Amor é
O que é não sei
Sei que dói
Rói e corrói
Por vezes até
destrói
Amor é
O que é não sei
Mas é o meu Rei
https://amo-teliberdade.blogspot.com/
https://www.facebook.com/profile.php?id=100083278842229
Amor é
O que é não sei
Sei que dói
Rói e corrói
Por vezes até
destrói
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O que é não sei
Mas é o meu Rei
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Há
quanto tempo não voas no céu deste Mundo-louco
Queria
tanto soltar as tuas asas e sentir nas minhas mãos
a
liberdade dos teus movimentos esvoaçantes
Há
quanto tempo não vês tu o Arco-íris
Queria
tanto soltar as suas cores e encher de vida
esse
teu mundo sem sentido real
Tu
que tanto lutas
Tu
que tanto desejas a liberdade
Diz-me
o que quer dizer Liberdade
Diz-me
porque choras ris ou cantas
Diz-me
porque já não sou mais criança
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I
Encontrei-te naquele distante comboio-de-infância...
Recordas?
O teu cabelo curto, coberto por um boné de pala, a roupa diferente
dos demais, transformavam-te no companheiro de brincadeira ideal.
-Dominó! Ganhei!... -gritavas saboreando exuberantemente o doce
prazer da vitória. E explicavas modestamente:
-Para se ganhar é preciso juntar as frutas certas nunca esquecendo
as repetidas...
-Meninos... -gritava a minha mãe. Não, creio que era a tua.
-Portem-se bem!
Esta foi talvez a mais bela viagem da minha vida.
Porquê?!...
Porque era uma criança, e essencialmente porque tu lá estavas.
II
Embarcamos então no maravilhoso barco-da-adolescência…
Recordas?
No teu cabelo começaram a surgir as primeiras ondas, em teu rosto
e sobretudo no corpo, operavam-se transformações que geravam profundas
controvérsias no meu seio…
Gostava de ti… sim, tu devias ser o que eles chamavam “rapariga”,
aquelas fracalhotes que nem uma corrida aguentam e choram por tudo e por nada…
Continuamos, no entanto, sempre no mesmo barco, distantes… mas tão
perto um do outro…
No teu camarote, eras sem dúvida a mais bonita -sim, porque já
notava essas coisas!... enquanto, aqui pela coberta, me tornava o mais forte, o
mais inteligente…
A determinada altura finalmente encontramo-nos algures num dos
compartimentos da proa…
Nesse momento o barco parou, o tempo parou…
Só tu te movimentavas na minha direção, como se flutuasses… e observava-te
minuciosamente… como mudaras desde aquele primeiro dia de viagem… estavas tão diferente…
III
“Amei-te, amo-te, amar-te-ei sempre…” palavras irromperam dos teus
lábios quebrando o silêncio e a inércia do momento…
De início não entendia absolutamente nada. Já tinha visto na
televisão pessoas dizerem palavras daquelas e até beijarem-se na boca, mas…
será que tu também me irias beijar?
Uma estranha sensação de medo/desejo percorreu o meu corpo ao ver
o teu rosto bonito mover-se para o meu… (fechas-te os olhos que eu bem vi!) …
-Meninos! -gritou a tua mãe, ou seria a minha? – Portem-se bem!
IV
Surgiu então a tempestade e o naufrágio tornou-se inevitável…
O maravilhoso barco em que viajávamos destroçara-se nos recifes
daquela praia que sonháramos…
A partir daí só sofri na minha ilha deserta, onde acabaria por
ficar…
Ainda te enviei uma mensagem naquela garrafa que encontrei caída na
areia, mas o tempo passava dolorosamente indiferente…
Aquele rapazinho que tantas aventuras vivera contigo, já não era o
mesmo… crescera imenso… os seus músculos tornaram-se mais fortes, os ombros
mais largos… transformara-se num homenzinho…
E tu como estarias?
