2018-04-12
0102. Momento
2018-04-11
0101. O célebre Acórdão
Depois de ver a notícia na comunicação social, a curiosidade
levou-me a ler o célebre Acórdão redigido pelo juiz Neto de Moura sobre um caso
de violência doméstica, em que censura a vítima, devido a uma relação
extraconjugal.
A primeira imagem que emerge é que tal argumentação é claramente
contrária a qualquer atual Constituição…
A segunda imagem que emerge é que tal argumentação é claramente
contrária a qualquer raciocínio racional…
A terceira imagem que emerge (que me terá impelido e a muitos
outros, a escrever estas linhas) é o sentimento de revolta contra a mentalidade
“retrograda e machista” …
Na argumentação do acórdão pode ler-se:
“Ora, o adultério da mulher
é um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem…”
“Sociedades existem em que a mulher adúltera é alvo de lapidação
até à morte…”
“Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com
a morte…”
“Ainda não foi há muito tempo que a lei penal (de 1886!) punia com
uma pena pouco mais que simbólica o homem que, achando a sua mulher em
adultério, nesse ato a matasse…”.
Resumindo e deduzindo… mandava a tradição que a “violência
doméstica é compreensível, quando existisse adultério…” Ora, não nos podemos
surpreender que ainda hoje algumas destas ditas tradições ainda perdurem!...
mas, vindo de quem vem, é realmente uma verdadeira machadada na justiça
portuguesa, pois está implicitamente a legitimar a violência dos homens contra
as suas mulheres e a colocar em risco a vida de muitas delas…
A última imagem que emerge?
O timing do Acórdão…
A realidade é que esta ainda é alguma da tradicional justiça do
século XXI!
2018-04-10
0100. Despertar
2018-04-09
0099. Despertar
A determinada altura da vida atingimos um determinado patamar de
consciência que nos confere um nível de perceção exclusivamente racionalista.[1]
A determinada altura da vida deixamos de temer criaturas “infernais” e aspirar
a “paraísos” supranaturais.
A determinada altura da vida, somos inevitavelmente arrastados pela
corrente de observação objetiva da realidade.
A determinada altura da vida a consciência atinge praticamente o seu
auge e assimilamos que só AGORA podemos ser realmente felizes.
A determinada altura da vida deixamos de ter pressa de viver e queremos
apenas desfrutar.
A determinada altura da vida queremos simplesmente conhecer e esquecer
tudo o que inutilmente nos impuseram.
A determinada altura da vida queremos simplesmente deliciar com esta
maravilhosa paisagem com que diariamente nos deslumbramos.
A determinada altura da vida queremos simplesmente estar em paz,
connosco e com todos os que nos rodeiam.
A determinada altura da vida queremos simplesmente saborear o mais
simples dos milagres…
A VIDA!
Aspiramos então a ser apenas nós…
Livres e satisfeitos!
Aspiramos então a sentir e que nos deixem sentir completamente.
Aspiramos então a pensar e que nos deixem pensar da forma mais racional
possível.
Aspiramos então a amar e sobretudo que nos deixem amar quem e o que
realmente amamos.
É então que assimilamos que nunca é tarde para Sonhar…
É então que assimilamos que nunca é tarde para Amar…
É então que culminamos que nunca é tarde para Viver…
E nunca é tarde para DESPERTAR!
[1] Numa
fase mais precoce, traduzida pela descoberta e deceção que conduz ao desacreditar
do “pai natal” e de todas as figuras do universo imaginário.
Numa fase mais matura, alicerçada no crivo do
contraditório e na consciência da realidade, traduzida na contínua desconstrução
e desmistificação de todos os dogmas previamente incutidos.
É, pois, normalmente neste apogeu de plena capacidade
física e intelectual, que é atingido o desacreditar lógico e racional em todas
as entidades ditas “divinas; o ponto de perceção do ideal divino como mero conceito
individual e abstrato, factualmente inexistente fora do contexto mental humano”.
A óbvia assimilação e conclusão do ato mental,
característico da espécie humana, que varia de acordo com contexto
sociocultural onde se produz.