2021-09-09

0256. Imagine - 50 anos

 


Faz hoje 50 anos que que John Lennon lançou “Imagine”, que se transformou num autêntico hino à paz mundial e à união entre povos.

Nunca é demais recordar que neste mesmo dia, no Afeganistão, as mulheres foram proibidas de fazer desporto… e algumas delas, numa manifestação, lançaram-nos o alerta:

"Porque é que o mundo nos observa em silêncio?"

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-09
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2021-09-01

0255. Insanidade

 


Diz o Dicionário Online de Português que “Insanidade” é…

“Qualidade de insano, de quem perdeu o domínio de suas capacidades mentais. Que não possui nem demonstra sensatez; imprudência, insensatez. Ato ou modo de se comportar da pessoa que não é sensata…”

 

Ora… partindo do princípio que é correta a definição apresentada…

Não será “insanidade mental” um ser humano ajoelhar-se diante de uma estátua de barro e conversar com ela?

Não será “insanidade mental” um ser humano acreditar num ser imaginário precisamente igual a si próprio?

Não será “insanidade mental” um ser humano acreditar na ressurreição de alguém que supostamente morreu há mais de dois mil anos?

Não será “insanidade mental” um ser humano pensar que esse ser imaginário é a solução para todos os seus problemas?

Não será “insanidade mental” um ser humano acreditar que quando morrer vai para um local especial no “céu”?

Não será “insanidade mental” um ser humano acreditar que, sobrevivendo a uma doença, tal foi por obra desse ser imaginário e não pela ação de médicos e medicamentos?

Outrora o ser humano era obrigado a acreditar e a aceitar este ser imaginário sob pena de ser condenado ou queimado na fogueira…

Hoje o ser humano nasce e cresce livremente…

No entanto continua acorrentado a esta insanidade mental, absolutamente fora da realidade!

Mais grave, toma-a como virtude, como modelo de sensatez absoluta e indiscutível!

O mesmo dicionário refere que Esquizofrenia é… “uma doença que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. Designação comum a várias psicoses endógenas definidas por uma separação entre a ação e o pensamento, ocasionando a perda do contato com a realidade.”

Se acha que o seu deus e a sua religião são realmente únicos e autênticos…

Se todos acham o mesmo e todos julgam ter razão…

Será que nunca terá pensado que possivelmente ninguém terá razão?

Obviamente porque, nas mesmas circunstâncias, todos não a podem ter!

Foi precisamente por esta doentia superioridade e unicidade divina que tantas batalhas foram travadas e tantas vidas inutilmente se perderam por todo o mundo ao longo de séculos…

Se também se acha um ser especial…

Se também se acha um ser diferente dos demais…

Se também se acha um ser protegido por uma entidade divina…

Se também acredita que o seu amigo imaginário é a solução para a sua salvação e para a resolução de todos os seus problemas do mundo…

Pare... e pense um pouco.

Se ao pensar o seu estado o impede de raciocinar...

Então você precisa mesmo de ajuda!

Procure rever o seu conceito de sanidade mental.

Possivelmente estará na hora de ir a um médico ou um psicólogo.

Possivelmente estará gravemente doente e não tem a noção de tal!

 

Esse estado impede-o de admitir e saber que está realmente doente!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-05-31
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2021-08-31

0254. Não-resposta

 


Proliferam na internet milhões de respostas a uma simples e ingénua questão…

 

“Crês que deus existe?”

 

É uma questão que se repete e repetirá certamente no tempo, pelo menos durante algum tempo, até que deixe obviamente de ser feita…

Responder ou não responder, não é, pois, relevante.

 

Relevante é o facto de, no momento, ter a certeza de que eu existo!

Indiferentemente de responder… ou não!

 

Não sei realmente quem sou…

Mas existindo e sendo o que sou, supostamente, ateu…

Pensando racionalmente como penso, sem limites nem fronteiras…

Devo, desde logo, aclarar e declarar que não acredito em “seres imaginários”!

 

Consequentemente e logicamente não deveria sequer responder a esta espécie de não-pergunta!

Será, pois, também uma espécie de não-resposta!

 

Resumindo: para mim, um “ser imaginário”, tal como o nome indica, é apenas um “ser imaginário”. Ponto final.

Qualquer “ser imaginário” (vulgo: deus), não passa de um conceito meramente mental, portanto abstrato… não sendo equacionável a sua existência como ser ativo, diligente ou divinamente inteligente… 

Se em tempos existiu tal pessoa… é provável!… tal como tantos outros incógnitos seres humanos... hoje falecidos.