Decerto usando cabelos longos, alguma maquilhagem para realçar o
teu rosto lindo… um vestido atrevido realçando as linhas de mulher feita,
sensual…
V
O voo no avião do futuro acabara de rasgar os céus quebrando todas
as barreiras do sonho…
Será que aquela mulher de vestido preto ainda existia? Será que
serias realmente tu?
-Jogamos outra partida de dominó -ainda sugeriste.
-Mas não te esqueças que para ganhar é preciso juntar as frutas
certas!
-Eu sei, tolinha, não precisas de me dizer nada. Eu sei como é.
-Bem, recomecemos então…
Recordo perfeitamente o leve sorriso que naquele momento se voltou
a desenhar no teu rosto…
Recordas?
-Meninos, portem-se bem! -alguém gritou de dentro. Creio que era o
teu pai, ou talvez o meu…
Depois destas não mais sei o que aconteceu…
De qualquer modo, se tiver oportunidade, prometo que um dia te
contarei como terminou a viagem.
O final.
Sabes, é que não consigo inventar!
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Ora, tal como o ato de fé, o desejo de existência
de uma entidade supranatural não a faz existir e muito menos confere sentido à
vida humana. Uma coisa é o desejo de qualquer crente, outra é a realidade da
matéria viva.
De certa forma, o próprio desejo é o impulso
primitivo e induz a crença.
Obviamente que não é por não acreditar em “deuses”
que a vida deixa de fazer sentido.
Obviamente que não é por não acreditar em
“milagres” que alguém deixa de ser uma pessoa integra ou adotar uma postura
moralmente irrepreensível.
Verifica-se, aliás, precisamente o contrário: a
maioria dos ateus são pessoas responsáveis, com níveis culturais assinaláveis e
sobretudo com capacidade de análise e conclusão relativamente a fenómenos fictícios,
tal os dogmas da Igreja Católica que a Ciência progressivamente tem vindo a desvendar
e desmascarar.
Qualquer ateu tem perfeita noção do bem e do mal…
não precisa de muletas divinas para que a sua vida tenha sentido… não precisa
que um qualquer pastor lhe diga o que é, ou não, correto… e muito menos se mutilar,
circuncisar, castrar, queimar, sacrificar ou matar alguém, tal como é descrito
em algumas das inenarráveis passagens da Bíblia, é, ou não, apenas moralmente
censurável, mas sim um ato criminoso.
Qualquer ateu conhece perfeitamente as inúmeras irracionalidades,
guerras, divisões e episódios de violência que foram cometidas em nome das mais
absurdas religiões… obviamente, terá presente que tanto a origem como a solução
dos problemas nunca estará num qualquer “deus” omnipresente, omnisciente e
omnipotente, que não existe, mas sim na ação do próprio homem.
Qualquer ser humano minimamente racional tem
perfeita noção que o conceito de “deus” apenas existe na sua mente, não
passando duma projeção dos seus próprios desejos e ideais.
Basta ter o
coração ocupado com um amor autêntico.
Claro que a vida faz sentido!
Basta ter a mente ocupada com uma atividade
aliciante.
Claro que a vida faz sentido!
Basta desfrutar plenamente cada momento.
Basta ter a perceção do seu valor e aceitar
corajosamente a sua finitude.
Que melhor prova posso dar que não seja a minha?
Mais um dia relativamente feliz sem qualquer
divindade!
Autor: Carlos Silva
Data: 2023-10-20
Imagem: Internet
Obs.:
Direitos reservados
https://agora7564.wordpress.com/2024/10/24/0418-se-deus-nao-existisse/
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https://carlosagora.wixsite.com/agora/post/0418-se-deus-n%C3%A3o-existisse
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Trata-se, obviamente, da inversão do ónus da prova.
Se um crente afirma que o seu “deus” existe
cabe-lhe provar a sua existência… nunca por outrem o negar pelo facto de não existirem
provas da sua existência!
Não existindo uma única prova objetiva da
existência de “deuses”, qualquer mente minimamente racional, apenas pode
concluir pela sua inexistência.
É impossível testar o objeto de qualquer crença,
precisamente porque não existe. A fé, por si só, não transforma imagens mentais
abstratas em matéria viva.
