2020-04-18

0153. Luar




Sinto
Sinto tão intensamente
Que resta apenas este sentimento
Do que sinto tão plenamente

Penso
Penso tão profundamente
Que resta apenas este esquecimento
Do que penso tão completamente

Amo
Amo tão loucamente
Que chego apenas a amar
A mulher que amo perdidamente

Luar
Luar desta imortal beira-mar
Não te quero mais entender
Não te quero mais abarcar

Quero
Quero apenas viver o Luar
Quero apenas sentir e nunca pensar
Quero apenas Amar Amar Amar

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-01-01
Imagem: Internet
Obs:
Direitos reservados.
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2020-04-15

0152. Escrevo


Sinto profundamente...
Sinto esta terrível ansiedade de escrever... e escrevo!
Escrevo no limiar do sentimento, despido de palavras, no impulso que gera o gesto motor, suavemente… tão-somente o significado que as palavras conferem ao sentimento... ao pensamento...
Escrevo toda esta possível sinceridade interior…
Escrevo a impossibilidade de abarcar o mundo exterior… aproximando o mais perfeitamente possível a forma como o vejo... o sinto… o penso...
Escrevo o Momento e todas as presunções sensoriais enquanto algo são...
Escrevo a esta surpreendente Vida…
Escrevo tão simplesmente pelo prazer mental…
Escrevo a constatação do meu Ser...
Escrevo a “este pequeno gigante à beira mar plantado”, na sombra de nostálgicos mastros de passado, procurando despertar e reerguer tão grande alma, mergulhada num indiferente e desvanecido sono secular…
Escrevo à Paz, à Justiça, à Educação e ao bem comum...
Escrevo ao respeito pela natureza e por todos os seres…
Escrevo essencialmente ao mais sublime e puro dos sentimentos:
O Amor.


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Autor: Carlos Silva
Data: 1995-07-14
Imagem: Internet
Obs:
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0151. Ultimatum




Tenho à minha frente o “Ultimatum Futurista às gerações portuguesas do Séc. XX” de Almada Negreiros...
Lera-o há algum tempo atrás…
Reli-o hoje… tão simplesmente porque numa associação temática me ressurgiu em mente…
Reli-o e adorei.

Não creio que Portugal seja um país decadente...
Não creio que sejamos um país de fracos...

Continuamos a ser “Heróis do Mar…”
Continuamos a ser um “Nobre Povo…”
Continuamos livres e com o mesmo espírito de aventura…

Reergamos a Glória!
Ainda há tanto por descobrir!
Ainda há tanto por fazer!


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Autor: Carlos Silva
Data: 1995-07-14
Imagem: Internet
Obs:
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0150. Diário



Abro este fiel Diário de puro sentimento
Abro este fiel diário de genuíno pensamento
Todos os factos objeto de meditação existiram ou existem efetivamente algures, em algum tempo, em alguma parte interior ou exterior de mim
Abre naturalmente como uma flor
E crescerá ao doce sabor desta minha simples natureza

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Autor: Carlos Silva
Data: 1995-08-24
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2020-04-13

0149. Encanto (1)




Ah, este tremendo encanto de compreender superficialmente… 
Ah, este constante encanto de procurar conhecer[1] minimamente…
Ah, este constante encanto de desvendar a realidade interiormente…

Transcende o desalento do momento desta tremenda incapacidade…
Transcende o desalento do momento desta tremenda subjetividade…

Jamais aspirarei a tal erudita monstruosidade…
Quero apenas voar nas asas da liberdade!
Quero apenas acariciar a brisa deste breve momento!
Quero apenas sorrir neste palhaço de sentimento!

Sentir e compreender… este tremendo encanto?!
Basta Amar!
Basta Ver!
Basta Ser!

No seio de Tudo.


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Autor: Carlos Silva
Data: 1995-07-??
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[1] Conhecer-me

(1) Encanto de sentir e compreender algo

2020-04-12

0148. Abraço imenso



De quatro tenras primaveras, a minha filha acorda… e acende ainda mais a luz do luar que irrompe de forma dispersa pelo quarto dentro...
Por momentos acaricio suavemente o seu rosto… e de forma praticamente instintiva eis que se solta o que me vai na alma…

“Lisa… feliz?!”

Encheu o peito num sorriso ofegante… contagiante… olhos vibrantes… brilhantes…
Na mais plena e ingénua sinceridade dos seus lábios irrompe uma espécie de resposta…

“Sim… Lisa feliz!... gosto muito de vocês…[1]” -culminando todo o seu êxtase num imenso abraço que encheu o coração e elevou todos os poros em extasiante emoção... tal intensidade que ainda persiste em mim… ainda sinto necessidade de a reter...  ainda sinto necessidade de a descrever…

De tanto sentir, porém, mal consigo raciocinar…
Como transformar simples morfemas nestas minhas lágrimas… lágrimas de alegria?
Como conter tão sensíveis emoções sem as desvirtuar?
Como podem tais lágrimas chegar a outras faces?

Talvez apenas reter o momento que ainda fervilha à flor da pele… que percorre todo o meu corpo numa autêntica tempestade de incontroláveis impulsos...

Sinto necessidade de reter o momento…. de o artificiar… por temor de o perder para sempre na indiferença do tempo.

Resta a emoção de o pensar…
Resta o conforto de o tentar unir o mais possível à emoção original...
Quanto mais perfeito, mais perto ficará do abraço... mais perto ficará da lágrima[2] de outrem…
Quem sabe se da sua interiorização outras asas se soltarão… outras emoções surgirão…  outros imensos abraços!

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Autor: Carlos Silva
Data: 1995-07-15
Imagem: Carlos Silva
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[1] Pais
[2] Lágrima de emoção