2024-05-21

0405. Clareza II

 




Vivo intensamente esta minha simples natureza

Vivo intensamente esta minha natural beleza

Olho naturalmente com este cristalino olhar

Penso naturalmente com este simples meditar

 

Para quê ficcionar o que conheço ou desconheço

Para quê ilusionar o que mereço ou desmereço

Se tenho sensações destes sabores e dissabores

Se tenho emoções destes amores e desamores

 

Para que preciso de santas santidades e afinidades

Se tenho realidade destes meus sonhos e desejos

Se tenho realidade destes teus abraços e beijos

 

Para que preciso de deuses divindades e eternidades

Se me basta amar e pensar esta deslumbrante beleza

Se me basta a clareza desta minha simples natureza

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-02-08
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2024-05-13

0404. Respeito

 



Sempre respeitei toda a gente!

 

Sempre disse, e continuo a dizer, tudo o que tinha a dizer, no local e momento próprio, a quem tinha que dizer!

Quando, por razões profissionais, se está longe da família, como por diversas estive, cria-se novos laços de amizade que perduram toda uma vida.

Cria-se uma espécie de segunda família que está sempre por perto para dar a mão e sobretudo aquela palavra de conforto nos momentos mais difíceis.

A distância pode realmente ser difícil porque implica espírito de sacrifício e sobretudo entreajuda para superar dificuldades que só essa segunda família pode colmatar.

Nada tenho a apontar a quem luta por estar perto da família. É perfeitamente legítimo, sendo condição fundamental para o bem-estar pessoal e profissional.

Nada tenho a apontar a quem gosta de estar no conforto da primeira família.

É, no entanto, censurável, quem o faz com prejuízo do bem-estar dos que o rodeiam, dos que também gostam de estar perto da primeira família.

Os que o fazem ou fizeram, não será certamente fácil dormir de consciência tranquila… e muito menos conviver diariamente precisamente com os prejudicados.

Os que o fazem ou fizeram, certamente não saberão o significado da palavra “Respeito”.

 

Digo-o por mais de uma vez me ter sentido injustiçado… sobretudo pela Instituição.

Por mais de uma vez me pediram que ficasse… e sempre fiquei! Fiquei por profissionalismo e sobretudo por prazer.

Por mais de uma vez me mandaram para longe… para onde ninguém queria ir… e sempre fui!

Fui imbuído de um profundo sentimento de profissionalismo, mas também de ingratidão e em alguns casos, com a nítida sensação de injustiça… e de falta de “respeito”.

Falta de respeito por todo o trabalho árduo realizado!

Falta de respeito por todo o empenho e dedicação!

Falta de respeito pelo militar… e sobretudo pela pessoa!

 

Fui…

Fui com a convicção de ter sido prejudicado…

Por isso no momento escrevi, expressando o meu sentimento de injustiça.

Por isso no momento disse o que tinha que dizer a quem tinha que dizer.

 

Respeito!

Nem todos alcançarão o seu significado.

Alguns terão alguma noção…

Outros apenas uma simples perceção…

Outros apenas entenderão quando algum dia alguém lho negar ou faltar.

 

Respeito!

Mais do que entender o significado,

Importa a atitude…

Importa a atitude correta tomada no momento certo!

 

Respeito não exige apenas palavras…

Respeito exige ações concretas!

São as ações que ficam na memória…

De quem respeita…

E sobretudo do respeitado!

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2022-12-11
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2024-04-30

0403. Livro (Amo-te)

 







 

Sobre “Amo-te”

Disse a editora

Que fora o primeiro autor

Que sem o menor pudor

Revelara que o comércio não importava

Tão-somente o que sentira

Tão-somente o que amara

 

Onde está o espanto

 

Se “Amo-te”

Se esse primeiro suspiro

Não é literalmente um livro

Não é realmente um produto comercial

 

“Amo-te”

São apenas lágrimas e sorrisos do primeiro amor

São apenas sentimentos puros e genuínos

Que estavam guardados numa gaveta

Que pediam para ser revelados

Que pediam para ser libertados

 

 

“Amo-te”

São apenas pedaços dum amor impossível

Recordações de tudo e quase nada

Recordações da sua principal culpada

 

“Amo-te”

Não foi escrito para ser melhor nem pior

Apenas para ser o que é

Apenas para ser o momento que foi escrito

Sem procurar qualquer meta

Sem aspirar a qualquer louro

 

“Amo-te”

