2023-08-14

0361. Deus?!

 

          


Não será, de todo, correto questionar…

“Existe ou não um deus?”

 

Deveria partir-se do pressuposto da sua manifesta inexistência…

“Se existisse um deus...”

 

Não serei eu, nem ninguém, certamente, que aferirá ou negará a existência de um “deus”!

O dito “divino” depende, antes de mais, da inteligência e perceção individual relativamente à análise da realidade… que é consistente, objetiva, solida, e por vezes, até cruel com os seres que habitam o planeta terra.

A realidade diz-nos apenas que nascemos, vivemos… e morremos!

Esta é a realidade da condição humana e de todos os seres vivos!

Não é o ser humano, que se julga privilegiado, e se autocoloca no topo da pirâmide, que define as regras. É a natureza… e de forma implacável!

Quem vive em função de um “deus” pré-definido por doutrinação cultural ou por imaginação pessoal, tem necessariamente que negar a própria racionalidade e predispor-se a sacrificar o mais sublime e irrepetível valor de toda a humanidade: a vida!

Sacrificar a vida… implica morrer, antes mesmo de morrer!

É precisamente pela vida, pela capacidade de criar e imaginar, que podemos questionar a existência de um “deus”; é ela que nos permite evoluir e raciocinar ao ponto de considerar um autêntico absurdo a existência de uma entidade divina fora do contexto mental humano.

Somos suficientemente racionais para não perder mais tempo a tentar provar ou negar a existência de “deuses”… -realmente, não se pode comprovar a sua existência!

Não se pode provar o que não existe!

É perfeitamente óbvio a qualquer mente minimamente ciente que o Homem, quando pensou criar o seu “deus”, teria previamente que existir, tal quando começou a pensar que esse mesmo deus o criou a si.

Sem Homem, não existe “deus”!... É um facto!

Não existindo qualquer prova ou evidência da sua existência, deveria partir-se sempre do pressuposto da sua óbvia inexistência.

A questão tem sido amplamente debatida e alvo de combates inflamados entre crentes e descrentes para justificar ou impor a sua posição…

Outrora a crença esmagava implacavelmente crenças e descrenças, impondo a sua divindade.

Agora a descrença começa a observar cientificamente, começa a constatar a evolução da humanidade e toda a biodiversidade; começa sobretudo a libertar-se da crença…

O conceito de “deus” que a religião católica procura impingir aos seus mais vulneráveis fiéis, é completamente absurdo, irracional e primitivo.

Qualquer mente, minimamente ciente, consegue facilmente desmascará-lo, bastando para tal conhecer alguns factos históricos e científicos dos últimos dois milénios.

Obviamente não encontrará qualquer dado científico sobre a sua suposta autocriação, criação do sol, da terra, da humanidade e toda a biodiversidade… -em seis dias, porque ao sétimo decidiu descansar!

Obviamente não encontrará qualquer dado científico sobre nenhum “deus” … simplesmente porque não existe!

Nunca ninguém viu nenhum “deus”!... É um facto!

Na data alusiva à sua génese não existem referências biográficas ou históricas a qualquer ser supranatural. Poder-se-á, eventualmente, equacionar o nascimento, existência e falecimento do carpinteiro José; mas, tão-somente o ser humano… que tal como todos os José’s da altura, simplesmente habitaram o planeta terra, algures em Jerusalém.

Em Jerusalém, ou em qualquer outra parte do mundo, jamais, em tempo algum, alguém morreu e voltou para contar a sua façanha!... É um facto!

O objetivo da questão será, eventualmente, mais evidente que o da invenção, pois é observável e acessível a qualquer mente minimamente racional…

Basta observar toda a riqueza e ostentação do Vaticano!

Basta observar toda a riqueza e ostentação de Igrejas e Catedrais da Igreja Católica!

Basta observar toda a riqueza e poder de todas as crenças!

Basta observar toda a riqueza e poder e comparar com a realidade!

 

Existe ou não um deus?!

Se existisse um deus como seria atualmente o mundo?!

Pois, é indiferente questionar… seria igual!

Esta é a realidade…

Questione-se, ou não!

