quem mais precisa,[3]

Tempo para ajudar amigos e clube[4]

Tempo para o mundo.

 

Tempo ao destempo,

Como se não houvesse tempo,

Tempo despreocupado do tempo.

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-08-02
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[1] Reserva

[2] Luisa… Lisa

[3] Pais

[4] S.C. Arcoense