2018-04-08

0098. Romântico



Agora mesmo penso…
Penso no quão romântico fui.
Penso em todas as “ridículas cartas de amor que escrevi”.[1]
Penso em todas as “ridículas cartas de amor que recebi.

Penso em tudo o que senti.
Penso em tudo que vivi.

E na realidade…
Continuo a ser…
Continuo a não ter…
Verdadeiras razões para deixar de ser.
Para deixar de ser verdadeiramente romântico!

Todos nós sonhamos amar e ser amados por alguém!...
Quem não sonha é como uma “carta de amor” … ridículo(a)!...
Diria, que é mais ridículo ainda!

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Autor: Carlos Silva
Data: 1997-08-31
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[1] Na palavra, não na essência.

2018-04-07

0097. Fé





“A existência de Deus é um beco sem saída epistemológico: não pode ser provada nem refutada.”
A fé é manifestamente intrínseca e pode transformar-se na mais terrível das prisões: a mental.


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Autor: Carlos Silva
Data: 2008-02-25
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2018-04-06

0096. Quem não gosta de saber?






Quando era criança…
Disseram-me para acreditar em Deus.
Acreditava porque me fazia sonhar.
Acreditava tanto, tanto…
Que não conseguia desacreditar.

Quando era adulto…
Disseram-me para acreditar em Deus.
Acreditava porque me fazia pensar.
Pensava tanto, tanto…
Que acabaria por desacreditar.

Quando era adulto…
Disseram-me para acreditar em Deus.
Quis tanto, tanto saber…
Que acabaria por descobrir…
Que não passa duma ilusão…

Alguns adultos…
Ainda continuam a acreditar…
Quem não gosta de sonhar?
Quem não gosta de pensar?
Quem não gosta de saber?

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Autor: Carlos Silva
Data: 2010-08-09
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0095. Quase feliz





Dentro da relatividade de toda esta minha felicidade…
Quantas vezes não me sinto infeliz?
Se não me sentisse infeliz com certeza que feliz não me sentiria!
“Felizes são os inconscientes”!
O que afinal também sou, quando, momentaneamente me sinto quase feliz!…
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Autor: Carlos Silva
Data: 1995-12-27
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2018-04-04

0094. Sensações






Sinto!... Não paro de sentir...
A maior parte do tempo que me falta pensar[1]ocupei-o a sentir... a viver…

Tempo essencialmente dedicado ao trabalho, à família, ao Eu...
Tanto sentimento sentido sem limite!...
Tantas sensações, agora aliadas a este desconforto intelectual, a estas insípidas pinceladas de literatura... de subjetividade, abstrações de incapacidade interpretativa, soltas de vida, de alma...  -imagino a pintura que se afigura num qualquer painel mental...
Conforta-me a sua essência….
Conforta-me a sua existência…  
Conforta-me esta paisagem sensorial pura e perfeita!

Sinto!... Não paro de sentir…
Sensações que passam a correr... agora a decorrer...

Sinto!... Não paro de sentir...
Sensações que teimam em desprender… em libertar...

Que palavras para o Amor?
Que palavras o Nada?
Talvez não existam mesmo respostas…
Talvez Amar seja simplesmente este amar…
Talvez Nada seja mesmo absolutamente nada...

Eis porque me contento com este simples Ser!
Eis porque me contento com estas simples Sensações!

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Autor: Carlos Silva
Data: 1995-09-25
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[1]Descrever

2018-04-03

0093. Religião militar





Comentei com um amigo que “discordava da região no seio da GNR”.
Para meu espanto fui imediatamente acusado de “não respeitar quem era religioso” e de ser um “privilegiado que nunca passou por qualquer tipo de dor ou privação…” e que, “se tal acontecesse, de certeza que seria também…”.
Que tenha conhecimento, não existe qualquer relação direta entre “dor ou privação” e o facto de ser, ou não, religioso… ou com a minha “discórdia da religião no seio da GNR”.
Acabaria por ignorar as suas palavras para eventualmente não quebrar a amizade que nos une…
Respeito a opinião de quem acredita nesta e noutras crenças…
Gostaria que respeitassem também quem simplesmente acredita no que vê.

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Autor: Carlos Silva
Data: 2009-11-16
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