Acredite-se, ou não!

 

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2022-05-12
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2023-08-07

0360. Milagre

 


Uma jovem espanhola diz que recuperou a visão nas JMJ. Até ao momento ainda não apareceu o santo oftalmologista responsável pela cura a esclarecer o milagre.

 

Aguarda-se a todo o momento o habitual comentário do (nosso) Presidente.

Até ao momento o Presidente católico… ou católico Presidente… ainda não veio a público efetuar o seu habitual comentário (católico!) a mais este “milagre”.

De certa forma, todos os “milagres” acabam por ter a intervenção direta ou indireta do PR, que, na realidade, foi o “embaixador” das JMJ.

Até o bispo reconheceu à “Lusa” que Marcelo foi “o nosso melhor pivô, o nosso maior embaixador”.

Seria de todo justíssimo que seja proposto, ainda em vida, a sua beatificação.

 

Em memorial…

“Graças a Deus conseguimos organizar as Jornadas Mundiais da Juventude no nosso país!”

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-08-07
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0359. "Rezar"

 


Hoje, inadvertidamente, vi um repórter da CNN (ex-SIC) afirmar que…

“Rezar pode ter um resultado operativo...”

 

Ora, com o devido respeito que tenho por todos os profissionais da comunicação social, só um idiota, doutrinado pela religião, poderia afirmar uma barbaridade destas.

É um facto indesmentível que “rezar” não tem qualquer “resultado operativo”!

 

Na realidade, não me surpreendem as palavras deste dito repórter da igreja Católica.

Recordo-me de “Livrai-nos da Guerra”, título de uma “grande reportagem” emitida pela SIC em horário nobre.  “Livrai-nos da Guerra” foi apenas um dos muitos pedidos contidos nas cartas devocionais que os “crentes” dirigiram à “Senhora de Fátima”.

Segundo o autor, um “exaustivo trabalho de investigação” jornalística sobre o arquivo de Fátima!

 

O que realmente me surpreende é a sua entidade patronal (TVI/CNN) aceitar estas palavras (obviamente dirigidas a crentes) e considera-las informação de interesse público.

Não tendo sido desmentidas, é porque realmente foram aceites como fidedignas!

 

Na minha modesta opinião, “rezar” por algo, ou por alguém, não tem nenhum “resultado operativo”. Mais… é uma autêntica inutilidade!

 

Tanto católico a rezar pelo fim da guerra na Ucrânia e esta continua… que maior prova se pode ter dessa inoperatividade?

O fim da guerra não depende de “rezas”, mas apenas da vontade e atos de seres humanos.

 

Mais do que inoperatividade, em termos práticos, “rezar”, significa abdicar de agir e pensar!

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-08-05
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2023-08-06

0358. Observar

 



Perante a imensidão do que desconheço

Observo a exiguidade do pouco que conheço

 

Observo reduzido a esta minha insignificância intelectual

Observo reduzido a esta minha condição de comum mortal

Observo aberto e liberto de todas as correntes

Observo aberto e liberto de todas as crenças

Observo observando o mais longe possível

Observo ciente que não serei plenamente sensível

Observo ciente que não pensarei tudo

Observo ciente que não saberei tudo

 

Observo apenas

 

Observo apenas o que posso aspirar

Observo apenas o que posso realizar

Não aspiro a qualquer genialidade de conhecimento

Não aspiro a qualquer intelectualidade de pensamento

Não aspiro a qualquer celebridade de firmamento

Não aspiro a qualquer espiritualidade de visionamento

 

Aspiro apenas a observar

 

Observar a limitação da minha interpretação

Observar tudo o que me rodeia sem qualquer limitação

Observar sem me importar o quão pode ser o fundo

Observar que no fundo pode até nem haver fundo

Observar o pouco que sei e o tanto que quero saber

Observar todos os que sabem ou dizem saber

Observar todo este universo desmedido e complexo

Observar todas as questões sem solução nexo e desconexo

 

Observo ciente que não sei realmente a verdade

 

Eis porque me limito apenas a ouvir e a pensar

Eis porque me limito apenas a sentir e a amar

Eis porque me limito apenas a interpretar

Eis porque me limito apenas a observar

 

Nesta minha breve passagem por este mundo

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-08-05
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2023-08-03

0357. Santo Agostinho

 




Dizia Santo Agostinho que…

 

“É impossível que haja habitantes do outro lado da Terra, já que nada é dito a esse respeito nas Escrituras sobre os descendentes de Adão”.