 

Perguntar-me-ão alguns, então, porque continuo a escrever sobre este “amigo imaginário” se o considero uma perda de tempo?

Dirão outros, ao abordar a matéria, se não lhe estou a dar o corpo e a alma (fictícia e abstrata, obviamente) que precisa para viver?

 

Não. Não é o caso, porque apenas tenho amigos reais!

 

Muita gente murmurará com os “seus botões” … alguns de forma completamente genial com os seus dedicados heterónimos…  mas, conversar toda uma vida com o seu “omnipotente, omnisciente e omnipresente amigo imaginário”, é, de todo, um comportamento compulsivo-dependente que, em casos mais extremos, pode levar à loucura ou transformar-se numa autêntica psicose.

 

Reitero que o intuito desta não-resposta não é julgar os que habitualmente murmuram com os seus “botões” ou com os seus amigos imaginários!... não!

Não pretendo sequer tentar condicionar alguém…  jamais o faria…

Será a ciência… o conhecimento… a própria natureza que inevitavelmente o fará ditando as suas próprias leis. A verdade, mais cedo ou mais tarde, acabará sempre por se desforrar de quem a tenta ludibriar.

 

Todos temos o direito de ter (ou não!) amigos imaginários!

 

O problema que se coloca é que em nome do seu supremo amigo imaginário, muitos seres humanos já perderam a vida… (e continuam a perder!) -alguns apenas por nele não acreditarem, ou simplesmente por pensarem de forma diferente!

 

Ninguém pode exigir a submissão às regras do seu supremo amigo imaginário!

 

É, pois, também uma questão de liberdade física e mental!

 

O problema é que este amigo imaginário tal como é ainda atualmente apresentado pelas mais diversas personagens, interfere e condiciona negativamente o futuro de toda a humanidade!...

O problema é que, algumas personagens que vivem e se dedicam fielmente aos seus amiguinhos imaginários, não são de modo algum, pacíficas ou inofensivas tal a forma como profetizam e como acabam inevitavelmente por afetar e condicionar todos os que os rodeiam.

 

O problema mais grave, é que, em nome do “amiguinho imaginário”, um número ilimitado de chicos-espertos, exploram economicamente e impiedosamente milhões de pobres…

 

Nenhuma crença que venera o seu amigo imaginário produz algo... ou ajuda alguém!

Na realidade, é continuamente ajudada e mantida pelos seus fiéis. É uma espécie de mendiga perpétua que vive do trabalho alheio… e ainda por cima recebe dinheiro dos impostos do estado sem descontar ou contribuir minimamente para apoiar o tecido social.

 

Afirma aos “sete céus” que “o dinheiro é fonte de pecado”, porém, acumula-o e ostenta-o compulsivamente, o que deveria, no mínimo, encaminhar qualquer alma para o inferno, ou, ofender o pobre e devoto fiel que no seu dia a dia luta por colocar um pedaço de pão na mesa dos seus filhos…

 

Este é, fundamentalmente, o motivo que me leva a dar uma resposta, ou melhor, uma “não-resposta!

Porque é irrelevante e indiferente a resposta!

Bastava, pois, parar e ficar por aqui.

 

O principal problema é que não é ficando calado ou ignorando esta grave dependência que se descobre a sua cura!

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-06-04
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2021-08-25

0253. Epístola

 


Acabei de ver um pequeno extrato em vídeo que, parece, terá sido transmitido ontem por uma estação pública de TV (a RTP para a qual obrigatoriamente contribuo com a quantia mensal de 2,85€) durante um programa designado “Eucaristia Dominical”.

 

Durante o extrato, uma das participantes do evento, dito religioso, lê um texto bíblico, que alegadamente terá sido proferido pelo Apóstolo São Paulo aos Efésios.

Até aqui tudo bem!... apenas mais um texto, como tantos outros!

A questão é que sou de imediato confrontado e desafiado a reagir às citações, certamente incumbidas por interposta pessoa.

 

Cito…

“Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo. As mulheres submetam-se aos maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da Igreja, seu Corpo, do qual é o Salvador. Ora, como a Igreja se submete a Cristo, assim também as mulheres se devem submeter em tudo aos maridos. (…)”

 

Após o embate inicial, qualquer pessoa, menos atenta ao tema, dirá…

A sério?... “isto” está mesmo escrito na Bíblia?!

A Igreja Católica diz que “a mulher é inferior ao homem e deve submeter-se a ele”?!

Não é possível!

 

É mesmo possível… no Séc. XXI!

