Descobri a Linguística...
Depois da Língua, descobri a
Linguística… e neste agradável esforço cognitivo de compor, comecei também a
ponderar o próprio desempenho linguístico (especialmente a verbalidade), na possibilidade de não me limitar a pensar de forma
simples e libertina que descuidadamente tenho vindo a adotar…
Um exíguo esforço... (porque não?) por
uma linguagem algo mais estruturada, mais metódica e sobretudo mais cuidada...
Usar adequadamente a língua é
inegavelmente benéfico não só à dimensão do Meu-mundo,
mas especialmente à assimilação de quem eventualmente o deseje abraçar e abarcar…
Usar adequadamente a língua é inegavelmente indispensável ao domínio e
articulação... ao desenvolvimento e organização de capacidades intelectuais e
fundamentalmente a uma maior facilidade de assimilação e conhecimento, de
intervenção na realidade exterior e interior...
-consequentemente uma melhor e mais perfeita comunicação…
“A linguagem define o homem” - li
algures - “é através dela que o homem se assume perante o seu mundo”; o seu
pensamento, as suas ações, os seus sentimentos...
Enfim, quem diria... eu aqui fazendo uma
pequena e metódica divagação sobre o meu próprio discurso… procurando comunicar
o melhor possível para satisfazer toda esta insaciável necessidade, este estado
de emoção psíquica... e transformar em palavras audíveis todos os conteúdos de
consciência, que, em determinados momentos, a vida nos oferece pensar...
*
Que desmedida satisfação esta de
escrever sobre o que escrevo e sobre a forma mais ou menos correta como o faço!
Não é, realmente, fácil estabelecer
objetivamente uma correspondência formal entre a linguagem e a realidade
interior[1]
e uma eventual exterior[2],
mas é uma delícia este lutar constante com as regras e ver como dos signos
emergem mares de conteúdo...
Agora…
Não quero sofrer a incapacidade…
Não quero sofrer a complexidade...
Não quero sofrer a imensidade...
Agora…
Apenas pretendo evitar a incorreção…
descrever o mais concretamente possível a simples proposição: Água… e a vontade
inerente, objetiva, mais elementar e transparente dos líquidos: a sede… a sede
de viver!
E tenho sede!... tenho muita sede!
Tenho necessidade não apenas do
precioso líquido, mas, sobretudo, tenho sede de expressar e compreender
logicamente o que sinto e penso!
Não é de todo perfeitamente linear
transmitir conceitos abstratos, sem induzir interpretações divergentes, ou
mesmo até conduzir ao próprio erro, mas, o uso da forma mais correta possível
da linguagem escrita ou verbal, simplifica a sua assimilação uma vez que é
através dela que acabamos por esclarecer/compreender conceitos como Razão,
Lógica, Verdade… até mesmo o equívoco ou
a própria banalidade do pensamento!
O signo
é hoje pouco “conhecido”, de muito difícil formulação e de mais difícil
assimilação... e é do seu desconhecimento que muitas palavras como estas não
são minimamente percetíveis!
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Autor:
Carlos Silva
Data: 1996-11-19
Imagem: Internet
Obs: Tenho sede…
tenho muita sede!
Direitos reservados.
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