 

A frase remonta ao tempo em que se pensava que a terra era plana, apenas se conhecia o lado onde se vivia e se retiravam conclusões com base nas Escrituras… -um livro, hoje batizado como “Bíblia”; nessa altura, inquestionável sinónimo de ciência.

 

Na era da globalização e generalização da informação, parece não haver dúvidas que do outro lado do globo existe gente…

Mas o que mais surpreende o cidadão comum, é que, em pleno Séc. XXI, muitos dos que deste lado estão, ainda continuam a acreditar no dito livro e que do outro lado não existe gente!

Continuam a retirar informações fictícias do dito livro, tomando-as como credíveis e incontestáveis… uma espécie de mandamentos ecuménicos e supremos.

 

Mais ainda!... criam e acreditam piamente num “deus” nele descrito, como se fosse gente!

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2022-06-18
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0356. Cristianismo

 


O Cristianismo foi uma espécie de vírus da República Romana e posteriormente de todo o Império Romano.

A adoração de divindades era na generalidade aceite pelo Império.

Os romanos eram tolerantes com a maioria dos cultos e religiões; porém, quando o Cristianismo se transformou na religião oficial do Império Romano, tudo mudou!

Quem não seguisse o Cristianismo era visto como “persona no grata”, uma ameaça ao “domínio e pureza da única e autêntica fé”: a cristã.

Tal como nos conta a história, seguir-se-ia um longo período de obscurantismo com inúmeras perseguições a comunidades pagãs, a infiéis e a todos os que se abstinham de proclamar qualquer fé.

Sob o seu manto de ética e paz, o Cristianismo católico, infetou e violou praticamente todo o Império Romano até às entranhas.

Ao tornar-se dominante, passou a ser absolutamente intolerante e implacável com todos os seus oponentes, tanto humanos como “divinos”!

Através das Cruzadas, passou a expulsá-los, a exterminá-los, a destruir os seus castelos e palácios, os seus templos e estátuas… apagando toda a memória do seu passado.

Através da Inquisição, passou a fiscalizá-los, a torturá-los, e a puni-los publicamente para que não ousassem discutir a sua crença.

Através da doutrina, passou a instruir os seu padres e pastores na prossecução e disseminação global da crença.

Através da doutrinação infantil, passou a alimentar e perpetuar a crença que ao longo de séculos lhe tem permitido sobreviver… sobretudo à custa da constante alienação e exploração dos seus mais fiéis seguidores.

Era preciso, então, obstruir a evolução científica e sobretudo evitar que o pensamento racional colidisse com a irracionalidade e inutilidade dos seus princípios e fundamentos… pelo que passou também a controlar e a decapitar as mentes mais críticas e inteligentes, assumindo uma dimensão de tal forma poderosa e monstruosa, que lhe permitia usar e abusar do poder e da riqueza de estados e reinados.

Tornou-se ele próprio um Estado… um Reino!

O Vaticano é, hoje, o expoente máximo desse poder e opulência, cujos pilares assentam, ao longo de séculos, sobre um mar de sangue, suor e lágrimas de milhões de vidas humanas.

 

O seu efeito continua a perdurar no tempo…

Ainda hoje a humanidade continua a sofrer severamente as consequências factualmente inscritas e documentadas em algumas das páginas mais negras e sangrentas da sua história.

 

Onde não estaria hoje a humanidade hoje se tal não acontecesse?

Como estaria hoje o conhecimento científico se a religião não o reprimisse e cegasse?

 

O futuro próximo nos dará a resposta.

O futuro próximo nos dirá quais as consequências deste vírus na atual civilização ocidental… e em muitas outras um pouco por todo o mundo.

 

O futuro nos dará o antídoto!


Autor: Carlos Silva
Data: 2022-06-19
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