 

Pois é!... estamos mesmo no Sec. XXI… e confesso que previamente, tendo em conta o que atualmente se está a passar no Afeganistão relativamente à situação da mulher, pensei que se trataria de uma crítica da igreja católica portuguesa aos talibãs…

Afinal não era!

Apenas mais do mesmo!...

O mesmo discurso “obsoleto e primitivo” que claramente choca com a Constituição da República Portuguesa e com a Declaração Universal dos Direitos do Homem… (e da mulher!)

 

Quase ninguém sabe, mas em Portugal existe uma entidade que supostamente será um exemplo de excelência e eficiência e cuja competência é precisamente fiscalizar e regular este tipo de conteúdos…

Não fiscalizou nem regulou antes de ser exibido… e a até ao momento também não terá sequer reagido…

 

E o nosso “Estado”?!... o que faz?!

Pois continua no mesmo silêncio de sempre… uma espécie de silêncio conveniente, ou talvez estratégico para que a Igreja Católica divulgue e exponha publicamente alguns extratos mais transcendentais das suas brilhantes escrituras!

 

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-08-23
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2021-08-20

0252. Vício

 


Não!

Não me digam que sou louco!

Apenas porque amo assim loucamente!

Não me digam que sou louco!

Porque posso responder loucamente!

Ou apenas que sou assim quando amo perdidamente!

 

Não!

Não me digam que sou poeta!

Apenas porque escrevo assim loucamente!

Não me digam que sou poeta!

Porque posso não escrever perfeitamente!

Ou apenas escrever o que sinto assim literalmente!

 

Não!

Não me digam que de louco tenho um pouco!

Apenas porque escrevo o que amo loucamente!

Não me digam que de louco tenho um pouco!

Porque sou completamente viciado e dependente!

Dependente deste vício de amar e ser amado perdidamente!

 

Um vício que me consome tão completamente!

Que me assola na loucura dos teus beijos e abraços!

Que me devora na loucura dos teus gritos gemidos!

Que me arrasa na loucura dos teus espasmos e orgasmos!

 

Um vício que me consome tão absolutamente!

Que desordena todos os batimentos do meu coração!

Que destrói todas as razões e preconceitos das minhas utopias!

E transforma em realidade toda a loucura dos meus sonhos e fantasias!

 

Digam-me!

Digam-me que não estou louco?!

 

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-08-16
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2021-08-19

0251. Heróis indiferentes


Por imposição dos que lideraram o velho Estado Novo

É obrigação deste novo Estado de abril Nobre Povo

Trazer para Portugal as mortalhas de seus entes queridos

Militares que em África ficaram perdidos e esquecidos

 

Militares a quem em nome de deus e do nacionalismo

Foi roubada a juventude pelo tão desalmado colonialismo

Militares a quem em nome da Nação e da Santa Glória

Foi prometido o Céu, o Paraíso e um lugar na história

 

Ali jazem sem que ninguém lhes tenha pedido desculpa

Ali jazem abandonados onde caíram hirtos e a pé firme

Ali jazem ignorados perante o silêncio do atual regime

 

Heróis indiferentes duma Igreja sem sombra de pecado

Heróis indiferentes dum Estado sem mácula de culpa

Heróis de um Portugal a quem ninguém pediu desculpa

 

 

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É uma vergonha!

Para Portugal e para os portugueses,

Não trazer para Portugal as mortalhas dos seus entes queridos,

Militares que em África jazem perdidos e esquecidos.

Até hoje ninguém, oficialmente, tomou qualquer iniciativa

Para os trazer para a sua terra…

A terra pela qual deram a vida.

 

É uma vergonha!

Para a Igreja Católica portuguesa

Que até hoje não esboçou uma única palavra…

Um único pedido de desculpa…

Pelos Bispos que apoiaram e apadrinharam o velho Estado Novo …

Pelos que abençoaram mais esta guerra santa.

 

Em vez disso criaram a mentira de Fátima…

Para onde chamam os pobres inocentes que sobreviveram…

Para que contribuam e agradeçam à suposta divindade que os salvou…

Esquecendo-se de pedir perdão

A todos aqueles que lá ficaram,

A todos aqueles que condenaram.

 

É uma vergonha!

É uma vergonha este silêncio sepulcral.

Silêncio de uma culpa que morreu cega e solteira.

Silêncio sobre um dos mais graves e vergonhosos erros da nossa história.

 

Pelo menos tragam-nos de volta

Para que finalmente possam descansar em paz!

 

 

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Autor: Carlos Silva
Data: 2021-08-16
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