Já alcançou tudo o que tinha para alcançar

Alcançou a felicidade de sentir

Alcançou a felicidade de redigir

Sem qualquer primor literal

Com todo o sentimento do mundo

Com todo o prazer do mundo

Com todo o desejo do mundo

Com todo o amor do mundo

 

Onde está o encanto

 

Enfim

Já foi um êxito em mim

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-13
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2024-04-01

0402. Instantes

 


Somos seres absolutamente deslumbrantes

Ainda que simplesmente sejamos insignificantes

Ao descobrimos que somos apenas instantes

Ao descobrimos que somos apenas amantes

 

Amamos simplesmente esse sublime instante

Quando amamos loucamente o nosso semelhante

Descobrimos a simplicidade desta efémera realidade

E partilhamo-la com a humanidade para a eternidade

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2021-09-10
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2024-03-31

0401. Apostasia

 






Batizaram-me quando apenas tinha três meses de vida!

Mergulharam-me em água benta com a promessa que tal me purificaria e abriria o caminho para a eternidade.

Mergulharam-me em água benta com a convicção que tal me uniria eternamente ao seu deus (“Pai, Filho e Espírito Santo”) que por mim morrera e ressuscitara -tornando-me, assim, para sempre, seu filho e fiel servidor.

Marcaram-me como “cristão” quando ainda nem sequer sabia o que era ilusão, como quem marca um cordeiro recém-nascido do seu rebanho.

Marcaram-me num ritual eclesial mascarado de festa de família e amigos, onde selaram uma espécie de contrato que, supostamente, manifestaria a vontade dos meus pais em me doutrinar de acordo com os valores e princípios morais da religião católica.

Assinaram uma espécie de contrato que definia o presente e decidia o meu futuro… que impunha não pensar, não sentir… e sobretudo não questionar ou renegar.

Como é que uma mente minimamente decente pode celebrar ou validar um contrato entre uma suposta divindade e uma inocente criança?

Não pode!

Ninguém pode decidir o futuro de uma inocente criança sem conhecimento de causa… e muito menos com um outorgante fictício!

 

Diz a Igreja Católica que “Deus dá-nos o Seu Espírito e adota-nos como seus filhos, antes mesmo de O conhecermos” … “Deus ama as crianças ainda antes de estas O conhecerem” … e não é por acaso que o manifesta em Mt19, 14: “deixai vir a Mim as criancinhas e não as impeçam…”

 

Como é que um ser fictício, fruto da imaginação humana, pode adotar uma criança, ainda antes desta ter consciência da sua… inexistência?

Não pode!

Mais do que um abuso de confiança, este “contrato divino” a que chamam “Batismo”, é uma ofensa à inteligência de qualquer mente minimamente racional.

Mais um dos muitos dogmas absurdos da Igreja Católica que importa desmistificar… e anular.

Assim, existindo tal contrato que me define como “cristão”, que para efeitos estatísticos do meu país me coloca como membro da Igreja Católica Apostólica Romana…

É de forma consciente e de livre vontade que o venho anular através do ato de Apostasia.





Nota:

Independentemente da resposta que me vier a ser dada… (até ao momento, apesar de reiterado, o pedido foi ignorado), aqui fica publicamente expressa a nulidade deste vínculo absurdo a que me submeteram quando ainda nem sequer tinha atingido a idade dos porquês.

 

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2024-02-10
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2024-02-07

0400. Prenda de Natal


 

Depois do acidente…

Depois de acordar do coma…

Depois de uma longa recuperação…

O meu pai já não é a mesma pessoa!

No entanto,

O meu pai,

É e será sempre o meu pai!

E hoje, esta pessoa, o meu pai,

Surpreendeu-me de tal forma,

Que a surpresa aqui tive que deixar:

A prenda de Natal que ele me deu…

E a prenda de Natal que eu lhe dei.

Ao perguntar que prenda queria,

De imediato respondeu:

“Um beijo!”

E foi precisamente o que fiz.

Dei-lhe, não um, mas dois beijos…

Dei-lhe duas Prendas de Natal!

E também lhe irei dar uma prenda…

Uma Prenda de Natal…

Daquelas que toda a gente dá.

O quê?!

Ainda não sei…

Mas também pouco importa!

Cada vez que estou com ele,

Mesmo não sendo Natal,

Ao vê-lo… e ao despedir-me…

Dou-lhe sempre duas Prendas de Natal!...

Daquelas que só um filho dá a um pai!

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2017-12-24
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