Obviamente que ninguém pode provar ou negar
existência de nenhum “deus”, mas pode perceber que a questão fundamental não é
provar ou negar essa suposta existência, mas sim comprovar a sua inexistência
pela fé, uma vez que só o que existe pode ser provado.
O mais caricato desta inversão do ónus da prova é que
o tradicional crente nem sequer equaciona que a suposta existência do seu
“deus” tornaria o seu ato de fé completamente inútil, deixando a crença de ter
qualquer significado.
A confirmação da existência de “deus” através de um
ato de fé individual, é pois, uma questão completamente utópica e irracional.
Crer num “deus” não prova nada… e muito menos o faz
existir!
A fé é apenas uma mera aspiração pessoal geradora
duma imagem mental abstrata… e obviamente cada um terá a sua!
É completamente absurdo alguém afirmar que “deus”
existe apenas por fé ou simplesmente por pensar que tem alguns poderes
supranaturais.
A existência de “deus” e os seus “milagres” não
passam de falácias criadas por seres ignorantes para justificarem determinados
fenómenos naturais e sobretudo os seus medos e aspirações eternas.
Nunca ninguém presenciou nenhum “milagre”, tal como
nunca ninguém comprovou de forma objetiva e científica a existência de nenhuma
entidade supranatural.
Eis a realidade… nua e crua!
Que alguém (crente) me prove o contrário?
Autor:
Carlos Silva
Data: 2023-10-20
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Obs.:
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O povo gosta de tradições taurinas!
A “garraiada” é uma das tradições mais antigas enraizadas na
maioria das povoações do interior alentejano, onde o animal, normalmente uma
vaca ou um touro de menor porte, é solto num recinto fechado e deixado à sua sorte,
por entre correrias de inúmeros jovens havidos de novas experiências e
sobretudo demonstrar o seu valor perante a efusiva plateia que regozija dentro
e fora das grades.
O jovem sempre gostou de exibir a sua virilidade, a sua
coragem e sobretudo a sua inteligência perante os demais animais...
O animal, fora do seu habitat natural, ao ver-se ameaçado e
rodeado por um mar de gente, investe vigorosamente contra quem o ousa
enfrentar… até que, finalmente, vencido pelo cansado, um destemido herói,
acompanhado pelo seu clã, o enfrenta e neutraliza.
É o ponto mais alto e vibrante da festa... -quando corre bem!
É ali que se demarca território; que se demonstra quem é o mais
forte; quem é o mais corajoso… até que se atinge o auge: a pega!
A adrenalina excede todos os limites num corpo que ferve entre o
medo e a bravura!
A tradição é normalmente bem regada a álcool e sobretudo um ponto de
encontro e convívio de amigos e conhecidos das lides tauromáquicas.
Por vezes, como o caso de hoje, o divertimento, extravasa a praça deixando
o pobre animal sozinho a olhar para o espetáculo exterior: é a já habitual
sessão de pancadaria coletiva sem qualquer regra... cada um dá sem saber a quem
e leva sem saber de quem!
Festa brava sem pancadaria não é festa!... só os bravos entram na
festa!
Festa brava para ser festa tem que ter pancadaria… dentro e fora
da praça!... -uma espécie de segunda festa dentro da festa taurina.
O povo exulta e bate calorosamente palmas aos corajosos forcados que
vão surgindo dentro e fora da praça!
O povo adora garraiadas… sobretudo com pancadaria!
Desta vez, tal como em muitas outras, sobretudo pelos inúmeros excessos
alcoólicos, o espetáculo extravasa os limites da bravura e complica-se um
pouco, pelo que é necessário chamar uma ambulância para socorrer feridos e as forças
de segurança para acalmar a situação…
Finalmente, sobretudo pelo cansaço, é reposta a ordem e tudo regressa
a calma.
Desta vez, tanto fora como dentro do recinto da festa brava, não
morreria ninguém.
Tudo fica bem quando acaba bem!
Autor:
Carlos Silva
Data: 2023-09-03
Imagem: Internet
Obs.:
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