Não havendo
qualquer conflito de interesses…
Estando eu, eventualmente
um dia, numa situação de doença prolongada ou incurável que me infira um
sofrimento atroz ou dor insuportável…
Estando eu num
estado de plena lucidez, com plena capacidade de decisão sobre a minha vida, ou
sobre a minha morte…
A minha
vontade, a minha liberdade, sobrepõe-se inquestionavelmente a qualquer moral
comum, referendo ou entidade, ordem ou conferência episcopal, crença ou suposta
entidade divina!
Nenhum estado
ou lei, crença ou ordem, se pode sobrepor e muito menos impor ao meu livre arbítrio,
ao meu direito fundamental de optar e decidir morrer de forma assistida ou da
forma que entender.
Eu sou o
único dono da minha vida… e da minha morte!
*
Sobre a
atualidade…
A Ordem dos
Médicos é contra a legalização da morte assistida, ou “Eutanásia”.
O seu código,
no artigo 65º, nº 2, refere que “ao médico é vedada a ajuda ao suicídio, à
eutanásia e a distanásia.”
Seria uma “mudança
radical da sociedade em que vivemos… passaria a ser legal matar e a partir daí
nunca mais seria possível definir uma fronteira” -refere o bastonário.
Mas também há
quem esteja contra esta posição da Ordem dos Médicos. Júlio Machado Vaz
(psiquiatra) integra um movimento a favor da morte assistida e refere que “no
limite é aceitável um referendo”. “Estamos a falar da vida de uma pessoa, que
lucidamente decide, por uma questão de dignidade, terminar a vida.”
Para
Alexandre Quintanilha (cientista), “trata-se de uma questão de direito e
liberdade individual… é errado utilizar os cuidados paliativos como argumento
contra a eutanásia. É um direito de cada um de nós… se estiver consciente e
tiver uma doença incurável… num sofrimento duradouro e insuportável…”
Igreja é como
sempre foi contra a eutanásia e curiosamente apoia referendo… o que implicará
obviamente, o adiamento da decisão da Assembleia da República…
D. Manuel
Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, é contra a eutanásia:
"A opção
mais digna contra a eutanásia está nos cuidados paliativos, como compromisso de
proximidade, respeito e cuidado da vida humana até ao seu fim natural"…
O PCP vai votar contra a eutanásia, como tem votando sempre…
Jerónimo de
Sousa pede “mais investimento nos cuidados paliativos” … “a vida e a morte não
são referendáveis. A vida (e a morte) é um assunto muito sensível… não matem,
procurem que o prolongamento da vida se concretize”
PS e PSD são
a favor da despenalização da eutanásia, dando liberdade de voto aos seus
deputados…
O CDS refere que
a eutanásia é um retrocesso social e apoia o referendo…
Oito “religiões”
tomaram uma posição conjunta contra a eutanásia: consideram ilegítima a morte
assistida!
Tendo em
conta a nota da Presidência da República e a acentuada “religiosidade” do
Presidente da Républica (que se encontra de visita à Índia), não será muito
difícil adivinhar qual a sua posição nesta matéria!
A opinião da
deputada Isabel Moreira do PS, chamou-me a atenção. Creio que vale a pena ouvir,
para poder formular também uma opinião pessoal de forma mais consistente.
Nota: Não
tomo partido de qualquer partido. Tomo partido da opinião de pessoas e normalmente
voto nas pessoas e não em partidos.
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Autor:
Carlos Silva
Data: 2020-02-14
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.
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